O CÓDIGO BASE
Um filme de DUNCAN JONES
Com Jake Gyllenhaal, Michelle Monaghan, Vera Farmiga, Jeffrey Wright,
Michael Arden, etc.
EUA-CANADA / 93 min / COR
/ 16X9 (1.85:1)
Estreia nos EUA: 28/3/2011
Estreia em PORTUGAL:
14/4/2011
Colter Stevens: «Christina, what would you do if you knew you had less
than one minute to live?»
Christina Warren: «I'd make every second count»
Em
1938, uma jovem tenta provar durante uma viagem de comboio, a existência de uma
passageira idosa desaparecida, apesar dos outros passageiros negarem a sua
existência. Em 1993, um jornalista da meteorologia vê-se subitamente preso no
mesmo dia, sendo obrigado a vivê-lo vezes sem conta. Em 2001, Jake Gyllenhaal
descobre um vórtice temporal e recebe mensagens vindas do futuro. Passados dez
anos..., imagine agora que abre os olhos e, subitamente, dá por si num comboio
rumo a Chicago. Sentada à sua frente encontra-se uma bela rapariga e apesar de
não a conhecer de lado algum, ela fala consigo como se fossem velhos amigos. Com
a desorientação natural do momento, mal se dá conta da senhora que passa por si
e lhe derruba café nos sapatos. A sensação de confusão aumenta quando, nos
lavabos do comboio, olha para o espelho e o rosto que vê reflectido não é o
seu, apesar de ser o mesmo que se encontra no seu bilhete de identidade. Começa a ficar
deveras inquieto, mas antes que consiga perceber o que se passa, o comboio
explode.
Volta
a abrir os olhos e desta vez encontra-se numa apertada cápsula escura. A sua
memória continua difusa. Ouve uma voz vinda de um monitor: «Descobriu a bomba, capitão?»
«Qual bomba? Mas onde é que eu estou?», responde de modo trémulo. «A sua
localização não interessa, o que importa é localizar a bomba no comboio e
descobrir quem é que a colocou. Vamos reenviá-lo... não se esqueça que só tem 8
minutos!» Um clarão e dá por si novamente no mesmo comboio, frente à mesma
rapariga, que lhe repete as mesmas palavras. A mesma senhora volta a
entornar-lhe café nos sapatos. Tudo se repete, mas tudo parece também
ligeiramente diferente. Com mais perguntas do que respostas a correrem-lhe na
cabeça, há no entanto uma ideia recorrente que não o larga: «Tens 8 minutos
para encontrar a bomba.» Pouco tempo depois, e para complicar ainda um pouco mais as coisas, dizem-lhe que afinal... já morreu há dois meses em combate.
E
assim, de explosão em explosão, de constantes "viagens" entre o
comboio e a pequena cápsula, o processo repete-se, ad infinitum. É
enclausurado entre estes dois intrigantes universos que vive o personagem
principal de "Source Code", o capitão Colter Stevens (Jake
Gyllenhaal), especialista em missões no Afeganistão. Sentimos uma sensação estranha de déjà vu, como se estivéssemos a assistir a uma frenética versão hitchcockiana de "O Feitiço do
Tempo". Neste seu segundo filme (o primeiro, dois anos antes, tinha sido o
claustrofóbico "Moon - O outro lado da Lua"), Duncan Jones demarca-se
definitivamente do estigma de ter um pai tão célebre como é David Bowie, e
assina um empolgante e vertiginoso thriller
de ficção científica, que o confirma como um dos mais interessantes jovens
realizadores da actualidade (nasceu em Londres, a 30 de Maio de 1971).
Tal como
Christopher Nolan (apenas um ano mais velho, mas já com uma dezena de filmes em carteira), também Duncan Jones
percebeu que é possível seguir as regras de Hollywood e manter o traço inegável
de autor. O seu toque pessoal é sentido ao longo do filme, não só por retomar
os temas da individualidade e solidão de "Moon", mas pela forma como
transforma este "Source Code" num caso de eficiência narrativa. De qualquer modo, para além do seu mérito pessoal, Jones tem que agradecer - e muito - a Ben
Ripley, pelo excelente argumento que lhe colocou nas mãos. Como o conceituado crítico Roger Ebert tão
bem evidenciou, «Here's a movie where you forgive the preposterous because it takes you to the perplexing» Ou seja, por outras palavras, esqueçam o absurdo ou a inveromilhança da história e deixem-se imergir de livre vontade no prazer e na emoção que "Source Code" transmite. De certeza que darão por muito bem empregue a hora e meia que o filme dura.
POSTERS
PORTFOLIO
1 comentário:
Também gostei bastante deste filme, depois de por de lado a inverosimilhança da história, claro.
O anterior também é bom, mas este é melhor.
Um realizador que promete.
Enviar um comentário