Com projecto do arquitecto Rodrigues Lima, o
Monumental era constituído por um teatro para 1182 espectadores, um cinema para
2170, um café-restaurante e uma sala para exposições artísticas. Localizado na
Praça Duque de Saldanha, em Lisboa, foi inaugurado no dia 14 de Novembro de 1951, com o
filme "O Facho e a Flecha" de Jacques Tourneur, com Burt Lancaster, e a peça
de teatro "As Três Valsas", com João Villaret e Laura
Alves. A sala de cinema, com eixo central paralelo à Av. Fontes Pereira de
Melo, possuía um écrã gigantesco, onde mais tarde seriam projectados os filmes em
70 mm e 6 bandas estereofónicas.
Alguns títulos dos muitos filmes inesquecíveis que por lá tive a felicidade de assistir: "Spartacus" e "2001: Odisseia no Espaço" de Stanley Kubrick, "West Side Story" de Jerome Robbins e Robert Wise "My Fair Lady" de George Cukor, "Morte em Veneza" de Luchino Visconti, "El Cid" de Anthony Mann, "Papillon" de Franklin Schaffner, "Longe da Multidão" de John Schlesinger, "Tommy" de Ken Russell , "Star Wars" de George Lucas, "Um Violino no Telhado" de Norman Jewison, "Halloween" de John Carpenter.
Alguns títulos dos muitos filmes inesquecíveis que por lá tive a felicidade de assistir: "Spartacus" e "2001: Odisseia no Espaço" de Stanley Kubrick, "West Side Story" de Jerome Robbins e Robert Wise "My Fair Lady" de George Cukor, "Morte em Veneza" de Luchino Visconti, "El Cid" de Anthony Mann, "Papillon" de Franklin Schaffner, "Longe da Multidão" de John Schlesinger, "Tommy" de Ken Russell , "Star Wars" de George Lucas, "Um Violino no Telhado" de Norman Jewison, "Halloween" de John Carpenter.
Comportando plateia e dois
balcões, esta sala constituía a «referência mais imensa do espaço-cinema em
Portugal: a sala cheia parecia uma cidade!» No interior existia um enorme foyer,
muito à Hollywood, com mármores, dourados e lustres. No topo do edifício
funcionava um atelier onde se faziam os cartazes dos filmes (um tipo de publicidade que infelizmente também se perdeu com o passar dos anos) e
que mais tarde foi adaptado para uma pequena sala-estúdio, o Satélite,
inaugurada no Verão de 1971 com o filme francês "Les Choses de la
Vie" de Claude Sautet (estive lá, nessa estreia). Outros filmes importantes que vi nesta pequena sala: "Irei Como Um Cavalo Louco" de Fernando Arrabal, "Sopro no Coração" de Louis Malle, "O Cio" de Paul Morrisey, "Fellini 8 1/2" de Federico Fellini.
Nos anos 60 o Monumental, por intermédio do seu dinâmico
empresário, Vasco Morgado, abriu também as suas portas a inúmeros concursos e
festivais musicais, para além de muitos intérpretes da música Pop: Sylvie
Vartan (14 de Março de 1964), Rita Pavone (13 de Junho de 1965), The Searchers
(2 e 3 de Novembro de 1965), The Animals (7 de Dezembro de 1965) - podia ler-se no Diário de Notícias: «Um aviso! Não tragam os Beatles! Será o fim do Monumental a avaliar pelo delírio que ontem provocaram os Animals. Gritos estridentes, ininterruptos, agudos, lancinantes, um uivo sincopado de yé-yé, definindo quase um sentimento de dor» - , Charles
Aznavour (6 e 7 de Janeiro de 1966), Conjunto Académico João Paulo (7 de
Fevereiro de 1966), Nino Ferrer (3 de Junho de 1966), Richard Anthony (28 de
Fevereiro de 1966), Sandie Shaw (3 de Julho de 1967) e Georgie Fame (Outubro de
1968), entre outros.
O exterior do edifício era de pedra, com colunas, estátuas
decorativas e esferas armilares de ferro que estão, hoje em dia, junto ao
Padrão dos Descobrimentos, em Belém. A ordem de demolição chegou em 1984, e o
último filme a ser exibido, foi... "E Tudo o Vento Levou".
No mesmo local ergue-se hoje um moderno edifício (todo ele ostensivamente
espelhado), também chamado Monumental (embora a sua arquitectura, extremamente
feia e agressiva, nada tenha a ver com o antigo), com escritórios, lojas e 4
salas de cinema, a maior das quais com 378 lugares.
Pessoalmente, considero que
a extinção do edifício do Monumental foi um dos maiores crimes culturais jamais
cometidos na capital. E, que eu saiba, ninguém foi preso por isso. Nem o
arquitecto, nem o construtor, nem o principal responsável: o então presidente
da Câmara Municipal - Krus Abecassis - democrata-cristão já falecido e
personagem de triste memória para a cidade de Lisboa.
4 comentários:
Como estudante de história fico encantado com os textos do seu site.
Continue assim. Parabéns.
Obrigado, Renato
Muitos parabéns! Pelo blog no seu todo e, em particular, pelo trabalho das salas de cinema. Tive um tio que trabalhou a pintar os cartazes de filmes no terraço do Monumental. Foi em 1966/67. Gostaria de saber se é possível saber algo mais sobre a empresa responsável por essa publicidade (tenho um nome : Publipleno, mas não sei). O último cartaz que pintou foi o de Karthoum, mas não consigo saber em que ano e mês o filme estreou em Portugal, ou passou no Monumental. Obrigado mais uma vez por tudo isto.
Enviar um comentário