terça-feira, outubro 22, 2013

MIDNIGHT SON (2011)

O FILHO DA MEIA-NOITE
Um Filme de SCOTT LEBERECHT



Com Zak Kilberg, Maya Parish, Jo D. Jonz, Larry Cedar, Arlen Escarpeta, etc.

EUA / 88 min / COR / 16X9 (1.78:1)

Estreia no CANADA a 19/7/2011 
(Fantasia Festival)
Esreia na GB a 11/1/2013



Depois de três curtas-metragens (duas delas galardoadas em festivais de cinema), esta agradável surpresa é o primeiro filme de fundo de Scott Leberecht, que também escreveu o argumento, mas cujos créditos, até agora, têm sido firmados no campo dos Efeitos Visuais, em filmes como “Eraser”, “Flubber” ou “Sleepy Hollow”. Por isso seria de esperar uma utilização maciça de artifícios técnicos nesta estreia. Nada disso, “Midnight Son” é um filme muito contido, sem pressas, que se limita a mostrar o estritamente necessário à história que quer contar. Leberecht aproveita da melhor maneira o material que ele próprio inventou, adoptando um estilo simples e directo, quase contemplativo.


Jacob (Zak Kilberg, no seu papel mais importante até à data) é um guarda-nocturno que, por imposição da sua profissão, passa os dias encerrado num porão, onde vive sózinho. Desde criança que padece de um problema de pele, a qual é muito sensível à luz solar. Aos poucos começa a perceber que o seu organismo também vai dando mostras de algumas anormalidades, dada a sua dificuldade em se manter saciado. Consulta um médico que lhe diagnostica uma anemia. O mal-estar vai no entanto progredindo e Jacob interroga-se, meio divertido, meio incrédulo, se não será ele um qualquer tipo de “vampiro”, dado o seu gosto por sangue. Mas aquilo que a princípio não passaria de um tola suposição, vai-se confirmando cada vez mais real e o pânico começa a instalar-se no seu dia-a-dia. Após conhecer Mary (a sensual Maya Parish), com quem, invariavelmente, não consegue chegar ao fim do acto amoroso, Jacob tenta desesperadamente encontrar um modo de tranquilizar os seus receios mais íntimos. Mas estes vão-se materializando cada vez mais....



Apetece-me dizer que “Midnight Son” é um filme de vampiros sem vampiros. Na verdade, o que aqui ressalta é a solidão e a tristeza dos personagens trágicos que habitam a história. Leberecht deixa de lado qualquer violência gratuita (tantas vezes vista noutros filmes do género) e foca-se sobretudo na criação de uma atmosfera dramática e realista, pincelada aqui e acolá por tons poéticos. A fotografia de Lyn Moncrief ajuda a recriar tal atmosfera, tal como o acompanhamento musical, assinado por Geoff Levin e Kays Al-Atrakchi, apesar de discreto e focado essencialmente em efeitos sonoros. Muito bem realizado, com um convincente e equilibrado elenco, “Midnight Son, que foi rodado quase inteiramente na noite de Los Angeles, é um filme muito agradável de se seguir, que nos transmite sentimentos de solidão e perda, subjacentes a qualquer história de amor. Um pequeno aviso: Não aconselhável aos fans dos filmes da saga “Twilight”.



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