OLHOS DA MORTE
Um Filme de ROBERT PARIGI
Com Desmond Harrington, Melissa
Sagemiller, Udo Kier, Rip Torn, Robert Bagnell, etc.
EUA / 88 min / COR / 16X9 (1.85:1)
Estreia nos EUA a 5/4/2003
(Philadelphia International Film Festival)
(Philadelphia International Film Festival)
Estreia em FRANÇA a 16/5/2003
(Festival de Cannes)
(Festival de Cannes)
“Some people are just made for each
other”
Primeiro e único
filme até à data deste produtor televisivo (autor também do argumento), “Love
Object” revelou-se uma agradável surpresa numa das minhas últimas noites de insónia.
Kenneth Winslow (Desmond Harrington) é um tímido escritor de manuais para
consumidores, daqueles que quase ninguém lê mas que invariavelmente acompanham
os mais diversos produtos. A sua pouca-à-vontade com o sexo oposto leva-o a ser
alvo da chacota dos colegas mais próximos, que inclusivé o aconselham a comprar
uma boneca de silicone para se entreter. Ken não se faz rogado e encomenda num
site da internet uma “Nikki”, cujas características básicas (altura, olhos, boca, cabelos, etc.) ele previamente escolheu. Sendo anti-social por natureza, Ken vê
naquele novo brinquedo a oportunidade
de estabelecer uma relação de afectividade, quer a nível sexual quer a nível
psicológico. Só que essa relação se vai tornando cada vez mais obsessiva,
perigosamente obsessiva...
No emprego é-lhe
imposta uma nova colaboradora, Lisa (Melissa Sagemiller), que de início
desdenha mas por quem, a pouco e pouco, vai desenvolvendo uma relação amorosa -
uma novidade inesperada, para a qual nunca se sentiu particularmente motivado.
Rapidamente Ken irá sentir-se dividido entre Nikki e Lisa, começando a moldar
esta última de acordo com os parâmetros através dos quais definiu a sua relação
com a boneca de silicone. E vice-versa, ou seja, modificando o aspecto de Nikki
à medida que vai descobrindo em Lisa os atributos que mais o atraem. Ken vai
assim deixando-se alienar nesse triângulo amoroso, inusitado e perverso,
começando a acusar sinais, cada vez mais inquietantes, de insanidade mental.
Premiado em diversos festivais de cinema, “Love Object” é um filme estranho, uma parábola inquietante
sobe a solidão e a obsessão que fazem parte da vida de todos nós, em maior ou
menor escala. A originalidade do argumento e a realização segura de Parigi (que
gastou pouco mais de 700 mil dólares em apenas 18 dias na rodagem) irá
transformá-lo a curto prazo num genuíno cult-movie
(se é que os dez anos entretanto decorridos não se encarregaram já disso),
a que não falta sequer um inesperado twist
final. Procurem-no num canal de cinema da TV por cabo, que não se irão
arrepender.
1 comentário:
Fatalmente, este filme me lembrou muito o colecionador de Jhow Fowles
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