quinta-feira, junho 27, 2019

ASCENSEUR POUR L’ÉCHAFAUD (1958)

FIM-DE-SEMANA NO ASCENSOR
Um Filme de LOUIS MALLE

FRANÇA / 91 min / 
P&B / 16x9 (1.66:1)

Com Jeanne Moreau, Maurice Ronet, Georges Poujouly, Yori Bertin, Yván Petrovich, Elga Andersen, Lino Ventura, Charles Denner, etc.

Estreia em FRANÇA a 29/1/1958
Estreia em PORTUGAL a 4/5/1959



Vencedor do Prémio Louis Delluc, para o melhor filme francês rodado em 1957 (entre Setembro e Novembro), “Ascenseur Pour L’Échafaud / Fim-de-Semana no Ascensor” é a primeira longa-metragem de Louis Malle, realizada logo após o realizador ter trabalhado com Jacques Cousteau no documentário “Le Monde du Silence”. Malle tinha na altura 25 anos e esta sua estreia é vista como cartão de visita à introdução da Nouvelle Vague no cinema francês. O filme aborda uma intriga policial em ambientes “à americana”, enveredando por um ambiente de film-noir, em que o pano de fundo é magistralmente pautado pelo trompete de Miles Davis, convidado expressamente por Malle para compor a banda sonora. O músico gravaria toda a música em poucas horas, numa madrugada que duraria até às 5 da manhã, acompanhado por um quarteto de músicos franceses e americanos.


“Ascenseur Pour L’Échafaud” é um thriller bastante original, no qual Julien Tavernier (Maurice Ronet), fruto de um descuido após assassinar o patrão, negociante de armas e marido de Florence, a sua amante (Jeanne Moreau), fica preso no elevador do edifício, tentando contornar o destino. Os caminhos que irão conduzir ao desfecho desse destino, que desde muito cedo se adivinha inevitável, serão percorridos por outros personagens numa história paralela, que se irá entrelaçar com o tema principal. Jeanne Moreau, que percorre as ruas de Paris durante grande parte do desenrolar do filme, é filmada admiravelmente por Louis Malle, que contrapõe planos gerais a belíssimos grandes planos do rosto da actriz (sem make-up), pontuado por uma complexidade de emoções, em que o desespero assume o papel principal. Curiosamente, os dois principais personagens nunca são filmados juntos, apenas comunicam por telefone no início do filme e são vistos em fotografias no final.


"Ascenseur Pour L’Échafaud" é o filme que lança Jeanne Moreau para o estrelato (nesse mesmo ano de 1958 a actriz seria de novo filmada por Malle em “Les Amants”), e marca um ponto de viragem, numa altura em que vários criadores da Nouvelle Vague se afirmavam no panorama do cinema francês - logo no ano seguinte, 1959, seriam rodadas as primeiras longas-metragens de Godard (“À Bout de Souffle”), Truffaut (“Les Quatre-Cent Coups”) e Alain Resnais (“Hiroshima, Mon Amour”). 

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