domingo, agosto 18, 2019

EASY RIDER (1969)

EASY RIDER
Um Filme de DENNIS HOPPER



Com Peter Fonda, Dennis Hopper, Jack Nicholson, Karen Black, Luana Anders, Toni Basil, Phil Spector, etc.

EUA / 94 min / COR / 16X9 (1.85:1)

Estreia em FRANÇA a 8/5/1969
(Festival de Cannes)
Estreia nos EUA a 14/7/1969


George: [Seeing his first marijuana cigarette.] 
Lord have mercy! Is that what that is?

Em 1969, um pequeno filme de motos mudou para sempre a maneira de a América se olhar a si própria. Chamou-se "Easy Rider". Realizado com um orçamento de cerca de 350 mil dólares, conseguiu um lucro espectacular de quase 20 milhões, só no continente norte-americano. Foi o primeiro filme independente a ser distribuido por uma grande companhia, a Columbia, e foi o filme que transformou Jack Nicholson numa estrela. Tinha na altura 33 anos, a mesma idade de Dennis Hopper (Peter Fonda é três anos mais novo). Todos os três se conheciam bem, tinham bons contactos em Hollywood e ambições em escrever, produzir e realizar filmes. Mas também se encontravam na base da escada do sucesso e sabiam que nenhum grande estúdio olharia duas vezes para o seu projecto. Assim, conseguiram uma pequena ajuda de um outro amigo e produtor independente, Bert Schneider, e começaram a filmar. Sem um argumento sólido, sem o recurso a grandes actores (o próprio Nicholson, que era um actor de segunda categoria na altura, não queria de início representar, preferia quedar-se pela produção do filme) ou a técnicos especializados (conseguiram apenas um óptimo fotógrafo, Laszlo Kovacs) e no meio de grandes confusões e discussões.


Mas as ideias estavam lá e os tempos também ajudaram. "Easy Rider" foi o filme certo no tempo certo, foi o filme de uma geração feito numa altura em que essa geração estava a chegar ao fim. Foi estreado em Maio de 69, no Festival de Cannes (Dennis Hopper ganharia o prémio de realização por uma primeira obra), um ano depois dos acontecimentos em França, dos tanques russos terem invadido Praga e dos assassinatos de Robert Kennedy e de Martin Luther King e a escassos três meses da realização do concerto de Woodstock. Richard Nixon estava na presidência e as baixas americanas na Guerra do Vietname ultrapassavam já as 30.000. Para a camada jovem da população mundial a política estabelecida, o establishment, era cada vez mais sinistro, e os movimentos de protesto e contra-cultura começavam a perder grande parte da sua força.


O filme é uma viagem pela América (de Los Angeles a New Orleans), onde os ideais de liberdade (ou a ilusão dela) são confrontados com um modo de pensar corrupto e conformista. O tom geral do filme é marcadamente cínico e marginal, reflectindo o colapso dos sonhos dos anos sessenta (Wyatt: «You know Billy... we blew it»). A excepção é a personagem de Nicholson, George Hanson, um bêbado crónico, mas alguém capaz de questionar a sociedade conformista onde se integra e, mais importante, saber lidar com ela e não se afastar, não ceder à fácil tentação da renúncia, como Billy e Wyatt acabam por fazer. Além disso, não tem preconceitos em descobrir novos modos de pensar ou de vivência (a cena de iniciação à marijuana é bem elucidativa). E talvez seja por isso mesmo que dos três seja aquele que deva ser eliminado, pelo maior perigo que representa para a continuidade do poder instituído.


Dennis Hopper afirmou ter querido realizado um western. Os nomes das personagens centrais, Wyatt e Billy, foram retirados directamente de dois mitos do Oeste Selvagem, Wyatt Earp e Billy the Kid, e os cavalos substituídos por duas Harley-Davidson na travessia do continente, em demanda do sonho americano (como rezava o cartaz de promoção: «A man went looking for America and couldn't find it anywhere»). Esta procura infrutífera e sem futuro, esta sensação de vazio e impotência, foi a causa principal do sucesso do filme junto à juventude da época que assim se viu reflectida nas suas esperanças e temores mais secretos. Daí à transformação de "Easy Rider" num genuíno filme de culto foi um pequeno passo. Mesmo quando reportado aos anos imediatos, ao início dos anos setenta. O desaparecimento dos Beatles e as mortes físicas de Hendrix, Janis e Morrison, prenunciavam novos ventos de mudança: «The dream is over», anunciava Lennon em "God" (1971). Não foi preciso muito tempo para que até a própria música começasse a mudar. O psicadelismo, tão exemplarmente interpretado no filme, passava rapidamente de moda e o disco-sound estava já ali, ao virar da esquina. Começava a idade do egoísmo e do salve-se quem puder, tão característico dos yuppies dos anos 80. A geração das flores tinha sido definitivamente enterrada.

Aconselha-se vivamente ler a resenha que o meu amigo Sérgio Vaz fez muito recentemente sobre o filme. Aqui.


CURIOSIDADES:

- O blusão do "Captain America" foi desenhado por Peter Fonda e feito por "duas velhinhas" em Los Angeles. Foi mais tarde vendido num leilão de beneficiência.

- A filha de Peter, Bridget Fonda aparece brevemente numa cena de multidão.

- A música do filme era para ser toda original e composta pelos Crosby Stills & Nash. Mas depois de assistirem a uma pré-visualização do filme com música retirada de vários discos já editados (da coleção particular de Fonda e de Hopper), desistiram por considerarem não conseguirem fazer melhor. Ainda assim, Stephen Stills escreveu a canção "Find the Cost of Freedom" a pedido de Dennis Hopper, destinada a ser usada na cena final (quando a câmara recua para o céu). Hopper acabou por não a usar (foi substituida por "Ballad of Easy Rider", escrita e interpretada por Roger McGuinn, líder dos Byrds) e a canção acabou por ser editada no lado B do single "Ohio", dos Crosby, Stills, Nash & Young.

- Na cena onde Jack Nicholson é iniciado na marijuana foi mesmo usada erva - o estado do actor não é fictício.



- Peter Fonda baseou o seu personagem na representação de John Wayne em "Flying Tigers" (1942).

- A cena final foi filmada já fora do prazo de rodagem, numa altura em que as duas motos tinham sido roubadas (foram encontradas meses depois, todas desmontadas)

- Alguns dos estranhos efeitos de luz usados na cena do cemitério como demonstrativos dos efeitos do LSD foram obtidos acidentalmente, devido a uma exposição prematura do filme.

- A inclusão da bandeira americana no blusão e na moto de Peter Fonda ocasionou que este fosse mandado parar diversas vezes pela polícia.

- Numa votação organizada pela revista "Tempo", em Lourenço Marques (onde assisti à estreia do filme), os leitores consideraram "Easy Rider" como o melhor filme de 1970, seguido por "Midnight Cowboy" e "Ma Nuit Chez Maud".

 LOBBY-CARDS:


THE ORIGINAL SOUNDTRACK:



"THE PUSHER"
Performed by Steppenwolf
Written by Hoyt Axton

"BORN TO BE WILD"
Performed by Steppenwolf
Written by Mars Bonfire

"I WASN'T BORN TO FOLLOW"
Performed by The Byrds
Written by Gerry Goffin & Carole King

"THE WEIGHT"
Performed by The Band
Written by Jaime Robbie Robertson

"IF YOU WANT TO BE A BIRD"
Performed by The Holy Modal Rounders
Written by Antonia Duren

"DON'T BOGART ME"
Performed by Fraternity of Man
Written by Elliott Ingber & Larry Wagner

"IF SIX WAS NINE"
Performed by The Jimi Hendrix Experience
Written by Jimi Hendrix

"LET'S TURKEY TROT"
Performed by Little Eva
Written by Gerry Goffin & Jack Keller

"KYRIE ELEISON"
Performed by The Electric Prunes
Written by David Axelrod

"FLASH, BAM, POW"
Performed by The Electric Flag, An American Music Band
Written by Mike Bloomfield

"IT'S ALRIGHT MA (I'M ONLY BLEEDING)"
Performed by Roger McGuinn
Written by Bob Dylan

"BALLAD OF EASY RIDER"
Performed by Roger McGuinn
Written by Roger McGuinn


domingo, agosto 11, 2019

WOODSTOCK (1970)

WOODSTOCK - 3 DIAS DE PAZ, MÚSICA E AMOR
Um filme de MICHAEL WADLEIGH



EUA / 184 min (Director's Cut: 228 min) / COR /16X9 (2.20:1)


Estreia nos EUA a 26/3/1970
Estreia em Moçambique a 24/4/1971
(LM, Teatro Scala)



 

No próximo fim-de-semana faz 50 anos que o concerto histórico de "Woodstock" aconteceu: três dias de paz, música e amor, em que cerca de 500.000 pessoas se reuniram no Verão de 69 numa área de 600 acres de terreno (a fazenda de Max Yasgur, na cidade rural de Bethel, Nova Iorque) para, com um único espírito colectivo, ouvirem alguns dos seus heróis predilectos: Joan Baez, Crosby Stills and Nash, Santana, Joe Cocker, The Who, Janis Joplin, Ten Years After, Canned Heat, Jefferson Airplane, Melanie, Country Joe & The Fish, John Sebastian, Jimi Hendrix... A frase «Não confiem em ninguém com mais de 30 anos.», que foi pela primeira vez usada nos protestos de 1964 pela liberdade de expressão, era na altura um elo de ligação entre os jovens, que desse modo reivindicavam o direito de tomarem a conduta das suas vidas em mãos próprias.

 
 
 


Vale a pena relembrar. Afinal, nenhum outro festival de música teve tanta repercussão e tanta importância como este. Para entender o fenómeno é preciso voltar atrás no tempo. O mundo, e especialmente os Estados Unidos, passava por tempos difíceis de guerra, violência e desilusão. A década de 60, a mais conturbada do século, chegava ao fim, com uma sensação reinante de “e agora ?” no ar. E é nesse clima de final de festa, no último ano da década, que o maior evento de música já realizado encontra terreno fértil para se consolidar.

 
 
 
 
 

O festival foi idealizado e levado a cabo por quatro jovens: John Roberts, Joel Rosenman, Artie Kornfeld e Michael Lang. John era o mais velho dos quatro, tinha 26 anos, e era o herdeiro da fortuna de uma farmácia e de uma fábrica de pasta de dentes. Ele e o seu amigo Joel possuiam um capital para investir e colocaram um anúncio no Wall Street Journal e no New York Times: «Jovens com capital ilimitado procuram oportunidades de investimento legítimas e propostas de negócios interessantes e originais.» Lang e Kornfeld tInham as ideias interessantes e originais, mas não tinham o dinheiro. Os dois pensavam fundar uma gravadora independente especializada em rock, localizada numa cidade afastada de Manhattan chamada Woodstock ou em realizar um festival misto de exposições e música ao vivo. Esta última foi a ideia que acabou por vingar.

 

 
 
 

Vieram de Norte a Sul do Pais. Durante três dias viveram, comeram, dormiram lado a lado para ouvirem a música rock de um geração perdida no tempo - os hippies, uma cultura de gente que apregoava Paz e Amor, no final da «sua» década. O filme "Woodstock", realizado por Michael Wadleigh (com Martin Scorsese como adjunto) e estreado apenas no ano seguinte, em Março de 1970, apresenta-nos os preparativos para o grande concerto histórico: as torres de som, o palco, helicópteros trazendo músicos, as reacções dos habitantes locais bem como a declaração de Woodstock como concerto grátis quando se concluiu que era impossível controlar aquela multidão habituada a não pagar para ouvir música. "Woodstock" mostra-nos a tempestade que alagou os campos mas que não fez desistir aquelas centenas de milhares de espectadores à espera daquele que foi o maior concerto da história. "Woodstock" é um dos pontos altos da tomada de consciência da geração dos anos sessenta nos EUA e, principalmente do movimento de contestação à Guerra do Vietname que viria a culminar na marcha sobre Washington.


 
 
 
 

A música começou na tarde de 15 de Agosto, sexta-feira, às 17:07h e continuou até a metade da manhã do dia 18 de Agosto, segunda-feira. O festival fechou a via expressa do Estado de Nova Iorque e criou um dos piores engarrafamentos da nação. Também inspirou um monte de leis locais e estatais para assegurar que nada como aquilo jamais aconteceria novamente. "Woodstock", como poucos eventos históricos, tornou-se uma espécie de herança cultural, para os EUA e para o mundo. Assim como “Watergate” representa a crise nacional americana, Woodstock é hoje sinónimo do poder dos jovens e dos excessos dos anos 60. «O que nós tivemos aqui foi algo que ocorre uma vez na vida», diz o historiador Bert Feldman. Dickens disse isto primeiro: «Foi o melhor dos tempos. Foi o pior dos tempos.» É uma mistura que nunca será reproduzida novamente.

 
 
 
 
 

O evento tornou-se um verdadeiro ícone da contracultura. A força jovem e a liberdade assustaram os mais velhos e conservadores. As reportagens chegaram na altura a grande parte do planeta, mas em Portugal o festival passou despercebido na imprensa censurada. Apesar do que ficou para a história, "Woodstock" não foi o primeiro grande festival, afinal dois anos antes tinha havido Monterey, onde Jimi Hendrix já tocara, mesmo que fosse a sua prestação em "Woodstock" que tivesse ficado eternizada. O genial guitarrista pegou no hino nacional americano e estilhaçou-o com a guitarra perante os cerca de 25 mil resistentes que na madrugada do último dia ainda lá se encontravam. Devido à impossibilidade de controlo das entradas, "Woodstock" deu um prejuízo gigantesco - mais de 10 milhões de dollars, aos dias de hoje - e se não fosse o sucesso do documentário sobre o festival, os promotores nunca teriam sido capazes de pagar as dívidas. Muitos dizem que "Woodstock" foi o fim de toda a ingenuidade e utopia que cercavam os anos 60. Outros dizem que foi o apogeu de todas as mudanças e desenvolvimento na sociedade. Mas todos concordam que o festival foi um marco incontornável na história da música.

 
 
 
 
 
CURIOSIDADES:

- A montagem do filme teve por base 120 horas de material filmado.

- A edição do realizador, feita em 1994, apresenta pela primeira vez diversas actuações não incluídas na versão estreada nos cinemas: Grateful Dead, Janis Joplin, Jefferson Airplane ou Canned Heat. Outros grupos, que actuaram no festival, nunca apareceram em qualquer versão do filme. Casos dos Creedence Clearwater Revival (estes a pedido expresso de John Fogerty, devido a problemas registados no som, durante a actuação do grupo), Mountain, The Band e Tim Hardin.

- Apesar de ter actuado com Crosby, Stills And Nash, Neil Young não aparece no filme (apenas na banda sonora, nos temas “Sea of Mdness” e “Wooden Ships”). Isso deveu-se a uma birra do cantor e compositor canadiano, que se recusou terminantemente a ser filmado.

- Joni Mitchell foi convidada para participar no Festival, mas o seu empresário não a autorizou a deslocar-se para garantir a sua presença no programa televisivo “The Dick Cavett Show”. Companheira de Graham Nash na altura, Joni compôs depois o tema “Woodstock”, que foi um enorme êxito para os Crosby, Stills and Nash.


- O tema “Freedom”, que tornou a actuação de Richie Havens uma das mais míticas do festival e do filme, nem sequer constava do alinhamento inicial. Foi devido à muita insistência do público que Havens resolveu cantá-la. O cantor já se aguentava há mais de três horas em palco (a pedido da organização que na altura não tinham nenhum outro artista para continuar o espectáculo), com um público entusiasta sempre a puxar por ele. Com o repertório esgotado, Havens, em último recurso, iniciou uma improvisação em torno de um blues tradicional, "Motherless Child", repetindo a palavra 'freedom' como um mantra. Foi o primeiro grande momento do festival.

- Country Joe McDonald foi inopinadamente atirado para o palco, com uma guitarra acústica e sem o seu grupo, os The Fish. E Country Joe entraria para a história da música com um golpe de asa que no momento lhe ocorreu. Transformou a sua canção "Fish Cheer" em "Fuck Cheer" - e assim levou aquele gigantesco anfiteatro humano a gritar um imenso e libertador 'Fuck!'. Foi o segundo momento memorável do concerto.

- Quando o sitarista Ravi Shankar subiu ao palco, pelas 22h do primeiro dia do festival, a chuva apareceu. Quarenta minutos depois, Shankar e os seus músicos saíram de cena, para se abrigarem do aguaceiro. De seguida, os Incredible Sring Band recusaram-se a actuar, alegando falta de condições técnicas e de segurança, o que obrigou os organizadores a forçarem a ida para o palco de Melanie, muito antes do previsto. A jovem cantora folk, que estava com uma tosse nervosa, subiu aterrorizada ao estrado. Sob uma chuva torrencial, mas perante uma enorme audiência rendida ao ambiente místico criado por uma constelação de velas acesas empunhadas pelos espectadores que se encontravam na colina, Melanie dirá mais tarde que, enquanto fazia ouvir a sua voz, vivia uma experiência interior que estava no mesmo comprimento de onda de quem a escutava.

- O pedido de Michael Lang para que os artistas duplicassem o tempo das actuações foram uma bênção para uma banda desconhecida de San Francisco, o grupo de Carlos Santana, que recebeu um dos cachês mais baixos do festival, cerca de 750 dollars. Nos antípodas dos "trocos" que receberam, Santana e respectiva banda, embora chamados de emergência ao palco, puseram o público em transe com o seu rock latino, sustentado por uma secção rítmica poderosa e uma guitarra eléctrica incendiária. A interpretação inesquecível do tema "Soul Sacrifice" é uma das cenas imortalizadas pelo filme, e Carlos Santana viu a sua carreira lançada para os píncaros que hoje conhecemos.

- Os Who chegaram a Bethel cerca do meio-dia de sábado, 16, e só entraram em palco perto do nascer do sol de domingo. Estiveram, pois, horas infindáveis à espera da sua actuação, com o líder do grupo, o guitarrista Pete Townshend, a mostrar um desânimo inquietante. Não tinha com que se entreter - Townshend não era grande apreciador de alucinogénios. Pior: os The Who estiveram mesmo perto de não tocar. Às tantas, surgiu um diferendo financeiro entre o agente do grupo e os organizadores do festival, que demorou a ser resolvido. Chegados a um acordo, a banda britânica deu um concerto memorável, tocando na íntegra a sua ópera-rock "Tommy", editada dois meses antes. Os The Who saíram de Woodstock com uma aura mítica, mas posteriormente sempre afirmaram que tinham detestado o festival.

- Antes de subir ao palco, Joe Cocker teve de acalmar os seus músicos, nitidamente paralisados de medo ante a imensa multidão que viam à frente. Dois deles chegaram mesmo a vomitar, tal era o pânico. Mas tudo se recompôs, até que um Joe Cocker possesso interpretou a sua versão de "With a Little Help From My Friends", um original dos Beatles. A voz poderosa e os movimentos corporais alucinados arrebataram o público, num dos grandes momentos de "Woodstock" imortalizados pelo filme de Wadleigh.

- Os Led Zeppelin, grupo que na época se encontrava no topo, declinou o convite para actuar em Woodstock. Nesse mesmo fim-de-semana deram um concerto em New Jersey, não muito longe do local onde decorria o festival. Também Bob Dylan, The Jeff Beck Group (com Rod Stewart), Iron Butterfly, Jethro Tull, Procol Harum, The Byrds e The Moody Blues, entre outros, não aceitaram tocar em Woodstock. Os Beatles chegaram a ser contactados, mais por cortesia do que por qualquer esperança na sua aparição pública (como se sabe o grupo tinha abandonado há já alguns anos os espectáculos ao vivo). No entanto John Lennon chegou a equacionar a sua presença como integrante da Plastic Ono Band.

- O festival redundou num enorme fiasco financeiro. Os únicos itens que deram algum dinheiro foi o filme e a banda-sonora, precisamente onde os promotores não tinham investido.

- "Woodstock" foi distinguido com o Óscar do melhor documentário, tendo também sido nomeado para as categorias de Montagem e Som.





ALGUNS DOS QUE JÁ PARTIRAM:
Alan Wilson (“Canned Heat”) - 3/9/1970 (27 anos)
Jimi Hendrix (“The Jimi Hendrix Experience”) - 18/9/1970 (27 anos)
Janis Joplin - 4/10/1970 (27 anos)
Keith Moon ("The Who") - 7/9/1978 (32 anos)
Tim Hardin - 29/12/1980 (39 anos)
Bob Hite (“Canned Heat”) - 6/4/1981 (36 anos)
Felix Pappalardi (“Mountain”) - 17/4/1983 (43 anos)
Richard Manuel (“The Band”) - 4/3/1986 (42 anos)
Paul Butterfield (“The Butterfield Blues Band”) - 4/5/1987 (44 anos)
Tom Fogerty ("Creedence Clearwater Revival") - 6/9/1990 (48 anos)
Jerry Garcia (“Grateful Dead”) - 9/8/1995 (53 anos)
Rick Danko (“The Band”) - 10/12/1999 (56 anos)
John Entwistle ("The Who") - 27/6/2002 (57 anos)
Noel Redding (“The Jimi Hendrix Experience”) - 11/5/2003 (58 anos)
Spencer Dryden (“Jefferson Airplane”) - 11/1/2005 (66 anos)
Mitch Mitchell (“The Jimi Hendrix Experience”) - 12/11/2008 (61 anos)
Ravi Shankar - 11/12/2012 (92 anos)
Alvin Lee (“Ten Years After”) - 6/3/2013 (68 anos)
Richie Havens - 22/4/2013 (72 anos)
Johnny Winter - 16/7/2014 (70 anos)
Joe Cocker - 22/12/2014 (70 anos)
Marty Balin (“Jefferson Airplane”) - 27/9/2018 (76 anos)