Um filme de DON SIEGEL
Com Kevin McCarthy, Dana Wynter, King Donovan, Carolyn Jones
EUA / 80 min / PB / 16x9 (2.00:1)
Estreia nos EUA a 5/2/1956
"People are pods. Many of my associates are certainly pods. They have no feelings. They exist, breathe, sleep. To be a pod means that you have no passion, no anger; the spark has left you. And a population of drones is naturally the ideal basis for all forms of state control" (Don Siegel)
Dr. Miles: "They're here already! You're next! You're next ...!"
Jack Finney criou um seriado desta história na revista americana Collier. Daniel Mainwaring foi lá buscá-la para escrever um dos mais célebres argumentos do cinema de ficção científica, que já deu origem a vários filmes. Este, realizado por Don Siegel em plena década de 50, foi o primeiro de todos. Rodado em SuperScope mas ainda num deslumbrante preto e branco, “Invasion of the Body Snatchers” foi um dos filmes mais populares na América da era macartista e do medo irracional por tudo quanto pudesse lembrar a doutrina comunista.
De regresso à sua cidade natal, Santa Mira, após ter frequentado um congresso médico, o Dr. John Miles (Kevin McCarthy) começa a aperceber-se de que algo está a acontecer aos habitantes da terra, nomeadamente aos seus próprios doentes. Um pouco por todo o lado repetem-se os relatos sobre a estranheza manifestada na maneira de ser de algumas pessoas. Devido ao aumento exponencial desses “casos”, o Dr. Miles começa a inquietar-se até descobrir a horrível verdade – os humanos estão a ser duplicados por seres extra-terrestres que visam conquistar o poder numa sociedade tornada apática e desprovida de sentimentos. Essa duplicação acontece apenas quando as pessoas se deixam adormecer, pelo que é necessário estar acordado a todo o custo. A história desenvolve-se através da luta pela sobrevivência que o Dr. Miles enceta na companhia da sua noiva, Becky Driscoll (Dana Wynter), na tentativa de fazer abortar o que parece já ser incontrolável.
O filme original acabava de forma trágica, em que o médico se vê absolutamente sózinho (até a sua noiva sucumbe ao sono e é por isso também “duplicada” – uma cena inesquecível, pois é através de um beijo que o médico reconhece horrorizado a diferença na pessoa amada). Numa auto-estrada tenta em vão abordar os condutores e alertá-los para o perigo: “They're here already! You’re next! You’re next!”.
Um grande e inquietante final que infelizmente os produtores do filme quiseram amenizar introduzindo duas sequências extra. A primeira no início do filme, em que o médico conta a ocorrência dos estranhos factos num hospital. A segunda, logo após a cena da auto-estrada onde, de volta ao hospital, se vê o Dr. Miles concluir o relato da sua experiência. Devido à ocorrência de uma situação análoga a sua história torna-se finalmente credível e um dos responsáveis do hospital contacta o FBI.
“Invasion of the Body Snatchers”, para além das três outras versões que se seguiram (em 1978, o filme homónimo de Philip Kaufman; em 1993 “Body Snatchers” de Abel Ferrara e mais recentemente, em 2007, “The Invasion” de Oliver Hirschbiegel) influenciou sobremaneira todo o cinema de ficção científica, tornando-se com o passar dos anos numa das referências clássicas do género.
CURIOSIDADES:
- Apenas 4% do orçamento total do filme (15.000 de 417 mil dollars) foi usado em efeitos especiais
- A edição inglesa do DVD contém duas versões do filme: a original, a preto e branco, com 80 minutos, e uma versão colorida onde foram acrescentadas as duas cenas extra.
- Quer Don Siegel quer Kevin McCarthy aparecem na segunda versão do filme (1978), onde desempenham dois pequenos papeis: o primeiro é um condutor de taxi e o segundo recria a sua própria cena final, acabando por ser mortalmente atropelado.
1 comentário:
A minha versão favorita deste arrepiante argumento é o filme de 1978, com o Donald Sutherland.
Este primeiro conserva ainda algum "sabor" a filme de culto, mas perdeu um pouco com os anos.
Apesar da recente versão com a Nicole Kidman, julgo que ainda está por fazer a "versão definitiva" desta história. De preferência sem abusar de efeitos digitais.
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