quarta-feira, maio 09, 2012

BIO-FILMO: ORSON WELLES

Nascido a 6 de Maio de 1915, em Kenosha, Wisconsin, EUA
Falecido a 10 de Outubro de 1985, em Hollywood, Los Angeles, EUA
«Um Orson Welles chega. Com dois, assistiríamos
ao fim da civilização»
(Richard Wright)

A infância não explica a vida; e a vida não explica a obra. Mas uma e outra se condicionam e esclarecem. Quando em torno de uma obra, a vida não cessa de fazer um tumulto que lhe serve de obstáculo ou de publicidade, quando a própria obra se refere à infância assim como ao mistério a que tudo se reduz, é bem legítimo debruçarmo-nos sobre o que foi o seu húmus e constitui a sua lenda. A obra de Orson Welles permanece marcada pela impureza da vida, não conseguiu desligar-se dessa vida que se apresenta como uma infância prolongada, geralmente admirável, e por vezes monstruosa («Lutei para escapar da infância o mais cedo possível. E assim que consegui, voltei a correr para ela.»)
Anos 30
Aquele que quis reduzir o segredo de "Citizen Kane” ao nome emergido da primeira infância e reencontrado num trenó - Rosebud - experimentou ele próprio uma infância fabulosa de que é evidente não se ter jamais curado. Pois esse rapaz moreno, de pele de topázio e olhos de diamante, grande, enorme, imponente, conservou até na idade madura uma virulência e uma intensidade cândidas, assim como um ar de gordo bebé bochechudo, que só podem explicar algumas fixações ou alguns traumatismos familiares. Sem nos aventurarmos na psicanálise do personagem (coisa suficientemente difícil para os especialistas para que um amador se queira afoitar nela), como não aceitar o complexo de desmame que alguns aventuram como hipótese para explicar a bulimia do herói, o seu descomedimento, o empolamento, a sua capacidade de trabalho, de poder ou de amor que lhe poderiam servir de perturbante compensação? Orson Welles era capaz de trabalhar setenta e duas horas sem descanso, de ingerir refeições pantagruélicas (uma vez, no restaurante Pinky’s, em Los Angeles, comeu 18 hot dogs de seguida), de devorar uma dezena de obras por dia, sobre assuntos que iam do romance policial ao ensaio filosófico.
Show de Magia, 1945
Este apreciador de charutos gigantescos não desdenhava os gracejos, dos mais finos aos mais grosseiros. Gostava de se exibir, de fazer de grande senhor. Na América do Sul, viram-no pavonear-se com um vistoso fato branco, instalado num veículo sumptuoso munido de buzinas, escoltado por motociclistas. Se se considerava demasiado consciente para ser um génio cujas criações, segundo ele, não surgiam senão num estado de esgotamento extremo que era raro nele, não desdenha os interrogatórios narcísicos sobre o fenómeno que se vangloriava de ser. Mas esse fenómeno sofre duma espécie de inferioridade física. Gigante, estreito de ombros, sustentava-se sobre os pés chatos e, tal qual uma criança, a insignificância do seu nariz obsessionava-o ao ponto de não cessar de modificar o seu rosto de actor por acessórios nasais numa tentativa de curar esse mal que é o oposto do que Cyrano de Bergerac deve ter sofrido. As nostalgias frequentes, esforçava-se por as vencer nas boites nocturnas ou por fugas inesperadas.
Anos 40
A chegada - como um estrondo - de Orson Welles ao cinema foi comparada a um vendaval. Na realidade, toda a biografia e obra de juventude deste grande criador americano tem algo de vulcânico, expansivo e da força de um furacão. E talvez seja indispensável esta dimensão da sua personalidade para poder medir-se o significado do seu empenho na conquista lenta e progressiva da serenidade, a suave amargura interior do classicismo que apontam as suas últimas obras. George Orson Welles nasceu a 6 de Maio de 1915, filho de Richard Head Welles e Béatrice Ives (uma sufragista que chegou a ser presa por acções pacifistas). O acontecimento teve lugar em Kenosha, pequena cidade de 53.000 habitantes em Wisconsin. O pai, industrial e engenheiro, parece ter deixado uma recordação de playboy e de inventor extravagante. Tinha sessenta e quatro anos quando teve o filho e o nome que lhe deu, ter-lhe-ia sido atribuído em honra de antepassados italianos chamados Orsini.
No Rio de Janeiro, em 1942
Pouco depois de completar os 6 anos, o menino Orson adora e conhece exaustivamente algumas obras de Shakespeare, adaptando algumas delas para um pequeno teatrinho de marionetas. Entre 1923 e 1925 estuda arte trágica, ilusionismo, pintura. Percorre o mundo em companhia do pai. Um dia, em que, no mar das Caraíbas, o barco que os transportava balançava fortemente, Orson dirigiu-se à cabina do pai. Este estava estendido, mais preocupado com as delícias do álcool que com as fúrias do oceano. Os balanços projectavam a criança para a direita e para a esquerda. «Maldição!» gritou o pai, «o teu bisavô, caído à água numa bebedeira, afundou-se a pique... o meu pai, nem falemos nisso... Quanto a mim, tu próprio podes verificar o estado em que estou... Espero que não venhas mais tarde a sucumbir a esta paixão funesta e hereditária». Estas revelações tiveram sobre Orson um efeito inesperado. Convencido de que mais valia entregar-se sem demora às tendências duma hereditariedade inflexível, dirigiu-se sem mais delongas para o bar do navio. Terminada a travessia, apresentaram ao pai a conta do enfant térrible: era da ordem das centenas de dólares.
Com Cole Porter (1946)
Aos 11 anos lê "Assim Falava Zaratustra”, de Nietzsche, encontrando na obra razões de orgulho, de exaltação e de superação da condição humana. Entra na intimidade duma cantora de ópera, ludibriada pela sua aparência física, e que se utiliza dele na flor da idade. A pé, sem dinheiro, empreende sózinho a primeira grande viagem à Europa e jamais se esquecerá de Paris, onde, sentado nas Tulherias, lhe teriam reclamado que pagasse a cadeira que ocupava... Mas foi então que encontrou Houdini, que lhe dá lições de magia, o que lhe faz despertar esse outro aspecto essencial da sua personalidade: o ilusionista, o prestidigitador, o mistificador. Em 1928, aos 13, funda um grupo teatral. Aos 15, já com quase 2 m de altura, e depois da morte do pai (a mãe falecera aos 44 anos, tinha ele apenas 9 anos) monta uma composição escrita por ele mesmo de oito tragédias de Shakespeare. Encena também Júlio César e obtém um prémio da Associação Dramática de Chicago. Em 1931 viaja até à Irlanda. Neste país faz-se passar por um famoso actor americano e integra-se no teatro profissional irlandês.
No set de "Citizen Kane", 1940
Em 1933 volta aos E. U. A. e escreve uma biografia de John Brown, o herói do abolicionismo. Visita Marrocos e a Espanha, onde se inicia na arte da tauromaquia (ao longo dos anos faria imensas amizades nesse mundo de marialvas). Edita as obras completas de Shakespeare. Em 1934 interpreta o Mercutio de "Romeu e Julieta” e leva à cena "As Três Irmãs” de Tchekov. Associa-se a John Houseman em 1935, ano em que a crise crónica do teatro norte-americano se acentua. É contratado para a rádio. E se até então só tinha conseguido um leve renome no teatro, entre profissionais e restritos sectores do público, a rádio vai dar-lhe rapidamente fama nacional; primeiro, como imitador de Hitler, Mussolini e outros políticos da época; e, pouco depois, como redactor, director e locutor de um programa em que realiza uma versão radiofónica do romance de H.G.Wells "A Guerra dos Mundos”, a qual foi feita com tal veracidade que provocou um pânico indiscritível em grandes sectores do Leste dos E. U. A. O seu trabalho na rádio prolonga-se até 1938. Simultaneamente, continua inserido nas fileiras dizimadas do teatro, e com Houseman monta um "Macbeth” interpretado totalmente por actores negros. Hollywood, necessitada de seiva nova, fixa nele o seu olhar.
Foto promocional de "Citizen Kane" (1941)
Prepara uma adaptação de "Heart of Darkness”, de Joseph Conrad, mas a rodagem teve de ser suspensa por ausência da protagonista, Dita Parlo, retida na Europa devido ao rebentar da segunda guerra mundial. Depois de se negar a rodar uma trama policial, propôs o argumento de "Citizen Kane”, escrito por ele mesmo e por Herman J. Mankiewicz, que viria a conquistar o respectivo Óscar da Academia. Em 30 de Julho de 1940 começou a rodagem. Em Fevereiro do ano seguinte, Louella Parsons, assalariada da cadeia Hearst, fez estalar o “escândalo Kane”, ao denunciar o filme como uma caricatura caluniosa da vida de William Randolph Hearst, o magnata da imprensa. Todos os mecanismos de controle da opinião pública da cadeia Hearst boicotaram a obra e o seu autor. "Citizen Kane” estreou-se em 9 de Abril de 1941. A primeira colisão de Welles com a indústria que solicitou o seu trabalho foi o começo de uma eterna cadeia de confrontos que dificultaram seriamente a sua carreira cinematográfica e o levaram, tempo depois, ao exílio voluntário na Europa.
Com a mulher, Rita Hayworth, em casa (1945)
Depois de se libertar de um primeiro casamento com Virginia Nicholson (1934-1940) ruma em 1942 à América do Sul, onde pretende filmar uma trilogia sobre a Argentina, o Brasil e o México, projecto que na altura não conseguirá terminar (só muito recentemente se recuperou parte deste material, agora disponível num DVD chamado "It's All True", e premiado pela Associação de Críticos de Los Angeles). Casa-se em 1943 com a actriz Rita Hayworth, cuja fisionomia vem a transformar radicalmente no filme "The Lady From Shangai”, quatro anos depois, para decepção da maioria dos fans da actriz. Aliás, a "execução" visual de Rita iniciou-se por uma hecatombe espectacular. A imprensa foi convocada para o nascimento da nova Rita Hayworth, anunciado por Welles com grande pompa. Estava presente um mestre cabeleireiro. E foi diante de um público atónito que os longos cabelos dourados da deusa de Hollywood caíram sob a sua tesoura. Depois de violentas desavenças, o casal divorciar-se-ia no ano seguinte, e do casamento resultaria o nascimento de uma filha, Rebecca, em 1944, apadrinhada por Frank Sinatra.
Foto promocional de "The Lady From Shangai" (1947)
A partir de "The Lady From Shangai”, estreado em 1948 (após "The Magnificent Ambersons”, "Journey Into Fear” - concluído por Norman Foster - e "The Stranger”) Welles passa a ser um cineasta sem contrato, trabalhador errante, solitário e independente, que balizou a sua trajectória com títulos que têm quase todos um lugar na história do cinema: "Macbeth” [1948], "Othello” [1952], que obtém o Grande Prémio de Cannes, "The Touch of Evil” [1958], em que dirige a mítica Marlène Dietrich, "The Trial” [1962], adaptado do célebre romance de Kafka, "Chimes at Midnight” [1965], que conquista diversos prémios. Em 1953 publica um romance satírico, "V.I.P." e cria o bailado "The Lady In the Ice" para Roland Petit. 
"Macbeth" (1948)
A partir do final dos anos 50 o actor toma o lugar do cineasta (visando a obtenção de dinheiro para financiar projectos mais pessoais) e a sua incursão no campo da realização será apenas esporádica e sobretudo virada para o pequeno écran: documentários, séries e curtas-metragens, a que frequentemente emprestava também a sua poderosa e inconfundível voz para as respectivas narrações. Mas todas as interpretações de Welles como actor forneceriam a matéria de uma teoria da representação no cinema, se não bastasse o estudo de "Citizen Kane" para cumprir sózinho essa missão, mostrando como Welles emprega toda a panóplia das expressões e dos gestos, da imobilidade à dança, numa reflexão permanente sobre a elasticidade da distância entre actor e personagem.
Rodagem de "Othello", em Marrocos (1949)
É nestas últimas décadas que cresce a fama do realizador em não terminar nunca (ou muito raramente) os filmes em que se envolvia. Qualquer que fosse a razão (simultaneidade de projectos, carências financeiras ou uma dispersão contínua por múltiplos e variados interesses), a verdade é que Welles deixou muita coisa inacabada: "The Deep”, "The Other Side of the Wind”, "The Dreamers” ou "Moby Dick” são alguns dos títulos mais conhecidos que nunca chegaram a saír da mesa de montagem. "Dom Quixote”, projecto para o qual Welles passou a vida a rodar diversas cenas, foi finalmente concluído por Jesus Franco e Patxi Irigoyen em 1992, encontrando-se já disponível em DVD.
"Man In The Shadow" (1957)
Aquando da apresentação do filme "Relatório Confidencial" em Paris, em Novembro de 1959, Louise de Vilmorin diria de Welles: «Não é snob, pois nunca o farão falar contra as suas convicções; pois nunca o farão dizer o contrário daquilo que pensa; respeita aquilo que o emociona, e se a banalidade se retira de tudo o que se torna objecto da sua atenção, é que não pode olhar nada sem inventar. Assim dá-nos aquilo que nos era destinado e que não víamos, assim perturba a nossa consciência confrontando-a com a idade das coisas que esquecemos. (...) A sua obra é um cisne vogando desde hoje para os depois de amanhã, sobre a água dos longos tempos que estão para vir. E com tudo isto é encantador, seduz sem ser sedutor; é simples, atento e sempre disposto a agradar! Mas acontece que não pode apresentar nem encanto, nem atenção, nem sedução, nem prazer que não seja extraordinário. Não mandamos nas nossas recordações e há, entre os seus dons, o estranho poder de ser inesquecível.»
Com Marlène Dietrich em "The Touch of Evil" (1958)
Jean Cocteau, em 1962, faria o seguinte depoimento: «Orson Welles é um poeta pela sua violência e pela sua graça. Nunca cai do arame em que atravessa as cidades e os seus dramas. É-o também pela fiel amizade que traz aos nossos sonhos e às nossas lutas.» François Chalais iria um pouco mais longe: «Orson Welles pertence a essa seita extravagante e racista que sabe que convém honrar a maledicência justamente em nome da amizade que merece o género humano. É por isso que o amamos, como amamos os camaradas com quem lutamos porque isso faz circular agradavelmente o sangue - o deles e o nosso. É por isso que amamos esse destruidor de estrelas e de magnatas, esse cowboy da Renascença que chama Shakespeare pelo seu nome próprio e, o que é mais raro, a quem Shakespeare deve chamar pelo nome próprio.»
Com Juliette Gréco (1960)
Depois de receber o prémio de carreira (“Leão de Ouro”) no Festival de Veneza de 1970, e de um Óscar honorário no ano seguinte, Welles é homenageado em 1975 pelo American Film Institute (“The Lifetime Achievement”) e em 1984 é-lhe atribuído o prestigioso “D.W. Griffith Award”. Casado desde 1955 com Paola Mori, condessa de Cifagio (a filha deste último casamento, Beatrice Welles, foi constituída como sua única herdeira), vem a falecer, de ataque cardíaco, a 10 de Outubro de 1985, em Hollywood. Tinha 70 anos, e as suas cinzas foram depositadas em Málaga, Espanha, na propriedade rural de Antonio Ordoñez, um toureiro reformado, entretanto já falecido também. Um ano depois, Oja Kodar, nascida na Croácia, que foi a sua última companheira (conheceram-se em 1962, durante a rodagem de "The Trial”), chegou a acordo com Paola Mori para as disposições finais do testamento de Welles. Mas os papeis nunca foram assinados, porque Paola viria a morrer, vítima de um acidente viário, quando se dirigia ao encontro.

«Nós nascemos sózinhos, vivemos sózinhos e morremos sózinhos. Sómente através do amor e das amizades é que podemos criar a ilusão, durante um momento, de que não estamos sózinhos.» (Orson Welles)

Com Anthony Perkins, junto ao Sena, em Paris (1962)

FILMOGRAFIA:

1987 – Someone to Love / Alguém Para Amar
1984 – Where Is Parsifal?
1983 – Hot Money
1982 – Butterfly
1979 – The Muppet Movie / As Aventuras dos Marretas
1976 – Voyage of the Damned / A Viagem dos Malditos
1972 – Treasure Island / A Ilha do Tesouro (+ argumento)
1972 – Necromancy
1972 – Get to Know Your Rabbit / O Super-Mágico
1971 – La Décade Prodigieuse / A Década Prodigiosa
1971 – A Safe Place
1971 – Malpertuis
1970 – Waterloo
1970 - Upon This Rock
1970 - Start the Revolution Without Me / Comecem a Combater Sem Mim
1970 – Catch 22 / Artigo 22
1970 – The Kremlin Letter / A Carta do Kremlin
1969 – Una Su 13 / Doze Mais Uma
1969 – Bitka na Neretvi
1969 - The Battle of Rome / A Batalha de Roma
1969 – The Southern Star / A Estrela do Sul
1969 – Kampf um Rom II – Der Verrat
1969 – Tepepa
1968 – Kampf um Rom I
1968 – House of Cards / A Sombra de um Homem
1968 – Oedipus the King
1967 – I’ll Never Forget What’s His Name / O Falhado
1967 – The Sailor From Gibraltar
1967 – Casino Royale / Casino Royale
1966 – A Man For All Seasons / Um Homem Para a Eternidade
1966 – Paris Brûle-t-il? / Paris Já Está a Arder?
1965 – Falstaff / Chimes at Midnight / As Badaladas da Meia-Noite (+ realização + argumento)
1964 – La Fabuleuse Aventure de Marco Polo / A Fabulosa Aventura de Marco Polo
1963 – The V.I.P.s
1963 – Ro.Go.Pa.G. (segment“La Ricotta”)
1962 – The Trial / O Processo
1961 – I Tartari
1961 – La Fayette
1960 - Austerlitz
1960 – Crack in the Mirror / Drama Num Espelho
1960 – David e Golia / David e Golias
1959 – Ferry to Hong Kong / Passagem Para Hong Kong
1959 – Compulsion / O Génio do Mal
1958 – The Roosts of Heaven / Raízes do Céu
1958 – The Touch of Evil / A Sede do Mal (+ realização + argumento)
1958 – The Long, Hot Summer / Paixões Que Escaldam
1957 – Pay the Devil (Man In The Shadow) / O Salário do Diabo
1956 – Moby Dick / Moby Dick
1955 – Napoléon / Napoleão
1955 – Three Cases of Murder (“Lord Mountdrago” segment) / Três Crimes
1955 – Mr. Arkadin: Confidential Report / Relatório Confidencial (+ realização + argumento + produção)
1954 – Trouble In The Glen / O Vale da Esperança
1954 – Si Versailles M’était Conté / Se Versalhes Falasse
1953 – L’Uomo, La Bestia  e la Virtù
1952 – Trent’s Last Case / O Último Caso de Trent
1952 – Othello / Otelo (+ realização + produção)
1950 – The Black Rose / A Rosa Negra
1949 – Prince of Foxes / O Favorito dos Bórgias
1949 – The Third Man / O Terceiro Homem
1949 – Cagliostro
1948 – Macbeth / Macbeth (+ realização + produção)
1947 – The Lady From Shangai / A Dama de Xangai (+ realização + argumento + produção)
1946 – The Stranger / O Estrangeiro (+ realização + argumento)
1946 – Tomorrow is Forever / Amanhã Viveremos
1943 – Jane Eyre / A Paixão de Jane Eyre
1943 – Journey Into Fear / A Jornada do Medo (+ realização + argumento + produção)
1942 – The Magnificent Ambersons / O 4º Mandamento (+ realização + argumento + produção)
1941 – Citizen Kane / O Mundo a Seus Pés (+ realização + argumento + produção)


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