Um Filme de SCOTT LEBERECHT
Com Zak Kilberg, Maya Parish, Jo D. Jonz, Larry Cedar, Arlen Escarpeta, etc.
EUA
/ 88 min / COR / 16X9 (1.78:1)
Estreia no CANADA a
19/7/2011
(Fantasia Festival)
Esreia na GB a 11/1/2013(Fantasia Festival)
Depois
de três curtas-metragens (duas delas galardoadas em festivais de cinema), esta
agradável surpresa é o primeiro filme de fundo de Scott Leberecht, que também escreveu o argumento, mas cujos
créditos, até agora, têm sido firmados no campo dos Efeitos Visuais, em filmes
como “Eraser”, “Flubber” ou “Sleepy Hollow”. Por isso seria de esperar uma
utilização maciça de artifícios técnicos nesta estreia. Nada disso, “Midnight Son” é um filme muito
contido, sem pressas, que se limita a mostrar o estritamente necessário à
história que quer contar. Leberecht
aproveita da melhor maneira o material que ele próprio inventou, adoptando um
estilo simples e directo, quase contemplativo.
Jacob
(Zak Kilberg, no seu papel mais
importante até à data) é um guarda-nocturno que, por imposição da sua
profissão, passa os dias encerrado num porão, onde vive sózinho. Desde criança
que padece de um problema de pele, a qual é muito sensível à luz solar. Aos
poucos começa a perceber que o seu organismo também vai dando mostras de
algumas anormalidades, dada a sua dificuldade em se manter saciado. Consulta um
médico que lhe diagnostica uma anemia. O mal-estar vai no entanto progredindo e
Jacob interroga-se, meio divertido, meio incrédulo, se não será ele um qualquer
tipo de “vampiro”, dado o seu gosto por sangue. Mas aquilo que a princípio não
passaria de um tola suposição, vai-se confirmando cada vez mais real e o pânico
começa a instalar-se no seu dia-a-dia. Após conhecer Mary (a sensual Maya Parish), com quem,
invariavelmente, não consegue chegar ao fim do acto amoroso, Jacob tenta desesperadamente
encontrar um modo de tranquilizar os seus receios mais íntimos. Mas estes vão-se materializando cada vez mais....
Apetece-me dizer que “Midnight Son” é um filme de vampiros
sem vampiros. Na verdade, o que aqui ressalta é a solidão e a tristeza dos
personagens trágicos que habitam a história. Leberecht deixa de lado qualquer violência gratuita (tantas vezes
vista noutros filmes do género) e foca-se sobretudo na criação de uma atmosfera
dramática e realista, pincelada aqui e acolá por tons poéticos. A fotografia de
Lyn Moncrief ajuda a recriar tal atmosfera, tal como o acompanhamento musical,
assinado por Geoff Levin e Kays Al-Atrakchi, apesar de discreto e focado
essencialmente em efeitos sonoros. Muito bem realizado, com um convincente e
equilibrado elenco, “Midnight Son”,
que foi rodado quase inteiramente na noite de Los Angeles, é um filme muito
agradável de se seguir, que nos transmite sentimentos de solidão e perda,
subjacentes a qualquer história de amor. Um pequeno aviso: Não aconselhável aos fans dos filmes
da saga “Twilight”.
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