A CASA DAS JANELAS SORRIDENTES
Um filme de PUPI AVATI
Com Lino Capolicchio, Francesca Marciano, Gianni Cavina, Giulio Pizzirani, Bob Tonelli, Vanna Busoni, etc.
ITÁLIA / 110 min / COR / 16X9 (1.85:1)
Estreia em ITÁLIA a 16/8/1976
Estreia em PORTUGAL em Fevereiro 1983
(Fantasporto Film Festival)
Estamos em Itália, na região de Ferrara. Stefano (Lino Capolicchio), um pintor especializado em restaurações é contratado pelo Presidente da Camara local para proceder à reparação de um painel da igreja pintado há muitos anos por Buono Legnani, um artista conhecido na altura como "O Pintor da Agonia", dado como morto, embora o seu corpo nunca tenha sido encontrado. Tal pintura parece exercer uma certa inquietação nos habitantes locais, o que leva Stefano a investigar a vida de Legnani, ao mesmo tempo que inicia o seu trabalho de rigor e minúcia.
É esta a premissa à volta da qual se desenvolve o filme do italiano Pupi Avati, com o pouco usual nome de "A Casa das Janelas Sorridentes". Comparado por vezes a Bava, Fulci e Argento (a trilogia italiana do "giallo"), Avati é um prolífero argumentista e realizador, com algumas dezenas de títulos na sua filmografia, iniciada logo no início da década de 70. Esta é a sua quinta longa-metragem como director e para a qual também escreveu a história e o respectivo argumento. Encomendei o filme quer pela originalidade do título quer por algumas boas referências que tinha lido em alguns blogues de cinema.
A desilusão foi enorme! O filme de Avati parece feito a retalho, com cenas desligadas e servidas por uma montagem desastrosa. Nada ali liga bem com nada e o próprio argumento mais parece um queijo suiço Gruyère, tantos os "buracos" que por lá proliferam. Contudo, o filme até arranca bem, com a chegada do protagonista principal e a criação de uma certa atmosfera de suspense e inquietação. Mas pouco depois tudo se começa a revelar monótono, sem chama, e sobretudo incoerente e muito pouco credível. Algumas cenas ficarão na retina do espectador (a tentativa de violação à bonita Francesca Marciano, por exemplo), mas a chegada do final, completamente ridículo, vem-nos aliviar da grande chatice que foi termos aguentado estoicamente os 110 minutos que o filme dura. Um conselho: fiquem-se pelo trailer aí em baixo - são apenas 3 minutos e 27 segundos, e é bem melhor do que todo o filme.