A ORIGEM
Um filme de RUPERT WYATT
Com James Franco, Andy Serkis, Freida Pinto, John Lithgow, Brian Cox, Tom Felton, David Oyelowo, Tyler Labine, Jamie Harris
EUA / 105 min / COR / 16X9 (2.35:1)
Estreia nos EUA a 5/8/2011
Estreia em PORTUGAL a 11/8/2011
Will Rodman: «I'll take you home»
Caesar: «Caesar is home»
Caesar: «Caesar is home»
Há boas e más notícias acerca deste “Rise of the Planet of the Apes”. Começando pelas últimas, é inevitável apercebermo-nos que nos encontramos diante de mais um blockbuster de Hollywood, que teima em apostar no prolongamento ou na reinvenção de temas antigos numa tentativa de ocultar a já preocupante falta de ideias dos actuais responsáveis pela indústria cinematográfica norte-americana. Esta prequela não foge à regra e deita a mão, uma vez mais, aos efeitos digitais de última geração (os famigerados CGI), tendo como alvo principal as novas gerações, para quem a parafernália técnica é sinónimo de cinema.
Rupert Wyatt, o realizador deste novo capítulo da saga dos macacos, não fez a coisa por menos e rumou directamente à Weta Digital, na Nova Zelândia, império tecnológico de Peter Jackson. Joe Letteri, vencedor de quatro Óscares pelo recente “Avatar” e pela trilogia “Lord of the Rings”, foi uma vez mais o supervisor técnico de todos os efeitos visuais. Mas a boa notícia aqui é que, surpreendentemente, e ao contrário dos filmes anteriores (onde os efeitos digitais assumiam descaradamente o lugar de prima-dona) a técnica associada a “Rise of the Planet of the Apes” é suficientemente discreta de modo a fazer sobressair o lado de entretenimento do filme.
Este novo filme da série do “Planet of the Apes” reinventa a origem da civilização simiesca, centrando-a nos tempos actuais. Na antiga saga Caesar é o descendente inteligente (já com o mecanismo da fala perfeitamente dominado) do casal de médicos (Zira e Cornelius) que regressam a um mundo ainda dominado pelos humanos, cerca de 2000 anos antes dos acontecimentos narrados no primeiro e magnífico filme, “O Homem Que Veio do Futuro” (já comentado neste blogue). Agora temos a doença de Alzheimer como ponto de partida – são as experiências realizadas na procura da respectiva cura que vão originar o aparecimento de uma inteligência superior nos símios e a degradação progressiva (e consequente extinção) da raça humana.
Apesar dos desnecessários piscar-de-olhos ao filme original, este “Rise of the Planet of the Apes” consegue atingir o seu principal objectivo, que é o de contar uma história interessante, na qual tem papel de relevo a personagem de Caesar, criada pelo actor Andy Serkis, responsável pelo Gollum do “Lord of the Rings” e pelo “King Kong” de Peter Jackson: «Não pretendia interpretar outro macaco, mas o argumento e os personagens deste filme cativaram-me.» James Franco, o actor humano do filme, lembra como foi trabalhar com Serkis: «O comportamento de Andy foi tão convincente que eu, enquanto actor, fui imediatamente levado a entrar dentro daquela relação e reagir com ele como se fosse mesmo um cimpanzé.»
Em resumo, “Rise of the Planet of the Apes” cumpre a maior parte dos requesitos pelos quais se deveriam reger os chamados blockbusters (o que, como sabemos, raramente acontece): um filme despretensioso, divertido, que não se deixa aprisionar pelos efeitos digitais, antes servindo-se deles para melhor contar a sua história. E felizmente sem enveredar pela moda actual do 3D. Convenhamos que, nos tempos que correm, é já algo que se deve aplaudir.
CURIOSIDADES:
- Os nomes de diversas personagens do filme são alusões directas ao filme original: Dodge Landon (Tom Felton) é a combinação dos nomes dos astronautas que acompanham Taylor na expedição. O orangotango Maurice tem o mesmo nome do actor Maurice Evans, o Dr. Zaius do primeiro filme. “Bright Eyes”, a expressão pela qual a mãe de Caesar o chama, é a mesma com que a Drª Zira se referia a Taylor. Steven Jacobs (David Oyelowo), o chefe do Departamento de Pesquisas, tem o mesmo apelido de Arthur P. Jacobs, o produtor da saga antiga.
- Charlton Heston aparece em dois filmes que passam na TV: “The Agony and the Ecstasy” e “The Ten Commandments”.
- Em determinada cena pode ver-se Caesar com um puzzle 3D da Estátua da Liberdade na mão, uma alusão ao final do primeiro filme.
7 comentários:
Planeta dos Macacos original foi uma marco na minha infância. O filme anterior de Tim Burton foi muito ruim. Assisti o trailer deste que acaba de resenhar e fiquei um pouco mais otimista. Parece que se trata de umbom fim, afinal.
Eu acredito que seja bom filme, mas sou contra esta mania de Hollywood de recriar os êxitos de antigamente, e por isso recuso-me a vê-lo...
De acordo com este último comentário. Tens muita razão.
MOTM:
Compreendo e partilho mesmo da tua recusa, normalmente também evito ver sequelas, remakes e coisas afins. Só que no caso presente não se trata efectivamente de uma nova versão, mas sim de uma espécie de "prólogo" à saga. E por sinal até é um bom divertimento
Não me apanham lá. Ia dizer que desde "Tree of Life" e "Girlfriend Experience" me zanguei c/ o que agora chamam de cinema. Mas minto: fui c/ os meus 3 netos mais crescidos (6, 5 e 4 anos) ver o "Smurfs" na semana passada. Tarefa de avô.
Também para mim este filme foi uma agradável surpresa. Ainda para mais quando nada o fazia prever.
Totalmente de acordo. Planeta dos macacos é um marco e ninguém lhe tira isso. Será sempre o melhor filme desta saga.
O que não invalida que rise of the planet of the apes não possa ser um bom filme.
Fiquei bastante contente por não terem afundado esta ideia.
E basicamente concordo com tudo. continua a espelhar-se uma falta de originalidade no mercado de Hollywood. Os efeitos digitais estão bem usado o césar é qualquer coisa de muito bom.
E depois há as piscadelas de olho ao primeiro que um fã gosta sempre.
Não será um clássico certamente, mas dos blockbusters foi dos melhores este ano.
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