Um filme de CLAUDE SAUTET
Com Michel Piccoli, Romy Schneider, Lea Massari, Gérard Lartigau
FRANÇA / 89 min / COR /
16X9 (1.66:1)
Estreia em FRANÇA a 13/3/1970
Estreia nos EUA a 31/8/1970 (New York)
Estreia em PORTUGAL a 8/7/1971
(Lisboa, cinema Satélite)
Dizem que antes de morrermos temos a capacidade de rever o filme da nossa vida a grande velocidade. “Les Choses de la Vie” trata precisamente disso – um arquitecto, Pierre (Michel Piccoli), tem um brutal acidente pouco depois de ter tomado uma importante decisão: a de dar um novo rumo à vida, nomeadamente nas relações com a sua actual companheira Helène (Romy Schneider, fascinante como sempre), que recentemente tinham entrado num impasse. Na hora e meia que o filme dura, vamos assistir a uma série de flashbacks que o semi-inconsciente Pierre vai vendo desfilar na sua memória, enquanto as operações de socorro se sucedem para o conduzirem ao hospital mais próximo.
Claude Sautet, um realizador cujo nome pouco significado terá hoje em dia (faleceu em 2000, com 76 anos), mas que na década de 70 nos brindou com alguns dos mais curiosos filmes do cinema francês (“Borsalino”, “César et Rosalie”, “Vincent, François, Paul… et les Autres”, “Une Histoire Simple”, por exemplo) tinha a virtude de conseguir que o espectador comum partilhasse dos sentimentos e aspectos psicológicos mais relevantes das personagens que filmava. “Les Choses de la Vie” é um dos melhores exemplos, com a ambiguidade do amor, a importância dos afectos e a procura da felicidade a serem equacionadas para lá das definições mais clássicas.
A sequência do acidente (que levou dez dias a ser rodada) tem lugar central neste filme. Filmada com mão de mestre e beneficiando de uma montagem exemplar, permite-nos ver por diversas vezes as imagens do despiste, mas filmadas de modos completamente diferentes, sob vários ângulos e velocidades - à semelhança das recordações que se vão perfilando na mente de Pierre. E algumas premonições também. Como aquela magnífica e ainda hoje impressionante sequência do casamento ou a queda do barco e a fatídica imersão nas águas revoltas. “Les Choses de la Vie” é um drama típico do início dos anos 70, que lida essencialmente com as emoções das personagens. Simples na sua aparente superficialidade, faz-nos no entanto reflectir sobre o que de verdadeiramente é importante nesta passagem temporária a que chamamos vida.
CURIOSIDADES:
- O tema “La Chanson d’Hélène” é interpretado por Romy Schneider e Michel Piccoli
- O filme inspirou uma canção interpretada por Frida Boccara chamada “L’année où Piccoli Jouait les Choses de la Vie”
LOBBY CARDS:
NOTA: O primeiro dos lobby-cards acima divulgados encontra-se censurado (ah estes alemães...). A imagem referencia a cena de abertura do filme, onde a querida Romy não tem qualquer calcinha preta a tapar-lhe o rabiosque. Está sem nada, tal como Nosso Senhor a colocou neste mundo...
2 comentários:
Taí um filme que nunca vi. Uma obra lendária.
E a Romy era uma atriz extraordinária.
Bacana o post.
www.ofalcaomaltes.blogspot.com
Gostei muito do seu post e da sua página em geral. Parabéns! Entretanto, na minha opinião, o filme AS COISAS DA VIDA, mereceria muitas estrelas mais, muitas! E o livro é excepcional também. Abraços. José Luiz
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