Cinema EDEN (Praça dos Restauradores) |
CinemaCONDES (Praça dos Restauradores) |
Cine-Teatro CAPITÓLIO (Parque Mayer, Av. da Liberdade) |
A grande maioria destas salas não resistiu à passagem dos anos, embora continuem vivas nas nossas memórias. E eram todas salas de espectáculo (não apenas de exibição, como hoje), grandes e espaçosas, as mais antigas com a sua plateia e o seu balcão (12,5 e 25 escudos, lembram-se?). Ah, e um pormenor de grande importância: a maioria tinha cortinados, longos e espessos, que, imagine-se, abriam-se e fechavam-se, majestosamente, no início e no fim da cerimónia (lembram-se do filme do Coppola, "One From The Heart / Do Fundo do Coração"? Pois, era isso mesmo, a magia...).
Cinema EUROPA (Rua Francisco Metrass, em Campo de Ourique) |
Curiosamente, as salas tinham a sua própria programação, o mesmo filme só se estreava simultaneamente num número reduzido de locais; e isso tinha uma certa importância, conferia a cada sala a sua personalidade, a sua identidade. E quanto à sessão, propriamente dita, as diferenças revelavam-se mesmo antes de se entrar para a sala escura: normalmente havia filas maiores do que as de hoje (videos e dvds eram palavras desconhecidas, pelo que as pessoas eram obrigadas a sair de casa) mas no fim da espera era reconfortante poder-se falar, directamente e em tom normal, com a pessoa que vendia os bilhetes (e não aos berros e para um pedaço de vidro, como hoje acontece).
Depois era a recolha do programa grátis (que sempre servia de pretexto para se dar qualquer coisa ao arrumador) com os dados mais ou menos completos do filme em cartaz e às vezes também com comentários críticos (lembram-se do bom trabalho que o Lauro António fazia no Apolo 70 e no Caleidoscópio?). Finalmente o início da sessão, que quase sempre começava por um magazine de actualidades ("Assim vai o mundo..."), um desenho animado e/ou um documentário e as apresentações das próximas estreias. Primeiro intervalo (algumas salas foram-no abolindo), antes do início do filme de fundo e, antes da segunda parte, um novo intervalo. Estes interregnos serviam, acredite-se, para visitar o bar, tecer comentários sobre o filme, ir à casa de banho...
Para concluir, uma última referência a outra vertente das sessões: sala que se prezasse tinha sempre as suas sessões clássicas (normalmente ao fim da tarde ou à meia-noite) onde, por preços mais reduzidos, se podiam visualizar outros filmes, velhas glórias do passado, de que habitualmente só se tinha ouvido falar ou lido em revistas e livros de cinema. Ah, e no Verão havia mesmo férias para as estreias - era a época das reposições, que servia de igual modo para preencher lacunas antigas. Enfim, outros tempos, outras sessões contínuas...
Transcrevem-se de seguida partes de um excelente artigo, da autoria de Ana Cavaco, publicado no jornal A Capital, Sábado, 19 de Março de 2005:
Ao longo dos anos, muitas salas de cinema desapareceram da superfície de Lisboa quase sem deixar rasto. De algumas, ficaram as fachadas; de outras, apenas a memória de que, um dia, um projector iluminou um ecrã numa sala escura. É desses tempos que aqui vamos falar. Tempos em que ir ao cinema representava um acontecimento social; em que ver um filme era mais que estar sentado, quieto, em silêncio. Ir ao cinema já não é o que era. Os trajes especiais usados para assistir às estreias ou sessões em grandes salas foram substituídas pelas roupas confortáveis da modernidade, os leques, as plumas e outros adereços deram lugar a bebidas gaseificadas e a pipocas barulhentas. Uma simbólica máquina do tempo serve de guia numa viagem à época em que ir ao cinema era uma ocasião mais que especial.
«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades» já Camões anunciava e bem antes de haver a tal invenção de captar imagem numa película e projectá-la num ecrã. Pois que no cinema, também ele dono de poesia, os tempos e as vontades, de igual modo, não estacam. Ao longo dos anos, foram-se perdendo salas, espectadores, o prestígio e ânsia simbólica de assistir a uma estreia. Algo de bizarro porque, tendo em conta a globalização e o crescimento da população mundial, deveria ter acontecido o contrário: mais salas, mais espectadores, mais filmes. Tudo mais e melhor. Mas, se é verdade que se perdeu o glamour e a magia de ir ao cinema, também não o é menos que muitos dos espaços que lhe davam classe e fascínio desapareceram. O que lhe propomos é uma viagem, em palavras, a esse tempo perdido. Uma viagem de revisitação a espaços que fecharam para dar lugar, por exemplo, a armazéns de roupa ou a supermercados. Outros ainda mais flagrantes, autênticos símbolos da Sétima Arte, que fecharam para obras e abriram como Igrejas ou como hinos do mundo globalizado e capitalista.
Nesta máquina do tempo, o relógio foi ajustado por Pedro Bandeira Freire, ex-dono dos cinemas Quarteto e um espectador atento das salas desaparecidas. Tão atento que elaborou uma lista, de A a Z, com os nomes dos espaços eliminados do mapa lisboeta e que eram local de romaria para quem era cinéfilo. «Tenho imensa pena que os cinemas tenham desaparecido, mas também sei que é a evolução dos tempos e que, cada vez mais, passa a haver inovações tecnológicas que o vão tomando mais efémero», lamenta Bandeira Freire.
Efemeridade alcançada pela quantidade de cópias feitas nos dias que correm (antes apenas havia uma ou duas de cada filme), pela invasão que dos blockbusters, pelo pouco tempo de exibição de alguns filmes e pela evolução dos formatos de gravação. «O que se passa é que tudo tem a sua evolução. Com o aparecimento das novas técnicas de reprodução de imagem e com a globalização o mercado acaba por ficar saturado. Hoje, o filme é rentabilizado na estreia, depois passa para DVD e, quando se querem filmes para fazer reposições, não se encontram as cópias. O que é pena porque não há armazéns que resistam a guardar tantas bobinas. Nos dias que correm, ninguém liga a isto e as cópias ficam como objectos para deitar fora. Ao fim de cinco anos, como os direitos acabam, as fitas são destruídas. Antes, quando era novo, chamava-se a machadinha porque eram cortados com machados», explica Bandeira Freire.
OUTRAS ESTÓRIAS
«Naquela altura, era eu ainda garoto, ir ao cinema era um acontecimento, principalmente quando se ia ao Monumental, ao Éden ou ao Império. As pessoas vestiam-se a rigor para ir a uma sessão e, uma coisa curiosa, era a obrigatoriedade de levar casaco e, em alguns casos, gravata. O casaco era para impedir cenas libidinosas entre os senhores e as senhoras, como roçar de braços e outros toques do género», conta Pedro Bandeira Freire. Atitudes libidinosas com que o antigo dono do Éden parecia concordar. Em tempos remotos, era habitual nas salas de cinema haver espectáculos de variedades. O Éden tinha um corpo de bailarinas que animava a plateia antes da sessão e, para "rentabilizar" o negócio, o senhor decidiu construir uma série de túneis labirínticos para permitir airosas saídas de quem não queria ser encontrado numa espécie de quarto com divã encastrado. «Os túneis tinham várias portas de saída dando um ar clandestino ao cinema. Além disso, os camarotes daquele cinema, tinham uma espécie de vidros espelhados que se baixavam como o dos carros, e quem lá ia fazia tudo menos ver filmes», diz Bandeira Freire.
Assim era nos cinemas ditos mais refinados. Mas, nos chamados cinemas de reprise, normalmente localizados nos bairros, não era raro haver troca de mimos entre a assistência e comentários aos diálogos dos filmes. Por exemplo, no Chiado Terrasse, antes em frente da Livraria Bertrand, junto ao Bairro Alto, houve um senhor que decidiu tocar de forma menos apropriada uma senhora. Esta, reagindo à inconveniência, não se fez rogada e pregou-lhe uma estalada. «Talvez acontecesse porque era um cinema localizado junto ao Bairro Alto e por isso não muito bem frequentado», justifica o ex-proprietário dos Cinemas Quarteto.
Já agora, convém esclarecer que, na altura, o projeccionista não dava por este nome. É que no Tivoli trabalhava um que era marreco e daí em diante, cada vez que havia um problema com a película, não era estranho ouvir alguém na multidão berrar: «Ó Marreco! Olha o som!». Noutra ocasião, quando passavam as notícias do dia - algo como os telejomais de hoje mas apenas com cariz oficial de divulgação dos feitos dos ministros e eventos de estado - anunciava-se a exposição das jóias da coroa britânicas. Na altura em que o locutor descrevia um valioso broche feito manualmente, alguém da plateia gritou: «À mão?! Nunca tal tinha ouvido!» O entusiasmo de quem se sentava naquelas cadeiras era tal que não havia timidez em dizer, após o anúncio da primeira viagem ao espaço: «Que merda! E eu continuo a apanhar o eléctrico para a Estrela...» Comentários que, se hoje fossem ouvidos, causariam consternação e embaraço. Mais uma vez, mudaram-se os tempos e mudaram-se as vontades. Quem vai ao cinema nos dias de hoje não recorda os tempos áureos de quem guardava os tostões para ver mais um filmito. De quem nem sequer se importava de ver uma película que já estivesse devassada pela máquina de projecção.
O entusiasmo passou, os cinemas fecharam, mas as memórias de quem viveu esse tempo continuam vivas e saudosas. Afinal, andava-se de sala em sala; não era raro passar de um cinema para o outro só para ver o segundo filme de reprise - normalmente as sessões eram duplas, sendo que a primeira era de uma película mais antiga e a segunda uma mais recente. Hoje, as salas enchem apenas quando se trata de um famoso blockbuster e os filmes seguram-se, se renderem nas bilheteiras, escassas semanas. Antes, mesmo à uma da matina, havia quem preenchesse todos os lugares de uma plateia para ver a máquina dos sonhos funcionar.
Tanto para os mais nostálgicos como para aqueles que, simplesmente, nunca conheceram a Lisboa que em cima se fala, segue-se uma lista, por ordem alfabética, de 52 de salas da capital (a esmagadora maioria fazendo hoje parte apenas das nossas memórias) e respectivas curiosidades de uma época que não mais voltará.
7ª Arte - Sala inaugurada em meados dos anos 80, num beco da Av. da República (nº 68), junto a uma entrada secundária da estação de comboios de Entre-Campos. Teve vida relativamente curta, acabando por fechar e dar lugar a escritórios (é lá que se situa actualmente a Embaixada de Angola). Foi nesta sala que assisti à estreia do magnífico "Starman", de John Carpenter, em Junho de 1985.
ABCine - Iniciou a sua actividade em 1976, quando foi inaugurado o centro comercial Alvalade, um dos pioneiros da cidade (quando abriu era mesmo o maior, com 82 lojas). O ABCine teve durante bastante tempo um público fiel (foi lá que assisti à estreia do fantástico "Carrie", de Brian De Palma e do oscarizado "Annie Hall", de Woody Allen), apesar do gigante vizinho, o Cinema Alvalade. Quando começou a perder algum público a administração decidiu criar uma segunda sala e mudar o nome para Hollywood. Com o aparecimento dos grandes centros comerciais nos anos 90, muitas das lojas começaram a fechar (havia por lá uma livraria e uma discoteca enormes, que faziam as minhas delícias) e os cinemas acabaram por ter a mesma sorte. Depois de um longo período em que o centro comercial se manteve completamente descaracterizado, foi totalmente remodelado em 2013, dando origem a 30 novas lojas (nem uma pequena livraria para amostra de um pouco de cultura), alguns espaços de restauração, o supermercado Pingo Doce e uma longa esplanada (talvez o lugar mais aprazível de todos).
Alfas - Eram um conjunto de 5 salas que abriram logo nos inícios dos anos 80 na Av. Almirante Gago Coutinho, perto da Praça do Areeiro. Juntamente com o Quarteto partilhavam o facto de serem os únicos complexos multi-salas fora de centros comerciais. À entrada existia um pequeno salão de jogos e lembro-me de ver lá em estreia "Os Salteadores da Arca Perdida" de Spielberg, quando o filme estreou, no dia 9 de Outubro de 1981. Nos anos 90 começaram a perder público e acabariam por encerrar em 1997. O edifício foi demolido e no local construíram um condomínio de luxo.
7ª Arte - Sala inaugurada em meados dos anos 80, num beco da Av. da República (nº 68), junto a uma entrada secundária da estação de comboios de Entre-Campos. Teve vida relativamente curta, acabando por fechar e dar lugar a escritórios (é lá que se situa actualmente a Embaixada de Angola). Foi nesta sala que assisti à estreia do magnífico "Starman", de John Carpenter, em Junho de 1985.
Alvalade – Localizado no nº 100 da Av. de Roma (esquina com a Rua Luís Augusto Palmeirim), foi inaugurado no dia 8 de Dezembro de 1953 com o filme brasileiro de Lima Barreto, "O Cangaceiro", sessão a que esteve presente o embaixador do Brasil em Portugal. Como muitas outras salas aparecidas durante a década de 50, o Alvalade era enorme, com capacidade para 1262 espectadores, distribuídos por uma plateia e dois balcões. Lembro-me de ver por lá "O Maior Circo do Mundo" de Joseph Newman, "A Fera Adormecida" de Joseph Losey, "Os Três Mosqueteiros" de Richard Lester, "Friends" de Lewis Gilbert ou "A Fúria do Dragão" de Bruce Lee.
Encerrado em 1985, foi arrendado pela famigerada IURD - Igreja Universal do Reino de Deus, até ao ano 2000. Depois de três anos votado ao abandono, foi iniciada a sua demolição em 2003. No seu lugar viria a ser erguido um edifício de oito pisos destinado a habitação ("Hollywood Residence"), escritórios e uma zona de lazer onde existem 4 mini-salas de cinema (o "Cinema City Classic Alvalade", com capacidade total de 389 espectadores), um café-bar, lojas e estacionamento automóvel. Felizmente foi preservado o enorme painel original, da autoria de Estrela Faria. A abertura deste espaço ocorreu a 22 de Janeiro de 2009.
Interior do Cinema ALVALADE |
Encerrado em 1985, foi arrendado pela famigerada IURD - Igreja Universal do Reino de Deus, até ao ano 2000. Depois de três anos votado ao abandono, foi iniciada a sua demolição em 2003. No seu lugar viria a ser erguido um edifício de oito pisos destinado a habitação ("Hollywood Residence"), escritórios e uma zona de lazer onde existem 4 mini-salas de cinema (o "Cinema City Classic Alvalade", com capacidade total de 389 espectadores), um café-bar, lojas e estacionamento automóvel. Felizmente foi preservado o enorme painel original, da autoria de Estrela Faria. A abertura deste espaço ocorreu a 22 de Janeiro de 2009.
Arco-Irís - Inaugurado nos anos 40, este cinema localizava-se mesmo ao lado do Coliseu dos Recreios, na Rua das Portas de Santo Antão. Encerrou no início dos anos 70, mas depois do 25 de Abril deu lugar a um estabelecimento de Peep-Show chamado Bar 25. No início dos anos 80 foi convertido numa grande pastelaria e café-bar.
Animatógrafo do Rossio - Localizado na Rua dos Sapateiros, junto ao Arco Bandeira, foi inaugurado a 8 de Dezembro de 1907 como Salão Rossio. Em Janeiro de 1918 a publicidade da sala anunciava: «Fitas de sensação interpretadas por bons actores estrangeiros. Salão muito central». A fachada do cinema é das mais características, constituindo hoje ainda em Lisboa um dos raros exemplos do chamado estilo "Arte Nova". Por tal razão é uma autêntica relíquia arquitectónica, apesar de se encontrar convertido numa sex-shop.
Avis - Inaugurado a 1 de Janeiro de 1930 com o nome Trianon, este cinema foi um projecto arrojado de Augusto de Ornelas Bruges, o seu proprietário de então, que comprou um terreno em frente à antiga estação dos eléctricos do Arco do Cego, na então chamada zona das Avenidas Novas. Tinha capacidade para 733 espectadores e era o único cinema nas redondezas devido ao facto de na época se encontrar longe do centro da cidade. Mas o risco acabou por compensar devido à grande afluência de público. Depois de alguns anos encerrado, voltou a abrir em 1956, após consideráveis obras de remodelação, e já com o nome de Avis. No entanto a programação não era grande coisa, exceptuando-se as reposições, que eram muito frequentes (revi lá o "Romeu e Julieta" do Franco Zeffirelli, por exemplo) Encerrou as portas no final dos anos 80, acabando por ser demolido para dar lugar a um novo prédio de habitação. Localizava-se no nº 45 da Av. Duque D'Ávila.
Avis - Inaugurado a 1 de Janeiro de 1930 com o nome Trianon, este cinema foi um projecto arrojado de Augusto de Ornelas Bruges, o seu proprietário de então, que comprou um terreno em frente à antiga estação dos eléctricos do Arco do Cego, na então chamada zona das Avenidas Novas. Tinha capacidade para 733 espectadores e era o único cinema nas redondezas devido ao facto de na época se encontrar longe do centro da cidade. Mas o risco acabou por compensar devido à grande afluência de público. Depois de alguns anos encerrado, voltou a abrir em 1956, após consideráveis obras de remodelação, e já com o nome de Avis. No entanto a programação não era grande coisa, exceptuando-se as reposições, que eram muito frequentes (revi lá o "Romeu e Julieta" do Franco Zeffirelli, por exemplo) Encerrou as portas no final dos anos 80, acabando por ser demolido para dar lugar a um novo prédio de habitação. Localizava-se no nº 45 da Av. Duque D'Ávila.
Berna - Sala de cinema localizada na Av. Marquês de Tomar, a paredes meias com a Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Abriu as portas em Outubro de 1970 com um estrondodo sucesso: "Borsalino", filme francês interpretado por Alain Delon e Jean-Paul Belmondo. No Natal de 1973 estreou-se por lá o filme "Jesus Cristo Superstar", o qual foi classificado pela Comissão de Censura "para maiores de 18 anos", o que hoje em dia parece uma anedota. Foi nesta sala que vi, entre outros, o "Serpico" de Sidney Lumet, o "E.T." de Steven Spielberg ou o "King Kong" de John Guillermin. O Berna conseguiu resistir até 1990, ano em que fechou as portas. Em 1993 foi utilizado como primeira instalação da recém-criada TVI. Actualmente funciona como salão paroquial da Igreja.
Caleidoscópio – Inaugurado no dia 1 de Novembro de 1974, no centro comercial com o mesmo nome, localizava-se no jardim do Campo Grande, junto ao lago principal. Era um espaço bastante agradável e inovador, onde também existia um popular restaurante (comia-se lá muito bem e barato). A sala de cinema, na cave, tinha capacidade para 229 espectadores e o crítico/cineasta Lauro António foi o seu primeiro director de programação. O primeiro filme que lá vi, em Dezembro de 1974, foi o "Chinatown", de Roman Polanski. Outras gratas recordações: "A última Sessão de Cinema" de Bogdanovich, "Woodstock" de Michael Wadleigh, "O Conformista" de Bernardo Bertolucci, "Ana e os Lobos" de Carlos Saura ou alguns ciclos temáticos: Chaplin, Lewis, Tarzan. O edifício mantém-se até à actualidade inalterável no exterior, com os bonitos painéis de azulejos em relevo da fachada a destacarem-se. Mas o cinema e o restaurante, bem como a maior parte das lojas, fecharam. No seu interior nasceu uma grande livraria e uma discoteca de música africana chamada "Nell's".
Campolide - Localizava-se nos nºs 15, 15A e 15B da Rua Leandro Braga, no bairro homónimo. Começou por se chamar Cinema Tortoise em Dezembro de 1924 («o cinema mais confortável de Lisboa», rezava assim a publicidade na altura) e mais tarde o nome foi alterado para Cinema Tenor Romão. Em 1932 sofreu profundas obras de remodelação e modernização, voltando a mudar de nome para Campolide Cinema. Tinha uma capacidade de 441 lugares, distribuídos pela plateia e dois balcões. Em 1938 passou a possuir, também, uma esplanada, localizada entre os nºs 103 e 107 da Rua de Campolide. Fechou as portas em 1977, para anos mais tarde o seu edifício ser demolido. Actualmente encontra-se no seu lugar um armazém que apaga por completo os vestígios do cinema que outrora ali existiu.
Capitólio - Localizado no interior do Parque Mayer, foi inaugurado a 10 de Julho de 1931 com o filme "Corações de Exílio". Apetrechado de uma série de inovações que o distinguiam das demais construções, como a introdução de uma escada rolante e de uma esplanada no terraço (onde se podia assistir a concertos e a espectáculos de variedades, bem como a sessões de cinema ao ar livre), foi equipado com um dos melhores sistemas de som da época (marca alemã Bauer). A sala era desmesuradamente grande, podendo albergar 1391 espectadores, número que esmagava qualquer lotação de outro cinema existente naquela altura, e que foi ainda aumentado para 1400 no seguimentos de remodelações efectuados em 1936.
Já depois do 25 de Abril o Capitólio começou a perder qualidade na sua programação, chegando a passar filmes pornográficos, como "Garganta Funda" ou "O Diabo em Ms. Jones". Veio a encerrar portas no início dos anos 80, mas em 1983 o imóvel foi declarado de interesse público. Passadas mais de duas décadas, a Câmara Municipal tomou a decisão de manter o Capitólio como espaço teatral, abrindo um concurso internacional para a restauração do mesmo. Em 2009 foi-lhe atribuído o nome de Raul Solnado, visto que o falecido actor tinha chegado a ser empresário do cine-teatro, além de nele ter protagonizado diversas revistas.
Capitólio - Localizado no interior do Parque Mayer, foi inaugurado a 10 de Julho de 1931 com o filme "Corações de Exílio". Apetrechado de uma série de inovações que o distinguiam das demais construções, como a introdução de uma escada rolante e de uma esplanada no terraço (onde se podia assistir a concertos e a espectáculos de variedades, bem como a sessões de cinema ao ar livre), foi equipado com um dos melhores sistemas de som da época (marca alemã Bauer). A sala era desmesuradamente grande, podendo albergar 1391 espectadores, número que esmagava qualquer lotação de outro cinema existente naquela altura, e que foi ainda aumentado para 1400 no seguimentos de remodelações efectuados em 1936.
Interior do Cinema CAPITÓLIO |
Terraço do Cinema CAPITÓLIO |
Castil - Localizado no nº 39 da Rua Castilho, esta moderna sala (foi uma das primeiras a ter Som Dolby) foi inaugurada em Agosto de 1973 com o filme "O Espantalho", com Al Pacino e Gene Hackman. Estive presente nessa estreia e durante os anos seguintes vi por lá filmes muito interessantes e um pouco marginalizados, como por exemplo "O Vício" de Paul Morrissey. O Castil viria a encerrar portas em 1986. Actualmente funciona uma dependência bancária nas suas antigas instalações.
Cervejaria Portugália - Uma sala pequena situada no andar de cima da cervejaria da Avenida Almirante Reis, onde se comiam tremoços e bebiam imperiais, enquanto se assistia aos filmes que por lá eram projectados.
Chiado Terrasse - Foi o primeiro cinema especialmente construído para o efeito, em Lisboa, tendo sido inaugurado a 28 de Outubro de 1908, na Rua António Maria Cardoso, na Encarnação (rua onde mais tarde funcionariam os serviços da Pide - Polícia política do Estado Novo - de má memória). Logo desde o início torna-se numa das salas de referência de Lisboa, quer pela amplitude das suas instalações quer pela variedade dos seus programas, não esquecendo o êxito do animatógrafo "falado". Em 1910, Sabino Correia iniciou obras de melhoramento na sala, construindo ainda um espaço exterior, que designou por esplanada. Em 1911, o arquitecto Tertuliano de Lacerda Marques redesenhou a fachada, em gosto mais erudito, fim-de-século e clássico. Novas remodelações são feitas em 1916, ficando o edifício com o aspecto que manteria até ao seu desaparecimento. Ao mesmo tempo é construído um pequeno palco, que seria utilizado mais tarde por uma companhia de revista. Nos anos 30 foi remodelado internamente, em desenho Art-Deco. Tinha uma bilheteira de rua, agressiva, demasiado alta para as crianças, mas era uma simpática sala de bairro. Nos anos 70, foi vendido ao Banco Fonsecas e Burnay. Manteve a fachada, mas perdeu a graça dos candeeiros e do lettering de outrora.
Cinearte - Localizado no Largo de Santos, com capacidade para 967 espectadores (plateia e balcão), foi inaugurado em 14 de Março de 1940 com o filme de Farnk Capra "Não o Levarás Contigo". Mais tarde foi instalada uma nova sala no terraço, ao ar livre. Quando a animação nocturna começou a implementar-se de forma maciça na zona de Santos sob a forma de bares e discotecas, o Cinearte já se encontrava em fase de declínio. Encerrou portas em 31 de Dezembro de 1981 e só em 1990 foi reactivado, mas como sala de teatro. Em 1993 construiu-se uma segunda sala, segundo um projecto do arquitecto Rui Pimentel, que sacrificou para isso uma parte significativa do espaço interno original. Hoje as duas salas pertencem ao Grupo de Teatro "A Barraca", da responsabilidade de Hélder Costa e Maria do Céu Guerra.
Cinebolso - Ver artigo em separado
Cinebolso - Ver artigo em separado
Coliseu de Lisboa - Foi aqui que, no dia 18 de Junho de 1896, os lisboetas assistiram às primeiras projecções cinematográficas. Nada mais nada menos que o filme "Animatographo" dos irmãos Lumiére: «Convenceu-se toda a gente que hontem esteve no Real Colyseu, e foi grande a concorrência, que não era um reclame artificioso o que dizia a imprensa com respeito a esta nova maravilha, que constitui um dos mais pitorescos e belos espectáculos, e uma das mais modernas aplicações da photographia.». Anos mais tarde, mudou de nome para Coliseu dos Recreios.
Condes - Começou por ser um pequeno teatro tutelado pelos condes da Ericeira. Foi construído entre 1756 e 1765. Anos depois, após dificuldades financeiras vividas por sucessivos donos, acabou nas mãos de José Martins Castello Lopes e passou a ser uma sala inteiramente dedicada ao cinema. Até 1924, data de inauguração do Tivoli, foi um dos cinemas mais bem frequentados de Lisboa. Em 1952, a empresa Castello Lopes resolveu modernizar a sala do Condes, visto que já não satisfazia as necessidades dos espectadores. E assim nasceu um novo edifício no local. O projecto, da autoria do arquitecto Raul Tojal apostou num novo figurino, destacando-se o grande ecrã panorâmico e as confortáveis cadeiras em estilo poltrona. Ao contrário da maioria dos grandes cinemas da época, a cortina (composta por folhos dourados) não se abria de par em par, antes subia na vertical. A sala era composta por plateia e dois balcões, num total de 892 lugares. Os baixos-relevos da fachada eram da autoria do escultor Aristides Vaz.
Durante as três décadas seguintes, o Condes usufruiu de grande popularidade, começando a perder espectadores na década de 80, uma vez mais devido à proliferação dos centros comerciais. Foram feitos ainda alguns melhoramentos (novas zonas de bares, ar-condicionado, um moderno sistema de projecção), o que lhe conferiu mais uns anos de existência. Acabou fechado pela Câmara de Lisboa em 1997, o que o salvou da demolição. Abriu em 2003 como Hard Rock Café. O Condes nunca foi uma sala muito frequentada por mim mas lembro-me de lá descobrir o cinema de Mel Brooks (com o filme "Young Frankenstein") e de ter visto um western que na altura me impressionou bastante pela sua violência, "Soldado Azul: Trágica Vitória" de Ralph Nelson..
Durante as três décadas seguintes, o Condes usufruiu de grande popularidade, começando a perder espectadores na década de 80, uma vez mais devido à proliferação dos centros comerciais. Foram feitos ainda alguns melhoramentos (novas zonas de bares, ar-condicionado, um moderno sistema de projecção), o que lhe conferiu mais uns anos de existência. Acabou fechado pela Câmara de Lisboa em 1997, o que o salvou da demolição. Abriu em 2003 como Hard Rock Café. O Condes nunca foi uma sala muito frequentada por mim mas lembro-me de lá descobrir o cinema de Mel Brooks (com o filme "Young Frankenstein") e de ter visto um western que na altura me impressionou bastante pela sua violência, "Soldado Azul: Trágica Vitória" de Ralph Nelson..
Entrada do Cinema ÉDEN |
Estúdio 222 - Apareceu no final dos anos 70, no nº 37 da Av. Praia da Vitória, junto à Praça do Saldanha, tendo de algum modo ficado asociado aos filmes alternativos, mais do que aos filmes do circuito comercial. Passou durante algum tempo filmes indianos de Bollywood, mas a melhor recordação que dele me ficou foi a exibição do filme "L'Aventure C'est L'Aventure", do Claude Lelouch, apesar de ter sido em reposição (o filme é de 1972). Fechou em 2005 à espera de verbas para remodelações e assim permanece até hoje. A pequena galeria comercial que partilha o edifício com a sala de cinema vai no entanto mantendo as lojas abertas.
Estúdio 444 - Sala localizada na Av. Defensores de Chaves, perto da Praça do Campo Pequeno. Teve uma boa programação durante os anos 70, virada sobretudo para o cinema europeu, com predominância do francês. Vi lá "O Menino Selvagem" de François Truffaut, "Pierrot Le Fou", "Weekend" e "O Desprezo" de Jean-Luc Godard, "Maridos" de John Cassavetes, "Noite de Circo" de Ingmar Bergman ou "Teorema" de Pasolini, . Viria a fechar já no decorrer dos anos 90.
Estúdio Império - Sala situada no último andar do Cinema Império, inaugurada em 1972 no espaço onde dantes existia o bar do 1º balcão, era conhecida como a que passava os filmes mais intelectuais e mais “difíceis” - os filmes de Ingmar Bergman tinham ali lugar de destaque. Lembro-me de lá ver o "Citizen Kane" de Orson Welles em reposição (foi a primeira vez que vi o filme), "A Mãe e a Puta" de Jean Eustache, "Jules et Jm" de François Truffaut ou "Os Canibais" de Liliana Cavani. Apesar do habitual tipo de programação, um dos grandes sucessos que por lá passaram foi uma fita do Botswana, "Os Deuses Devem Estar Loucos", estreada em 9 de Setembro de 1982 e exibida durante mais de um ano. O lado direito da sala (para quem estava sentado, virado para o ecrã), era todo envidraçado, o que possibilitava uma excelente vista sobre as avenidas novas. No início das sessões essas janelas eram obviamente tapadas por uma grossa cortina deslizante.
Europa - Inicialmente tinha previsto o nome Astória, mas foi inaugurado em Campo de Ourique em 1930 sob o nome Cinema Europa. Ficava na esquina das Ruas Almeida e Sousa e Francisco Metrass. O projecto acabou por fracassar devido a má gestão e a sala foi encerrada até 1936, altura em que foi alvo de uma reestruturação. Mais tarde, o arquitecto Antero Ferreira redesenhou o edifício que voltou a abrir as suas portas no dia 27 de Março de 1966. Os 850 “fauteils” da nova sala eram os melhores de Lisboa, segundo se dizia na notícia da inauguração. A cabine de projecção estava equipada com quatro máquinas, das quais duas do modelo DP-70, o mais recente da Philips. O ecrã gigante tinha 16 metros. Depois de anos de serviço à gravação de programas de televisão, foi demolido em 2010. Alguns dos filmes que por lá vi, sobretudo reposições: "A Grande Corrida à Volta do Mundo" de Blake Edwards, "O Homem Que Veio do Futuro" de Franklin Schaffner, "A Queda do Império Romano" de Anthony Mann, "Bonnie & Clyde" de Arthur Penn.
Império - A meio da Alameda D. Afonso Henriques, na confluência com a Av. Almirante Reis, é um dos maiores símbolos das salas dedicadas à Sétima Arte que viram findar os seus dias. Inaugurado no dia 24 de Maio de 1952, tornou-se de imediato num ícone da cidade de Lisboa pela sua imponente estrutura. Projectado pelo arquitecto Cassiano Branco, possuía plateia e dois balcões, num total de 1676 lugares. Encaixou na perfeição dentro do grupo de gigantes que surgiu nos anos 50, sendo suplementado em lotação apenas pelo São Jorge e pelo Monumental. O café-restaurante Império, a seguir ao cinema, era poiso permanente dos estudantes do IST. Em 1965, mais precisamente, nos dias 11 e 12 de Dezembro, o palco do Império foi testemunha de dois grandes concertos com Cliff Richard e os Shadows. Também a cantora francesa France Gall por lá actuou, em Abril de 1967.
Sem apoios para se manter como sala de cinema, o Império encerrou as suas portas a 31 de Dezembro de 1983, sendo depois vendido à IURD - Igreja Universal do Reino de Deus, que aí estabeleceu a sua sede e local de "culto" em Lisboa, mantendo-se assim até aos nossos dias. Filmes que me fazem lembrar o Império: "A Primeira Noite" de Mike Nichols, "Estado de Sítio" de Costa-Gravas, "A Sangue Frio" de Richard Brooks, "Amarcord" e "Julieta dos Espíritos" de Federico Fellini, "A Semente do Diabo" de Roman Polanski, "Os Malditos" de Luchino Visconti, "55 Dias em Pequim" de Nicholas Ray, "Um Rei em Nova Iorque" de Charles Chaplin, "E Deram-lhe Uma Espingarda" de Dalton Trumbo (em ante-estreia no Festival da Casa da Imprensa), "Balbúrdia no Oeste" de Mel Brooks, "Cleópatra" de Joseph Mankiewicz, muitos deles em reposição. O Império foi de facto um cinema que eu frequentava assiduamente, até porque nesses anos morava na Av. de Roma e estudava no Instituto Superior Técnico: era só descer a Alameda...
Jardim Cinema - Situado na Av. Pedro Álvares Cabral, entre o Rato e a Estrela, foi Inaugurado em Maio de 1931 como sala de cinema ao ar livre. No terreno do edifício, estava ainda localizado um stand de automóveis. Um ano depois, devido à grande afluência de público, o espaço foi coberto e adaptado à projecção de filmes com capacidade para 894 espectadores. Junto ao ecrã, foi construída uma fonte luminosa. Anos mais tarde, reduziu a capacidade para 705 lugares. Mais tarde viria a acolher o famoso salão de jogos "Monumental" e nos anos 80 foi convertido em discoteca. Em 2002 foi classificado como imóvel de interesse público pelo IPPAR e actualmente é um estúdio de produção televisiva.
Londres - O Cinema Londres nasceu das cinzas de uma boite chamada "Tropical" nos finais de 1969, na Av. de Roma, pouco depois do cruzamento com Av. João XXI. O grupo português Os Sheiks tocaram pela última vez ao vivo nessa boite, no dia 28 de Outubro de 1967. Posteriormente ainda se jogou por lá bowling, chegando a existir também uma pista de automóveis de seu nome "Bólide". Inicialmente (a sala foi inaugurada a 30 de Janeiro de 1972 com o filme "Morrer de Amar", de André Cayatte, vencedor do Grande Prémio do Cinema Francês) o Londres possuía uma sala super-confortável, com capacidade para 460 espectadores. Foi a minha sala preferida durante os anos que morei na Av. de Roma. Lembro-me de ver por lá muito bom cinema: "A Casa da Boneca" de Joseph Losey (o primeiro que lá vi, em 21 de Agosto de 1973), "Iniciação Carnal" de Mike Nichols, "O Silêncio" de Ingmar Bergman, "Aquele Inverno em Veneza" de Nicolas Roeg, "Brandos Costumes" de Seixas Santos, "O Intruso" de Luchino Visconti, "Júlia" de Fred Zinnemann, "O Fantasma do Paraíso" de Brian De Palma.
É um cinema que resistiu bastante ao tempo (embora se tenha dividido em duas salas mais pequenas) e que conseguiu adaptar-se às mudanças e aos gostos dos espectadores, continuando a ser um cinema de referência para quem abomina salas em centros comerciais. Uma das características mantidas ao longo dos anos foram as fantásticas cadeiras "amestradas", que baixam consoante o peso do ocupante. Existia ainda um snack-bar (decorado em tons laranja, a cor que, segundo os entendidos, "abria o apetite") e o Pub "The Flag" (também se chamou "Magnólia") com o seu ambiente e sofás acolhedores, convidando a um café enquanto se esperava pelo início da sessão. O projecto foi do arquitecto Eduardo Goulart de Medeiros, que já colaborara com Pardal Monteiro no Hotel Ritz, em 1959, e com Jorge Ferreira Chaves na pastelaria Mexicana, em 1962. A sala viria a sucumbir em 2013, nomeadamente no dia 21 de Fevereiro, na sequência da falência da Socorama, então o 2º maior exibidor cinematográfico em Portugal.
Lys - Foi, durante largos anos, cinema de repríse, projectando, logo que saíssem das salas mais importantes, as grandes obras cinematográficas. Localizado no nº 20 da Av. Almirante Reis, foi inaugurado a 11 de Dezembro de 1930. Após obras no seu interior, passou a cinema de estreia sob o nome de Roxy. Esta nova fase teve a sua inauguração a 26 de Junho de 1973, com a comédia de Pietro Germi "Alfredo Alfredo". Localizado junto dos Anjos, o edifico que costumava ser imponente acaba por ser irreconhecível nos dias de hoje (foi convertido num centro de escritórios com pouca saída, depois do cinema ter encerrado as portas a 30 de Março de 1988).
Max - Evocando uma das mais importantes figuras do cinema, o Max Cine tinha como particularidade a cabina isolada da sala e situada no exterior do cinema. Tentou ser cinema de estreia, mas acabou por não conseguir vencer. Foi vendido em 1968 à Paróquia de São João Evangelista.
Monumental - Ver artigo em separado
Mundial - Sala localizada no nº 12A da Rua Martens Ferrão (Picoas) e inaugurada em 1964. Foi uma das salas mais populares a seguir ao 25 de Abril, por causa da programação de filmes polémicos. Foi lá que vi dois deles, até hoje inesquecíveis (por razões diversas): o "Saló", do Pasolini, em Setembro de 1976 e em Fevereiro de 1977 a 2ª parte do "1900" de Bertolucci (a primeira correu, em simultâneo, no cinema São Jorge). Mais tarde o cinema dividiu-se em 3 salas, mantendo-se a antiga plateia como a maior delas. O Mundial foi sabendo sempre adaptar-se enquanto à sua volta iam crescendo os arranha-céus e as superfícies comerciais e se multiplicavam as torres de escritórios. Entrou no novo milénio já sem a afluência de outros tempos, e em 2004 acabaria por encerrar e perder a guerra com os complexos multi-salas dos centros comerciais que foram abrindo na zona. Em 2005 foi convertido para espectáculos teatrais mas a partir de 2006 deixou de ter um programa contínuo, encerrando quase em definitivo.
Mundial - Sala localizada no nº 12A da Rua Martens Ferrão (Picoas) e inaugurada em 1964. Foi uma das salas mais populares a seguir ao 25 de Abril, por causa da programação de filmes polémicos. Foi lá que vi dois deles, até hoje inesquecíveis (por razões diversas): o "Saló", do Pasolini, em Setembro de 1976 e em Fevereiro de 1977 a 2ª parte do "1900" de Bertolucci (a primeira correu, em simultâneo, no cinema São Jorge). Mais tarde o cinema dividiu-se em 3 salas, mantendo-se a antiga plateia como a maior delas. O Mundial foi sabendo sempre adaptar-se enquanto à sua volta iam crescendo os arranha-céus e as superfícies comerciais e se multiplicavam as torres de escritórios. Entrou no novo milénio já sem a afluência de outros tempos, e em 2004 acabaria por encerrar e perder a guerra com os complexos multi-salas dos centros comerciais que foram abrindo na zona. Em 2005 foi convertido para espectáculos teatrais mas a partir de 2006 deixou de ter um programa contínuo, encerrando quase em definitivo.
Nimas - Localizado na Av. 5 de Outubro, perto do cruzamento com a Av. João Crisóstomo, foi inaugurado no dia 10 de Outubro de 1975 com o filme "Allonsanfan / Que Viva a Revolução" de Paolo e Vittorio Taviani. Sala pequena (200 lugares), abriu as portas em 1983 ao programa de rádio "A Febre de Sábado de Manhã", de Júlio Isidro, que marcou uma época: foi o responsável por trazer ao nosso país pela primeira vez inúmeras bandas de renome internacional. Em Dezembro de 1991, o Nimas entrou numa nova fase ao apostar no cinema europeu, transformando-se numa sala obrigatória no circuito dos cinemas da capital. Foi ainda explorada pelo grupo Medeia, pertencente a Paulo Branco (o filme de Alain Resnais "On Connait La Chanson" foi um enorme êxito).
O cinema foi resistindo ao tempo, mas perante as novas salas (todas em centros comerciais) acabou por deixar de passar filmes para se transformar no Espaço Nimas, dedicado essencialmente à música e gerido por José Maria Branco (filho de Paulo Branco). Recordações de alguns filmes que vi no Nimas: "Chove em Santiago" de Helvio Soto, "W.R.: Os Mistérios do Organismo" de Dusan Makavejev, "Daisy Miller" de Peter Bogdanovich, "A Honra Perdida de Katharina Blum" de Volker Schlöndorf, "Feios, Porcos e Maus" de Ettore Scola, "Piquenine em Hanging Rock" de Peter Weir, "Star 80" de Bob Fosse, "Noite de Estreia" de John Cassavetes.
O cinema foi resistindo ao tempo, mas perante as novas salas (todas em centros comerciais) acabou por deixar de passar filmes para se transformar no Espaço Nimas, dedicado essencialmente à música e gerido por José Maria Branco (filho de Paulo Branco). Recordações de alguns filmes que vi no Nimas: "Chove em Santiago" de Helvio Soto, "W.R.: Os Mistérios do Organismo" de Dusan Makavejev, "Daisy Miller" de Peter Bogdanovich, "A Honra Perdida de Katharina Blum" de Volker Schlöndorf, "Feios, Porcos e Maus" de Ettore Scola, "Piquenine em Hanging Rock" de Peter Weir, "Star 80" de Bob Fosse, "Noite de Estreia" de John Cassavetes.
Odeón - Inaugurou em 1927 com uma critica elogiosa: «que primasse em conseguir que,pela primeira vez, os letreiros das fitas que os nossos cinemas apresentam ao nosso público sejam o que devem ser- escritas em correcto Português». Na primeira sessão, foi projectada "A Viúva Alegre", de Eric von Stroheim.
Olympia - Situado na Rua dos Condes, foi inaugurado em 22 de Abril de 1911. Tinha capacidade para 502 espectadores, além de uma sala de leitura e yum restaurante. Com uma programação dedicada às cinematografias francesa e dinamarquesa, atraia multidões. Foi também palco de interesse para os intelectuais lisboetas que ali assistiam a matinés teatrais. Entre 1917 e 1918, a programação desta sala dividia-se: às segundas e quartas para matinés infantis; quintas, sábados e domingos para os grandes filmes; às terças e sextas, decorriam as matinées de arte. Como não existiam lugares marcados, era habitual deixar um lenço a assinalar a cadeira em que se estava sentado. Só que essa marca era facilmente ultrapassada e desrespeitada. Após ter encerrado em 2001, foi adquirido por Filipe La Féria em 2008, estando a ser executadas obras de restauro e remodelação.
Paris - Abriu as portas em começos de 1915 no fim da Rua Ferreira Borges do lado esquerdo, no local que ainda hoje faz esquina com a Rua de Campo de Ourique, o qual foi muitos anos mais tarde demolido para ali ser construído um prédio de seis andares sob o nº 193 C. Todavia, no fim do Verão de 1917 uma nova empresa, de que era sócio-gerente Vítor da Cunha Rosa - elemento, poderá dizer-se, duma autêntica dinastia de empresários cinematográficos a qual, a partir daí, conservaria a propriedade e a exploração directa daquele seu cinema, agora edificado mais abaixo, na Rua Domingos Sequeira. Na inauguração, em Abril de 1931, a publicidade rezava assim: «A empresa do Paris Cinema, no ardente desejo de conquistar a simpatia do público, estudou com o máximo escrúpulo todas as condições de conforto e visibilidade, que a todos os títulos reputa magníficos, não esquecendo também as de temperatura, como poderá ser verificado pela existência de termómetro no balcão. Os camarotes estão providos de pequenas mesas para serviços de chá ou refrescos.» Sala mais tarde vocacionada para reposições, foi lá que vi pela primeira vez "O Exorcista" de William Friedkin. Parcialmente demolido, a sua fachada encontra-se ainda de pé, testemunhando uma triste realidade.
Pathé - Localizado na Rua Francisco Sanchez, nº 154, começou por ser Pathé Cinema (pelo meio da década de 20), para em 1956 se passar a chamar Imperial Cinema, altura em que exibia filmes em reprise. Anos mais tarde, acabaria por ser remodelado e os donos conferiram-lhe, de novo, o estatuto de cinema de estreia, regressando à designação de Pathé Cinema em 1973. Não me lembro de nenhum filme em especial , apesar de lá ter ido algumas vezes nos anos 70. Na década de 80 começou a perder público progressivamente para encerrar as portas em 1987. No início dos anos 90 funcionou como discoteca que mais atrde acabaria por fechar. Actualmente encontra-se entijolado e abandonado, servindo de morada aos sem-abrigo.
Pátria - Permitiu que os habitantes do bairro do Beato tivessem acesso facilitado à Sétima Arte. Foi construído em 1917 e anunciava-se como «o mais distinto cinema, proporcionando rendez-vous elegantes».
Politeama - O teatro que hoje é palco dos espectáculos de variedades de Filipe La Féria foi um dos grandes cinemas de Lisboa. O jornal O Século descreveu a inauguração, em 1913, do Politeama como «completamente cheia, iluminada de profusão, de grande harmonia de cores, predominando o dourado, soberbo. O público irrequieto que tinha disputado à porta os bilhetes caríssimos, manifestou todo o agrado, porque a expectativa geral não fora iludida». Um ano depois, era iniciada a temporada cinematográfica com "A Mulher Nua". A sala ia alternando entre peças de teatro e filmes, sendo que, em 1928, passava a dedicar-se, exclusivamente, ao cinema.
Restauradores - Antigo Cinema Chantecler que, a 20 de Dezembro de 1935 muda o nome para Cinema Restauradores e passa a realizar sessões permanentes das 12 às 24 horas. Localizava-se um pouco abaixo do Éden, no nº 23 da Praça dos Restauradores e era muito modesto. Os bilhetes eram carimbos colocados nas mãos dos espectadores.
Roma - Localizado no nº 14 da Av. de Roma, perto da piscina municipal, é conhecido actualmente como Fórum Lisboa, é a sede da Videoteca Municipal. O auditório funciona, agora, para projecção de filmes, quando inseridos em festivais, conferências, seminários e para concertos de música. A sala abriu portas em 1957. Tinha uma capacidade de 1107 lugares, sendo um dos gigantes dos anos 50. Foi concebido com base nas novas ideias de grandiosidade da arquitectura típica do Estado Novo. Em Setembro de 1963, para promover o filme "Summer Holiday / Mocidade em Férias", com Cliff Richard e os Shadows, a gerência do cinema resolveu por bem organizar um concurso de bandas a que deu o curioso título Conjuntos Portugueses do tipo "The Shadows". Inscreveram-se 22 conjuntos e o vencedor foi o Conjunto Mistério com Fernando Concha (ver desenvolvimento aqui). O cinema encerrou em 1988 e durante algum tempo foi utilizado como armazém até ser comprado pela Câmara Municipal.
Royal - Foi construído no «excêntrico» bairro da Graça, numa época em que maior parte das salas de cinema se situava na zona da baixa lisboeta - A sala era das mais amplas, decorada em tons claros, e tinha espaço para um palco, uma vasta sala de baile e um bar. As quintas eram dias de estreias e as quartas dedicadas às matinées dançantes. O Royal Cine está ainda ligado a um momento importante da evolução do cinema: em 1930, a tela conseguia passar imagens sincronizadas, com rigorosa precisão, com o som do filme Sombras Brancas nos Mares do Sul. Hoje, quem passa por ele desconhece que, antes, já houve ali uma sala de cinema. Do original é apenas mantida a fachada ornamentada.
Salão Foz - Inaugurado em 1908 na Praça dos Restauradores, como dependência do Palácio Foz, chamou-se de início Cinema Central. Tinha 425 lugares de plateia e era utilizado exclusivamente para cinema. Encerrou em 1923 devido à abertura de salas mais modernas. Em 1958 sofreu remodelações e foi recuperado, passando a albergar a Cinemateca Portuguesa até 1980. Sucessivas remodelações levaram a que o espaço fosse adaptado a representações teatrais. Actualmente possui também uma exposição interactiva de pré-cinema denominada "Das Lanternas Mágicas ao Cinematógrafo dos Lumière", onde podemos fazer uma viagem pela história dos primórdios do cinema, desde as sombras de luz aos cinematógrafos.
Cinema CENTRAL que daria lugar ao Salão FOZ |
Salão Foz - Inaugurado em 1908 na Praça dos Restauradores, como dependência do Palácio Foz, chamou-se de início Cinema Central. Tinha 425 lugares de plateia e era utilizado exclusivamente para cinema. Encerrou em 1923 devido à abertura de salas mais modernas. Em 1958 sofreu remodelações e foi recuperado, passando a albergar a Cinemateca Portuguesa até 1980. Sucessivas remodelações levaram a que o espaço fosse adaptado a representações teatrais. Actualmente possui também uma exposição interactiva de pré-cinema denominada "Das Lanternas Mágicas ao Cinematógrafo dos Lumière", onde podemos fazer uma viagem pela história dos primórdios do cinema, desde as sombras de luz aos cinematógrafos.
Salão Lisboa - De cariz popular, localizado na zona do Marfim Moniz, iniciou actividade em 1916 com sessões às quintas, sábados e domingos, com «espectáculos sensacionais». Dava particular atenção aos filmes de acção e, por isso, era frequentado por um público mais jovem. Com o decorrer dos tempos, ficou a ser conhecido como o "Cinema Piolho". Em 1972, a exploração do espaço, enquanto cinema, foi cancelada, sendo o edifício alugado como armazém de revenda. Mantém-se assim até aos dias de hoje.
São Jorge - Situado no nº 175 da Av. da Liberdade, é considerado um dos mais emblemáticos dos cinemas de Lisboa, tendo sido inaugurado no dia 24 de Fevereiro de 1950, com o filme "The Red Shoes". O projecto, da autoria de Fernando Silva, valeu-lhe o Prémio Municipal de Arquitectura, atribuído em 1951. A programação era exclusiva da britânica Rank Organization, que assim ficou com uma sala em Lisboa para mostrar os seus filmes (os quais eram usualmente antecedidos por um desenho animado da Pantera Cor-de-Rosa e depois começavam invariavelmente pelo homem do gong: um atleta em tronco nu que tocava com uma maçaneta num gong dourado - esse logotipo adornava a calçada do passeio em frente à escadaria de acesso ao cinema). Só em 1985 é que a programação passou para as mãos da CIC (Paramount e Universal). A sala original tinha 1827 lugares, distribuídos pela plateia e dois balcões, o que na época fazia deste cinema o maior da Península Ibérica.
Em 1982 sofreu obras de remodelação, tendo a enorme sala original sido dividida em três. No ano 2000 a Câmara Municipal exerceu o direito de compra do imóvel, o qual, após nova obras, reabriu ao público em 24 de Novembro de 2001. Desde essa data o São Jorge acolhe periodicamente diversos festivais de cinema, sendo o Motel X (dedicado a filmes de terror) um dos mais concorridos. Em Abril de 2003 a gestão do Cinema foi confiada à EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural. O primeiro filme que vi nesta sala foi "A Caminho do Oregon", com o Robert Mitchum e o Kirk Douglas, no dia 12 de Junho de 1969 (tinha então 16 anos e encontrava-me de férias em Lisboa). Mas ao longo dos anos contam-se por muitas dezenas as vezes que lá voltei: "Brincadeiras Proibidas" de René Clément, "Satyricon" de Fellini, "Domingo, Maldito Domingo" de John Schlesinger, "Mulheres Apaixonadas", de Ken Russell, "Decameron", "Os Contos de Canterbury" e "As Mil e Uma Noites" de Pasolini, "Nem Guerra Nem Paz" de Woody Allen e tantos, tantos outros.
São Jorge - Situado no nº 175 da Av. da Liberdade, é considerado um dos mais emblemáticos dos cinemas de Lisboa, tendo sido inaugurado no dia 24 de Fevereiro de 1950, com o filme "The Red Shoes". O projecto, da autoria de Fernando Silva, valeu-lhe o Prémio Municipal de Arquitectura, atribuído em 1951. A programação era exclusiva da britânica Rank Organization, que assim ficou com uma sala em Lisboa para mostrar os seus filmes (os quais eram usualmente antecedidos por um desenho animado da Pantera Cor-de-Rosa e depois começavam invariavelmente pelo homem do gong: um atleta em tronco nu que tocava com uma maçaneta num gong dourado - esse logotipo adornava a calçada do passeio em frente à escadaria de acesso ao cinema). Só em 1985 é que a programação passou para as mãos da CIC (Paramount e Universal). A sala original tinha 1827 lugares, distribuídos pela plateia e dois balcões, o que na época fazia deste cinema o maior da Península Ibérica.
Em 1982 sofreu obras de remodelação, tendo a enorme sala original sido dividida em três. No ano 2000 a Câmara Municipal exerceu o direito de compra do imóvel, o qual, após nova obras, reabriu ao público em 24 de Novembro de 2001. Desde essa data o São Jorge acolhe periodicamente diversos festivais de cinema, sendo o Motel X (dedicado a filmes de terror) um dos mais concorridos. Em Abril de 2003 a gestão do Cinema foi confiada à EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural. O primeiro filme que vi nesta sala foi "A Caminho do Oregon", com o Robert Mitchum e o Kirk Douglas, no dia 12 de Junho de 1969 (tinha então 16 anos e encontrava-me de férias em Lisboa). Mas ao longo dos anos contam-se por muitas dezenas as vezes que lá voltei: "Brincadeiras Proibidas" de René Clément, "Satyricon" de Fellini, "Domingo, Maldito Domingo" de John Schlesinger, "Mulheres Apaixonadas", de Ken Russell, "Decameron", "Os Contos de Canterbury" e "As Mil e Uma Noites" de Pasolini, "Nem Guerra Nem Paz" de Woody Allen e tantos, tantos outros.
São Luiz - Depois de ter sido conhecido como Teatro D. Amélia de Teatro República, o espaço abre em 1918 como Teatro São Luiz. 10 anos mais tarde, deixaria de parte a programação teatral para se tomar em exclusivo numa sala de cinema. "Metropolis", de Fritz Lang, foi uma das maiores atracções do programa que assinalava a abertura do São Luiz Cine. Foi ainda uma das primeiras salas de Lisboa a aderir à tecnologia que tornava o cinema audível. Lembro-me de ver por lá, no Verão de 1971, "Os Ratoneiros" de Mark Rydell (com o Steve MacQueen) e "Destinos Opostos" de Bob Rafelson (com o Jack Nicholson).
Star - Sala da Av. Guerra Junqueiro, a seguir à Praça de Londres, aberta ao público nos meados dos anos 70, acabou por ser convertido numa loja de roupa (primeiro a Marks & Spencer e depois a C&A). Lembro-me de lá ver um filme do Claude Lelouch ("Les Uns et Les Autres") outro de Stuart Rosenberg ("A Viagem dos Malditos"), e pouco mais, porque não era grande aficcionado desta sala cuja programação considerava medíocre e algo pretensiosa.
Tivoli - O Cine-Teatro Tivoli, situado na Av. da Liberdade, esquina com a Rua Rodrigues Sampaio, foi projectado pelo arquitecto Raúl Lino, e mandado construir por Frederico Lima Mayer sob a égide do luxo e requinte, num estilo neoclássico. Inaugurado em 1924 com o filme francês "Violetas Imperiais", a sua capacidade em albergar 1114 espectadores faziam dele a maior sala de cinema de Lisboa. O primeiro filme sonoro, "A Parada do Amor" foi apresentado em Novembro de 1930. Em 1973, o Tivoli deixou de pertencer à família Mayer, tendo sido adquirido por João Bordallo e, mais tarde, em 1989, pelo empresário espanhol Emiliano Revilla. Após um período de encerramento, o Tivoli reabriu as suas portas em 1999, tendo entretanto sido objecto de obras de remodelação, mantendo no entanto as traças originais.
A sua capacidade passou a ser de 1088 espectadores, ficando vocacionado para teatro e principalmente concertos. Uma das coisas que eu mais gostava era aquele longo foyer rectangular do 1º balcão, com vista para a Av. da Liberdade. Fui cliente assíduo nos anos 60 e 70. Alguns filmes: "A Piscina" de Jacques Deray (julgo que foi o primeiro filme que lá vi, no Verão de 69), "O Dia Mais Longo" de Darryl Zanuck, "Chitty Chitty Bang Bang" de Ken Hughes, "Isto é Espectáculo" de Jack Haley Jr (vi-o em dois dias consecutivos), "Pão e Chocolate" de Franco Brusati (consegui arranjar há dias este filme em DVD), "A Bíblia" de John Huston, "Taras Bulba" de J. Lee Thompson, "Paul e Michelle" de Lewis Gilbert (a continuação pouco inspirada de "Friends", um dos meus filmes-fétiche), "Ben-Hur" de William Wyler (uma das muitas dezenas que vi este filme), "O Grande Magnate" de Elia Kazan, "A Escada de Caracol", de Peter Collinson.
A sua capacidade passou a ser de 1088 espectadores, ficando vocacionado para teatro e principalmente concertos. Uma das coisas que eu mais gostava era aquele longo foyer rectangular do 1º balcão, com vista para a Av. da Liberdade. Fui cliente assíduo nos anos 60 e 70. Alguns filmes: "A Piscina" de Jacques Deray (julgo que foi o primeiro filme que lá vi, no Verão de 69), "O Dia Mais Longo" de Darryl Zanuck, "Chitty Chitty Bang Bang" de Ken Hughes, "Isto é Espectáculo" de Jack Haley Jr (vi-o em dois dias consecutivos), "Pão e Chocolate" de Franco Brusati (consegui arranjar há dias este filme em DVD), "A Bíblia" de John Huston, "Taras Bulba" de J. Lee Thompson, "Paul e Michelle" de Lewis Gilbert (a continuação pouco inspirada de "Friends", um dos meus filmes-fétiche), "Ben-Hur" de William Wyler (uma das muitas dezenas que vi este filme), "O Grande Magnate" de Elia Kazan, "A Escada de Caracol", de Peter Collinson.
Universal – Localizado no Bairro do Rego, na Rua da Beneficência, 175, foi inaugurado em 1928 com o nome de Cine Bélgica e uma sala com capacidade para 500 espectadores. Depois do 25 de Abril a sala foi pertença do Animatógrafo de Cunha Teles, tornando-se numa espécie de templo para os chamados "filmes militantes". Vi por lá muitos filmes russos, sobretudo do Eisenstein: "Outubro", "A Greve", "A Linha Geral", mas também "O Leão Tem Sete Cabeças" de Glauber Rocha ou o "Numéro Deux" de Jean-Luc Godard. Deu origem em 1980 ao Rock Rendez-Vous (no concerto inaugural participou um grupo desconhecido: Rui Veloso e a sua Banda Sonora. O proprietário da sala nessa altura era o pai de Mário Guia, ex-baterista de um grupo dos anos 60 chamado Ekos. Para se entrar era preciso pagar a módica quantia de 300 escudos com direito a música e 200 escudos sem música mas com direito a parte do consumo. Fehou portas a 27 de Julho de 1990. Nos dias de hoje é um prédio de habitação, em cujo rés-do-chão se encontra a Pastelaria Restaurante Galão 2. Felizmente o dono actual mantém uma certa mística do local através de fotografias que contam a história da antiga sala, tornando o local agradável.
Vox - Espaço que hoje conhecemos como Cinemas King (já se chamou King Triplex por causa das suas três salas, hoje reduzidas a duas), foi inaugurado a 16 de Abril de 1969 com o filme "Jogos Perigosos", com Simone Signoret e James Caan. De fachada elegante (projrcto dos arquitectos Aníbal Barros da Fonseca e Eduardo Paiva Lopes), situa-se na Av. Frei Miguel Contreiras, logo a seguir ao Teatro Maria Matos. O Vox original tinha uma única sala (com capacidade para 604 espectadores) e estava apetrechado com um dos mais modernos sistemas de projecção da altura, que inclusive possibilitava a visão dos filmes em 70 mm e 6 bandas estereofónicas. A sala era em tom verde-escuro, a contrastar com as poltronas, que eram em amarelo-torrado. Tinha um foyer bastante comprido (com as paredes revestidas de madeira de excelente efeito), incluindo um piso inferior, onde funcionava o bar (nesse local existe hoje uma livraria, onde se podem encontrar muitas obras sobre cinema). Antes de se tornar no King Triplex, o Vox passou por uma fase intermédia - o Espaço Voxmania - vocacionado para concertos de diversas bandas, como os G.N.R. ou os Heróis do Mar. Alguns dos filmes que me lembra ter visto por lá: "A Rotura" de Claude Chabrol, "Love Story" de Arthur Hiller, "Barba Azul" de Edward Dmytryk, "The Last Waltz" de Martin Scorsese. Sendo um dos raros cinemas de Lisboa com uma programação própria, sem cedências ao mainstream, o King não aguentou a concorrência nem o despoletar da crise económica. Paulo Branco, que explorava o espaço desde 1990, viu-se confrontado com a exigência do proprietário em lhe aumentar consideravelmente a renda (de cerca de 4 mil euros para o triplo), ao abrigo de mais uma lei do Governo que a partir de 2011 começou, paulatinamente, a destruir grande parte das instituições culturais (e não só) do País. Foi a gota d'água. Assim, um dos últimos resistentes dos cinemas de Lisboa, foi obrigado a encerrar as suas portas no dia 24 de Novembro de 2013, para grande tristeza dos seus habituais espectadores, muitos deles vindos ainda dos tempos gloriosos do Vox original.
Voz do Operário - Duas colectividades, uma de Alcântara e outra da Graça, uniram-se para criar em 1917 uma casa de cultura acessível às classes mais desfavorecidas. A Voz do Operário surge no panorama lisboeta como um lugar que servia de salão de baile e cinema, localizando-se este no terceiro andar do edifício. Em 1931 sofre profundas transformações, chegando a ter uma lotação de cerca de 1200 lugares. Em 1933 é feita a instalação da aparelhagem de projecção sonora.
Xenon - Situada no pequeno centro comercial homónimo no nº 9 da Av. da Liberdade (junto aos Restauradores), esta pequenas sala de cinema funcionou cerca de uma década, após ter sido inaugurada em 1978. O cinema fechou mas o centro comercial mantém-se até hoje, devido essencialmente ao sucesso da livraria-papelaria "Tema", que muito contribuiu para isso. Actualmente, a antiga sala de cinema funciona como local de culto de uma religião qualquer.
102 comentários:
Que saudades rever todas estas salas antigas...
Muito bem escrito e corresponde às minhas próprias memórias em relação ao cinema em Aveiro e com uma ou outra ida ao Porto, Lisboa e Coimbra.
E os filmes em 70 mm em salas grandes! Acabaram há muito tempo mas ainda tenho saudade...
Autêntico serviço público, Rato. Mtºs parabéns.
Entrei em todos os cinemas apresentados, exceto no Campolide e no Cinema Central (Palácio Foz). Uma correcção: O Chiado Terrasse situava-se junto ao Chiado e não na Encarnação
È um trabalho muito importante o que fica aqui feito. identifica-te Rato e transforma isto numa edição impressa,e inclui uma parte de teatros
Muitos parabéns, Estou a usar a sua informação num artigo sobr literatura. Também havia o 7ª Arte no Campo Pequeno, depois foi DGViação, junto da embaixada de Angola.
Se verificar, caro Anónimo, o 7ª Arte é logo a primeira sala de cinema a ser citada no presente post
Estou muito grato pelas publicações aqui apresentadas.
Um reviver de muitos momentos inesquecíveis .
Gostei muito.
Parabéns pelo seu trabalho.
Caro Rato Cinéfilo, muito obrigado por esta maravilhosa compilação de tesouros perdidos. Cumprimentos, JL
Obrigada por partilhar a nostalgia connosco, cinéfilos saudosos das salas de cinema com cortinas que abrem e fecham, som de gongo que dá o aviso de início de sessão. Adorei, Rute
Isto é uma maravilha. Documentos como este, nascidos no amor à história do homem, ultrapassam em muito as imagens que os compõem. São o carinho e o respeito pela vida. Obrigado ao realizador.
É só uma orecisão quanto ao cinema Aviz: antes da remodelação que lhe deu o nome, chamava-se Palácio e foi aí que vi um dos primeiros filmes com a Sophia Loren que contracenava com o Alan Llad, A Lenda da Estátua Nua. E aproveitar para recordar outras salas de bairro como O Cinema Oriente, à General Roçadas, mais conhecido como o "Cenor" e o Pátria no Poço do Bispo e o Salão Lisboa no Martin Moniz e o Ideal, ao Camões, o Jardim Cinema eo Promotora. Bons tempos.
Artur Pinto
Muito grato pelo que acabo de reviver, no entanto não encontrei referência ao Cine Oriente, Palatino, Promotora, Restelo, Rex, um que não lembro o nome mas que ficava a seguir ao Largo do Camões direcção da Calçada do Combro. Se lhe for possível acrescentar...
Está um belíssimo trabalho, apenas quero lembrar uma pequena sala que existia na rua Barão de Sabrosa, o Max Cine.
Excelente trabalho amigo.Eu também me lembro do velho MAX,hoje é uma igreja.Neste documento estão muitas das minhas memórias...OBRIGADO.
Excelente. Pena não haver referencias a alguns cinemas de bairro como o Salão Lisboa,Palatino,Promotora,Eden Cinema,Restelo,etc.
Que SAUDADES, destes Cinemas que me acompanharam tantos anos. Agradeço do fundo do <3, porque recordar é viver duas vezes o que nos trás tanta Felicidade!BEM HAJA
Rolando Silva Raimundo disse:
Caro rato cinéfilo
Muito embora falte a referência a cinemas antigos como o cine Oriente,Salão Lisboa, Promotora, etc, não deixa por isso deste seu trabalho ser um serviço público muito importante. Agradeço-lhe em meu nome e de muitos cinéfilos que como eu viveram tempos do puro cinema.Verdadeiro entretenimento fosse qual fosse o género. Dentro dessas salas viveram-se emoções,sentimentos, momentos inesquecíveis.
Acredito que somos feitos da mesma matéria de que são feitos os filmes.
Obrigado a todos esses cinemas paraísos de boa memória.
Rolando Silva Raimundo
Obrigada por estes momentos em que recordei tanto da minha vida. Apenas não conhecia 2 ou 3 destes cinemas, de resto frequentei todos, até o Olimpia por mera curiosidade. Era um prazer ir a um cinema, as senhoras bem arranjadas, até valia uma ida ao cabeleireiro.Como era bom, nos intervalos, vir cá fora beber o café ou fumar um cigarro.. E que belos filmes, que hoje ainda recordo os seus artistas. Como tudo mudou, hoje é tão banal ir ao cinema e já nem se prescinde do balde das pipocas e da pepsi.
Interessante e útil trabalho
Fez-me bem, recordar todos os cinemas onde vi muitos filmes. Já não me lembrava que o Imperial se tinha chamado Pathé o cinema onde com os meus pais vi em 1945 ou 1946, pela primeira vez um filme com 7 ou 8 anos.
Fantástico trabalho.Parabéns ,mas,oh homem,identifique-se,pois trata-ló por rato ate parece mal!!!
Que saudades Deus meu. Trabalhei muitos anos como apresentador de espectaculos de variedades em quase todos eles.Com o Passatempo Pac no Eden, no Europa, no Capitólio e no Variedades e tambem no Politeama.Com o Cliper Musical e com as Vozes de Portugal tambem em todos eles.Parabens pela maravilhosa ideia. Francisco Armando.
Publiquei no meu blog há pouco tempo um post sobre os programas das salas de cinema do Porto:
http://olivrodaareia.blogspot.pt/2013/06/memorias-os-programas-de-cinema.html
Não tem a dimensão de Lisboa, claro, mas houve dezenas de salas pela cidade, que foram abrindo e fechando até ao descalabro actual.
Parabéns, está muito bem documentado.
Parabéns pelo Blog!
A minha mão trabalhou no Monumental...desde a inauguração até ao encerramento!
O meu Pai foi Fiscal do Alvalade 23 anos...depois esteve no Condes mais 22 anos...Saudades de todos os espaços aqui apresentados, que frequentei quando criança!
iessock
Vitor Rodrigues.
Sou saloio vim da província para a cidade há 62 anos vim com 10 ,acho esta volta por alguns cinemas da Capital do antanho dou os meus parabêns a quem fez este trabalho que ilustra bem as mudanças da nossa sociedade Lisboeta mas tenho que lamentar que não se fala-se num tal
cinema situado quase no centro de Lisbos na Av.Pedro Alvares Cabral bem perto onde é hoje o Edifício
sede do PS Que era o cadeiras de verga e se chamava " JARDIM CINEMA" com a sala de bilhares tão ao gosto dos estudantes Bilhetes para a Platéia a 2$50 ao fim de semana.
Que delicia poder reviver nestas fotos os dias da minha meninice,que maravilha e que saudade como eram lindos e dignos mesmo alguns na sua decrepitude exalavam sonho,davam-nos alegria e força para continuar-mos a viver,sonhar,romanciar,LINDO bem hajam Sara P.
Só agora tive contacto com este blog. Muito bom...
Se for útil para alguém, eu próprio, em colaboração, escrevi um artigo sobre cinemas em lisboa, em 1985, intitulado "Dos animatógrafos ao Cinebolso - 89 anos de cinemas em Lisboa", na Revista Finisterra volume XX Nº 40, 1985.Revista do Centro de Estudos Geográficos.
Carlos Marques
Parabéns! Adorei recordar algumas destas salas que tanto frequentei. Como nasci e morei na Graça, lembro-me do Royal, do Lys onde os preços eram + acessíveis e das sessões clássicas no Estúdio e Monumental. Também o pouco conhecido Universal onde vi os filmes de Arrabal, como o "Viva la muert". Para além das imagens, óptimos textos.
A lista é extensa como não podia deixar de ser mas o Cinema Restêlo
e o Promotora no Lg. do Calvário e o Ideal não constam nesta bela história
Muito Obrigado!
Falta o meu cinema preferido de à muitos anos, o Royal á Graça.
Excelente trabalho.
Os principais eram autenticas salas de espectáculos.
Na zona oriental para além de um cinema no Poço do Bispo existia ainda outro no Beato. Um deles chamava-se Pátria do outro não me lembro do nome.
Noémia
Gostei muito do artigo. Uma autêntica joia. Mas não haverá nos seus arquivos nenhuma fotografia do Jardim Cinema?. Já agora penso que talvez valesse a pena, uma vez que foi classificado como imóvel de interesse público. Lembro-me de ter lá ido ver um filme de cawboys e que tinha cadeira de palhinha. Uma relíquia.
Bom trabalho. Falta uma refrência ao Cine Oriente, ao fundo da Av. General Roçadas, numa travessa chamada CAminho de Baixo da Penha. Vilá, na minha meninice ( e já vou nos 70 ) muitas coboiadas!
Obrigado! Tanta vida, tanto espírito criativo! A vida é bela e a arte jorra nela.
E o Cinema RESTELO que aparece ns cartazes...????
1º Balcão, Plateia e 2º Balcão (piolho).
Tantas histórias para contar... milhares de pessoas de Algés, Restelo, Pedrouços, Belém iniciaram as lides aqui.... e namoraram...e casaram... e as cobioadas e filmes de terror com malta antes da ida a Algés (imperiais)
Av Torre de Belém. (spermercado e banco neste momento).
Mas o Café Restelo lá continua e dizem que se recomeçou a comer um bom bife (como no Império)
Parabéns por este excelente trabalho que me trouxe à memória momentos inesquecíveis dos anos em que vivi em Lisboa (65, 66 e 67).
Ir ao cinema nessa altura era um acto de cultura. Hoje é frustrante, pagarmos um bilhete caro e termos que apanhar com bandos de jovens a ruminar baldes de pipocas, a sorver ruidosamente Coca Cola, a falar aos telemóveis, e a colocar os pés em cima das cadeiras da frente. É a "evolução"...dizem eles!
Adorei ler o seu trabalho e estive horas debruçada sobre todas essas recordações que fizeram uma parte muito importante da minha vida. Recordo que cheguei a ver 3 filmes num só dia: 1ª. matinée, 2ª. matinée e noite!Ainda estudante, andava a pé para poupar dinheiro para ir para o 2º. balcão do Império, S. Jorge, Monumental, Tivoli...
Um pequeno reparo: Creio que o filme "Brincadeiras proibidas" foi dos primeiros no Império e não no S.Jorge.
Porque não publica toda esta matéria em livro? Estou certa que seria um êxito editorial, pois este é um trabalho magnífico e que presta um serviço fabulosdo aos cinéfilos de Portugal, principalmente aos alfacinhas.
Parabéns!
Maria Helena:
Ainda conservo o album onde nesses anos tomava nota de todos os filmes que via. Por isso lhe posso dizer que vi o filme "Brincadeiras Proibidas" no cinema S. Jorge no dia 2 de Setembro de 1969, uma quarta-feira.
Aconselho a compra de um livro que saíu este ano sobre os cinemas de Lisboa, da autoria de Margarida Acciaiuoli. Quanto a este post são apenas recordações pessoais e não pretende ser mais do que isso.
Volte sempre
PARABÉNS.
Está um trabalho maravilhoso.
Obrigada por este belíssimo e triste "revival"; amigo rato-cinéfilo!
Tantos filmes maravilhosos se viram nestes cinemas!
Obrigada e continue a dar-nos destas recordações...
Abraço o falcão
Muitos parabéns ao Autor pelo Blog e, em especial, por esta sua publicação sobre cinemas de Lisboa. Apesar de ter nascido na década de 6o, ainda tive o privilégio de conhecer e ir ao Cinema a algumas salas aqui mencionadas.
Reitero a recomendação do Autor, sobre a compra do livro que saiu este ano 'Os Cinemas de Lisboa', da autoria de Margarida Acciaiuoli.
É um livro de consulta, mas mantêm-se ainda como o meu livro de cabeceira.
Recomendo também uma visita e a perderem-se no blog restosdecoleccao.blogspot e, como complemento, a visitarem a Galeria de Fotografias do Estúdio Mário Novais, no Flickr, da Biblioteca de Arte da F.C.Gulbenkian.
Boas leituras e boas memórias a todos.
Excelente trabalho!
Andava para vir de propósito espreitar os teus "blogues" e, ainal, vim cá parar hoje por intermédio duma sugestão dum amigo...
Só gostaria de acrescentar o «City-cine», do Centro Comercial homónimo na Tomás Ribeiro, e a sala em que eu comecei a ver cinema, ainda criança: o Cine-Teatro da ENcarnação, hoje ADCEO (Associação Desportiva e Recreativa da Encarnação e Olivais), este sim no Bairro da Encarnação (e não o da Rua Ant.º Maria Cardoso, que deve querer significar a Freguesia homónima...).
Um abraço aqui do DOM (depois te envio um "e-mail") e até já, ou... BOM FIM-DE-SEMANA!
Já agora, acho que também havia um num dos primeiros centros comerciais de Lisboa, ali ao Campo Pequeno, ao lado do outro (ai, a minha memória a falhar nos nomes...) onde havia a famosa loja da «Triudus», onde todos comprávamos as calculadoras "Texas" nos velhos anos setenta! Qual era o nome desse cinema e do respectivo Centro Comercial (ou "drugstore", era assim o seu nome inicial, creio)?
Faltam alguns cinemas da zona oriental de Lisboa, como o Pátria, em Xabregas ou o Cine Oriente, popularmente Cinor e penso que o Avis, antes deste nome se chamava Palácio e este seria o nome em 1956. Foi lá que vi um filme com a Sophia Loren e o Allan Lad, chamado "A Lenda daEstátua Nua"
Partabéns pelo blogue.
Artur Pinto
Simplesmente FABULOSO !!!!!!
Parabens.
Que belo artigo! Conhecia quase todos as salas, e vi filmes em boa parte delas. Até me lembro de 2 ou 3 títulos, como o Popeye no monumental (nasci em 1973) ou o ET no Mundial, com a minha avó. E, claro, os filmes da Disney no Tivoli.
Continuo a gostar de cinema, mas é raríssimo ir ao cinema. Não gosto de centros comerciais, nem de pipocas, nem de barulho enquanto vejo o filme.
Actualmente, ainda consigo ver uma sessão de cinema civilizada no Atlântida Cine, em Carcavelos (moro em Oeiras!), mas é raro.
Foi a minha descoberta do seu blog, que agora passarei a ler.
Obrigado
Parabéns, excelente trabalho.
Bem Haja.
Muito obrigado.
Bons tempos em que se saía de casa para ir ao cinema.
Onde nasci (Olhão)havia um cinema-teatro(ambiente fechado), uma esplanada-cine (no Verão), e havia um clube recreativo que passava filmes no salão. Já não fui do tempo em que haveria um "armazém" que, com acompanhamento a piano ou fonógrafo, passava filmes mudos. Ao cinema-teatro chegou a ir actuar a Amália Rodrigues.
Havia prospectos, anúncios de filmes da semana. Os filmes começavam com as actualidades ou desenhos animados, filme principal de cartaz..intervalo para as "ervilhanas" (amemdoins), pipocas, etc....e 2º filme de bónus.
Faziam-se "malandrices", tais como, num filme de terror, vindo da geral, situada no "balcão", uma voz cavernosa de marítimo exclamar num momento de transe-"nã tenha mêdo!!",no negrume da sala, um espectador da plateia, apalpar uma donzela, esta dá-lhe uma estalada, e este, sem se descompor, dizer..."e em casa levas mais..."
Faziam-se cartazes a anunciar os filmes, eventualmente com uma estória aos quadradinhos, alusiva, tal como no filme de um actor-cómico italiano... "a volta ao mundo por um tostão"
Excelente trabalho de recolha de imagens e textos.Parabéns!
Frequentei na minha juventude quase todas estas salas , deu-me uma nostalgia ...
beijinho
Fê
Muito interessante, contudo noto a falta do cinema REX, na rua da Palma (ao Intendente). Tinha uma pista "scaletrix" - pista de carros miniaturas que à data fazia a alegria da pequenada (onde me incluía). Os filmes que passava nas matinés tinha essa mais valia
Bom trabalho de recolha de informação. Parabens
Muito bom!
Hoje com 50 anos, vi em Lisboa muitos filmes a partir dos meus13/ 14 (1974/5) entre eles Ben-hur (Eden) Mad-Max no Condes, Ciclo James Bond no 7ª Arte (onde é (ou era) a DGV e não na Emb. Angola, Tarzans no Roxy ETC ETC.
Repito muito bom artigo...e que lembranças que trás...
Carlos Oliveira
Excelente!
Carlos A M Loff Fonseca(75)
Vindo de Cabo Verde (década 50) ou de Lourenço Marques (década de 60/70) era uma festa frequentar alguns luxuosos cinemas de Lisboa, seus cafés ou restaurantes, e socializar encontrando amigos e conhecidos.
Lindo trabalho. OBGD.
Gostei e muito mas encontrei algumas imprecisões. A mais importante é do "broche inteiramente feito à mão". Assim dizia o saudoso Fernando Peça no seu comentário ao desfile do casamento da actual rainha da Inglaterra quando fez referência a uma das jóias. Imediatamente, vinda do balcão do Tivoli, houve uma voz que gritou, "Feito á mão é uma punh..."
Sem mais brejeirices recordo uma coisa importantíssima para a hist´ria do cinema, em Portugal,que só os velhos da minha idade, 83 anos - ou mais -podem recordar. Foi o caso de pela primeira vez um filme ("A balalaika") ter estado no Eden nove semanas seguidas. Tinha eu os meus nove anos e como toda a gente lá fui ver. Era um filme muito romântico, muito bem cantado e, também, de propaganda anticomunista. Fico-lhe grato por não ter esquecido o "Jardim Cinema" que, além de ter tido o tal stande de automóveis teve, nesse espaço, um imenso "rink" de patinagem.CLV
Como a maioria das pessoas, também tenho saudades destas maravilhosas e elegantes salas de espectáculos. Foi ao Império que fui a primeira vez com a minha namorada nos anos 70.
Era chique ir ao cinema, agora, como diz a Maria Correia a "malta" vai para as salas roer pipocas e fazer barulho. Devia ser proibido a destes e outros consumíveis.Obrigado Sr.Rato por esta nostalgia.
MUITO OBRIGADO POR ESTE MOMENTO DE REVER ESSES TEMPOS.EU FUI PROJECIONISTA NALGUNS DESSES CINEMAS EM 1978 ATÉ ELES FECHAREM.
PERCORRIA TAMBÉM VÁRIOS DESSES CINEMAS EM MIUDO,TENHO 57 ANOS.
BEM HAJA...
Bem, fez-me recordar aqueles bons tempos em que ir ao cinema era uma festa. Petiscava-se antes, assistia-se à sessão e, depois, nova petiscada e convívio com os amigos. Uma forma tão simples e cheia que nós tínhamos oportunidade de aproveitar, sempre que era possível - e fazíamos por isso ...
O autor deste trabalho merece um PRÉMIO. MUITO O BRIGADO !
adolfo cruz
Muito Obrigada!
Um meticuloso trabalho de pesquisa,que muitas lembranças e saudades deixará a todos os lisboetas e àqueles de outras cidades que conheceram algumas salas.
Bom Dia,
Parabéns pela excelente recolha.
Faltam, no entanto, alguns Cinemas da zona Ocidental de Lisboa, como o Palatino, o Promotora, o Éden Cinema (de Alcântara), o Cine que se situava onde é presentemente a Sede do Comité Olímpico (não me recordo agora o nome)
o Cinema Restelo, etc.
Faço coleção de bilhetes, que se encontra publicada nos meus blogs :
bocasfoleiras@sapo.pt
sapoencia@sapo.pt
em "colecção de bilhetes de diversões"; Se desejar pode extrair de lá, os que lhes forem úteis para este seu Blog.
Ilustre Amigo,
PARABÉNS! é a primeira palavra que qualquer "lisboeta" deve apresentar-lhe. Coloco lisboeta entre aspas porque pertenço ao imenso grupo dos lisboetas 'importados" das mais variadas partes do mundo e que aqui se fixaram por circunstâncias as mais variadas, desde o amor pela luz desta Cidade, até o amor por, justamente, alguma lisboeta... Repassar (neste momento) de forma rápida (mas prometendo voltar) por essa história é emocionante e sugestivo. SAUDADE (que sabemos ser das palavras mais "completas" deste nosso "rude e primitivo idioma") seria a segunda palavra a dizer-lhe que seu "blog" sugere: essa mistura de emoções trazida pela recordação de tempos vividos com paixão, não isentos de tristeza mas ao mesmo tempo repletos de alegrias... Muitas outras palavras haverá, por certo, de serem trazidas a propósito desse seu trabalho, notável não apenas pelo rigor de compilação histórica que parece - para um simples apreciador ainda que 'vivenciador'- de facto admirável, como também elegante pela forma em que se apresenta, com seus comentários gostosos... Terei muito prazer em retornar a essa sua página e, se não lhe causar estranheza ou desagrado, terei também gosto em dar forma aos pensamentos que na ocasião me vierem a ocorrer. De momento, outra palavra importante, sólida e de grande significado merece o seu brilhante trabalho: OBRIGADO! Gedião Vargas ('Gaúcho' de nascimento, 'montenegrino" por Amor, moldado Jesuíta, formado Economista e Lisboeta de Coração!)(Não sendo o "Rato Cinéfilo" que é o "blog", o "Rato Chinês" me calha muito bem...!!)
Ó Rato mas isto é uma maravilha - PARABÉNS. Excelente trabalho.
Tudo isto (cinemas, programas, cartazes) faz parte da minha vida e que emoção ao rever sítios onde passei belos momentos da minha juventude.
Não sei se conhecem um excelente livro sobre o assunto: "OS CINEMAS DE LISBOA" de Margarida Acciaiuoli.
nao sou lisboeta mas vivi muitos anos em lisboa adorei ver este comentario opois faz trazer muita coisa a memoria parabems para quem o fez
Nos anos 70/71 uma amiga falou-me de uma peça chamada "sangue e arena". Estava no cinema Estudio 444. Alguém sabe do que tratava o filme? e quais os artistas? Obrigado pela atenção
Apens uma corrreção. O Chiado Terrace, como é referido, situava-se na RUA António Maria Cardoso, ao Chiado. É referido Encarnação por aquela zona ser na freguesia da Encarnação. Ao lado fica a Igreja da Encarnação (Em frente a Igreja do Loreto, tb conhecida pela Igreja dos Italianos
Gostei de ver. Mt bom. Tenho um programa antigo que era um livrinho dado à porta dos cinemas que se chamava "meia-noite". Querem isso? enviem-me um email.
Artur
Muito bom, parabéns e obrigado pelo excelente trabalho.
Há uma referência a um cinema feita por um comentador,afirmando que o mesmo não se situava na Encarnação, como diz o postal, mas é verdade que se localiza na freguesia da Encarnação, não no Bairro com o mesmo nome, que á data da construção do cinema nem devia ainda existir.
Muito grato por esta fantástica viagem no tempo para mim um alfacinha de gema. Foi muito bom recordar o foyer de algumas salas onde fui muito feliz. Das que não foram mencionadas (salvo erro) que mencionar os cinemas Stadium e Miraflores em Algés, o Salão Portugal na Ajuda, a pequena sala no Hotel Roma onde conheci o Dirty Harry, O AC Santos na Avenida da Igreja, O lumiar na Calçada de Carriche e uma sala Rua Bartolomeu Dias a seguir ao Museu da Marinha da qual não me recordo o nome. Mas tratando-se de um post num blog e não de um livro é sem dúvida um trabalho magnífico
Obrigado por este excelente trabalho de pesquisa, foi também um regresso a um passado muito interessante,(cinematográfico) entenda-se.
Só um peq reparo, no espaço que antecedeu o cinema Londres, funcionou uma pista de boling, onde cheguei a trabalar, devia ter na altura uns 15/16 anos.
Uma outra curiosidade, havia no Alto do Pina, R Barão de Sabrosa, o cinema Max, convertido em igreja nos anos 80.
Este cinema funcionava com dois filmes por sessão, havia quem no intervalo de um filme para outro, vendesse a senha de de saída para quem quisesse ver o segundo filme.
Enorme a satisfação de ter chegado a este blog! Adorável! Li que frequentavas o cine Império por ser perto de seus estudos, não é verdade? Vi também que lá passara "A primeira noite". Foi em 1967, está correto? Crês ser possível que tenha passado também "O cowboy da meia-noite" nesta mesma sala, em 1969?
Quero escrever um roteiro que se passa na Lisboa desta época, e tu me ajudarias muito se me esclarecesses sobre este ponto.
Como poderíamos conversar em particular?
Forte abraço, parabéns pelo maravilhoso trabalho!
Haroldo
Excelente, adorei ler! Falta o cinema onde fui pela 1ª vez ver a Branca de Neve, salvo erro, o Palatino, no Alto de Santo Amaro, onde vivia à época!
Um trabalho muito interessante para os "ratos cinefilos" dos quais eu fiz parte...pena é esquecerem-se de alguns como por exemplo o Royal em Sapadores-Graça que eu frequentava todos os sábados; no entanto, muitos parabéns pelo excelente trabalho de pesquisa
Voltei hoje aqui (tinha o link nos favoritos) para reler com muito prazer novamente este excelente "post" que para mim é mais saboroso que um livro por estar enriquecido com memória pessoais com as quais me identifico bastante. Também eu fui nascido e criado em Lisboa (1957) e o cinema era para mim uma grande paixão (tinha mesmo uma agenda para registar o nome dos filmes e o cinema com o respectivo bilhete colado). Em miúdo e jovem adolescente passei por quase todos os cinemas aqui mencionados e mais alguns de bairro também referidos e outros "esquecidos". Agora que está a estrear o 7º filme da saga Star Wars quero aqui recordar o impacto que teve para mim a sua visualização no Monumental (antigo) com o seu esplêndido ecrân e magnífico sistema de som (Dolby). O filme estreou numa quinta-feira à noite e eu fui tranquilamente vê-lo na sexta à sessão das 18.30h; as sala estava semi vazia e eu jovem nos meus 20 e poucos anos fiquei "siderado" com aquela magnífica "space opera". Nesse fim de semana e após terem saído as críticas nos jornais da capital a loucura estourou e as sessões esgotaram rapidamente para todo o mês seguinte, eu que que o queria voltar a ver logo de seguida tive que aguardar pois os bilhetes que custariam na bilheteira 25 escudos (para o primeiro balcão) atingiram preços de 50 paus na "candonga" e nem na agência (ABEP?) os havia pois eram guardados para os amigos :). Na segunda-feira seguinte de manhã, no emprego o tema dominante de conversa era a estreia do filme, com lamentos de quem não tinha arranjado bilhete, pelo quando disse aos colegas que já o tinha visto transformei-me na estrela do dia com o pessoal todo à minha volta a fazer perguntas sobre os efeitos especiais e a história e eu orgulhoso lá fui lançando "spoilers" uns atrás dos outros he he he. Tempo depois surgiria outra obra que roubaria o lugar ao SW no meu top: Blade Runner, visto no Castil que a par de 2001 ainda continua a ser um dos meus favoritos. O momento que recordo com mais tristeza foi a despedida do Apolo 70 com outro dos meus filmes favoritos "Apocalipse Now" (tinha começado lá com o melodramático "Fernão Capelo Gaivota uma meia dúzia de anos antes); e lentamente os cinemas de Lisboa a começar pelos de bairro foram fechando (morrendo) silenciosamente e com eles uma parte das minhas mais felizes memórias da capital. Muito mais poderia escrever mas fico por aqui. Mais uma vez os meus parabéns e muito obrigado por este excelente trabalho. Cumprimentos
"Anónimo Veneziano" :)
Uma viagem que fiz ao passado. Obrigada. Tenho pena que não haja algo assim sobre os cinemas do Porto, as nossas "tardes clássicas" nos anos 60. Programação que, apesar da censura, às vezes escapava aos obtusos censores!!!
E os edifícios, a construção, os painéis interiores, a mística do cinema... essas coisas são intemporais. Deveriam ser conservados, mesmo que para outros fins, cafetarias, livrarias, algo que tivesse a ver com a "arte de viver"ou a "arte de conviver". O deus-dinheiro compra e esmaga. Odeio as religiões que não se sabe donde lhes vem os proventos, os bancos e afins.
Saudações
Não consigo encontrar nenhuma referência ao pequeno cinema bem perto do Rossio com linda fachada Art Nouveau. Passando a Rua dos Sapateiros a direita. Há muitos anos que só passa filmes pornográficos e é uma pena. Devo ir a Lisboa em Junho, irei fotografar esta bela fachada. Mas gostaria de ter outras informações. Seu trabalho de memória dos antigos cinemas de Lisboa é excelente. Obrigado!
Dimitri Ganzelevitch (Salvador - Brasil)
Caro amigo falta o Salão Portugal, na Ajuda. Agora é a sede do comité olímpico português
Acho que já o disse, mas vale a pena lembrar: este post não pretende, de modo algum, constituir-se em documento exaustivo de todas as salas de cinema de Lisboa. São apenas memórias pessoais, não vai mais além do que isso.
Mas não pode parar chegando quase ao fim da proposta!
Repito; Trabalho notável.
Gostei imenso deste trabalho de recolha, que nos aviva a memória sobre as salas de cinema de Lisboa. Pena tenho - mas é compreensível - que não conste aqui os cinemas da parte ocidental de Lisboa, entre eles o Belém-Jardim, o Cinema Restelo, o Promotora, o Salão Portugal, o Palatino...
Meu amigo, que saudades! Um enorme bem haja por este conjunto de recordações
Antonio Trepado
Excelente. Apenas uma rectificação. O Castil não fechou em 1986. Ainda lá vi o Lost Boys que estreou em 1988 ;-) Por isso talvez 1989?
Apenas duas precisões:
O Éden que aparece, embora tenha funcionado como cinema, denominava-se Éden Teatro, como aliás pode ler-se na primeira fotografia do frontespício constante do blogue. Existia um Éden Cinema no Largo de Alcântara, também em Lisboa;
As fotografias do Europa reportam-se à terceira sala de espectáculos; no local duas outras a antecederam-na.
Este trabalho foi certamente executado com muito carinho, tal é o saudosismo nele existente.
É uma autentica preciosidade.
Parabéns a quem o idealizou, criou e nos deu a conhecer o mesmo.
Adorei recordar os "velhos tempos" da minha mocidade.
OBRIGADO !
ESte Blog é um... ESPECTÁCULO... de recordações.
antónio gomes
Hoje em dia (03/10/2017)o "cinema de sala" de antigamente em Lisboa está em ebulição face às novas tecnologias do "cabo". Os aparelhos de grandes ecrãs podem ser instalados no lar. O paradigma de ir ao cinema como uma noite especial com jantarinho à mistura (antes ou depois) deixou de existir. É avolta dos tempos modernos, se é que há tempos antigos e vice-versa. Lauro António continua vivo e a promover o cinema, mais o seu Vá-Vá recentemente reaberto com novas instalações, no sítio de antigamente. E nós, com 70 anos de idade, que calcorreámos por Lisboa e arredores os cinemas ora apresentados, fizemos desta mostra uma jornada de nostalgia. Bom esforço em prol da 7.ª Arte em Lisboa.
Uma pena não ter o Rex, na R. da Palma - Avenida Almirante Reis.
Tinha um pátio exterior junto, onde os cinéfilos iam fumar durante o intervalo (sempre dois filmes).
Vi imagens do local, que parece ser agora loja de T-shirts!!
Excelente trabalho, parabéns. Penso que não vi o "velho" Europa, o promotora e o Jardim Cinema. Seja como for trabalho 5 estrelas, excelente!!!
Boa tarde
Como se chamava a sala de cinema, num pequeno centro comercial um pouco mais acima do Ity Cine nos anos 80
Muito obrigado
Quero lembrar que o cinema Avis, antes da remodelação, foi o cinema Palácio, que frequentei na minha juventude.
O autor dos baixo-relevos do Condes,
foi o escultor Euclides Vaz.
Foi sem dúvida uma longa viagem ao passado. Como investigadora tenho plena consciência da pesquisa que é necessário realizar para obter uma obra desta envergadura.
Já pensou em avançar para uma publicação?
As minhas sinceras felicitações.
T.Duarte
Um trabalho estupendo que tive a oportunidade de conhecer atravez de um link de email.
Num dos comentários, li acerca de uma revista, distribuída, graciosamente â porta dos cinemas, de seu nome 'Boa Noite' que mais tarde passou para 'Sua'. Essa revista, era editada pelo meu falecido pai, Fernando Laidley, cinéfilo inveterado, e era suportada por publicidade. Ainda tenho muitos exemplares dessas revistas. Alem da publicidade que a suportava (era grátis e tinha de se pagar aos distribuidores) tinha muito para se ler nos intervalos : anedotas, culinária, notícas, etc.
Também notável o impecável português em que está escrito ! Raro, hoje em dia.
Excelente. Adorei a "viagem" através do Tempo, e ao longo da minha Lisboa. Um reparo, apenas. Creio que não menciona O Restelo. Em cujas instalações o PAJU (Programa de Rádio da responsabilidade de Aurélio Carlos Moreira) realizou "n" Programas ao Vivo, que incluíam Concursos para Conjuntos Jovens. Adorei.
Margarida Freire
Antes de mais felicito calorosamente o génio criador deste blogue, com memória, com alma, que tanto dá de si para felicidade dos outros. Conto pelos dedos de uma mão as salas que não conheci. Foi muito bom recordar outros tempos em que ir ao cinema era um ato cultural e de convívio social. Eramos como uma grande família que ali convivíamos. Hoje somos todos estranhos, cada um fechado em si mesmo, encafuados em cubículos descartáveis. É o tempo de reclamarmos uma sala de cinema em cada bairro, de abandonarmos o isolamento do digital a abraçarmos a cultura do encontro. Grande abraço de parabéns. L. Cordeiro
Hoje,as ilustres casas de cinema não existem para o fim a que foram construidas, umas por abandono, outras como lojas de comércio, outras para outros fins. Enfim, resta a saudade.
Parabéns mas que reportagem tão boa, merecia ser impressa. Comentário feito a 29 de abril de 2023. Relativamente a Teatros, a minha maior pena foi o desaparecimento do TEATRO VASCO SANTANA não só do Teatro mas como também a homenagem ao próprio, único e ilustre.
Boa noite,
Excelente trabalho. Frequentei a maioria destas salas de cinema de Lisboa, nos anos 50, 60 e 70. Para já apenas um reparo, o cinema Trianon antes de se chamar Avis ainda funcionou como Palácio durante muitos anos. Quanto ao livro/tese de Margarida Acciaiuoli também o recomendo mas além deste há um que passa por ser a “enciclopédia” deste tema e que é incontornável: “OS MAIS ANTIGOS CINEMAS DE LISBOA 1896-1939, de M. Felix Ribeiro, de 1978, publicado pelo Instituto Português de Cinema - Cinemateca Nacional.
Salão Portugal
Inaugurado em 1928, este espaço cultural tinha como objectivo a exibição de filmes e a apresentação de actos de variedades, com exploração comercial a cargo do proprietário, José Nicolau Veríssimo, até 1935, altura em que passou para a esfera da Sociedade Geral de Cinemas, Lda. No ano seguinte, o “Salão Portugal” é remodelado e passa a dispor de 510 lugares, entre a 1.ª plateia com 340 lugares, a 2.ª plateia com 80, balcão com capacidade para 136 espectadores e 12 camarotes.
No início dos anos 50 do século XX, o cinema começa a perder público e entra em dificuldades financeiras, que culminam com o fechar de portas, em 1977.
Hoje é o Comité Olímpico de Portugal
Comecei a ver cinema em Lisboa aos 12 anos de idade (1960) - calcorreando quase todos os cinemas existentes na cidade - mas, confesso, que nunca fui ao Cinema Portugal.
Na sua proximidade, fui ao Palatino uma ou duas vezes apenas. À Sociedade Promotora (Alcântara) fui mais vezes.
A maioria desses cinemas de bairro exibiam dois filmes por sessão cheios de cortes o que dava lugar para o público presente desatar a assobiar de desagrado. E outras vezes partia-se a fita e os impropérios de "marreco olhó sonoro" faziam-se de imediato ouvir na sala.
Se queríamos ver cinema de qualidade tínhamos de abrir a carteira e ir às salas de cinema centrais na cidade (Av. da Liberdade e proximidades).
A Rua António Maria Cardoso onde se situava o Chiado Terrace é na zona do Chiado, mas pertence à freguesia da Encarnação
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