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sábado, setembro 17, 2011

UNKNOWN (2011)

SEM IDENTIDADE


Um filme de JAUME COLLET-SERRA


Com Liam Neeson, Diane Kruger, January Jones, Aidan Quinn, Bruno Ganz, Frank Langella, Sebastian Koch


ALEMANHA - EUA / 113 min / COR / 16X9 (2.35:1)


Estreia nos EUA a 16/2/2011
Estreia na Alemanha a 18/2/2011
(Festival Internacional de Berlim)
Estreia em PORTUGAL a 5/5/2011



Dr. Martin Harris: «Do you know what it feels like to become insane, doctor? It's like a war between being told who you are and knowing who you are. Which do you think wins?»

Apesar de ser baseado numa novela original (“Out of My Head”, do escritor francês Didier Van Cauwelaert), “Unknown” vai directamente beber inspiração a “Frantic”, o trepidante thriller que Roman Polanski escreveu (de parceria com Gérard Brach) e realizou em 1988. Só que o ambiente kafkiano que está subjacente aos dois filmes é mais duradouro e melhor explorado no primeiro. Aqui, no filme do espanhol Jaume Collet-Serra, aguenta-se cerca de uma magnífica hora, a partir da qual vai degenerando progressivamente e sem retorno para o mais banal dos thrillers e filmes de acção. Uma pena.
Tudo começa na vinda a Berlim de um casal de americanos, o cientista Dr. Martin John Harris (Liam Neeson, actor cada vez mais requesitado para este tipo de filmes) e a esposa, Elizabeth (January Jones, a Elenore do recente “Barco do Rock”). O objectivo da deslocação à capital germânica é uma conferência sobre bioquímica, para a qual Martin foi convidado a fazer uma palestra. Na chegada ao hotel, e enquanto Elizabeth entra no lobby para fazer o respectivo check-in, Martin apercebe-se que deixou ficar a sua pasta pessoal no aeroporto e toma de imediato um táxi para voltar ao terminal buscá-la. Só que…, não chega ao seu destino. O táxi tem um acidente (cai de uma ponte ao rio Spree) e Martin perde a consciência, enquanto a motorista, Gina (Diane Kruger, a Bridget de “Sacanas Sem Lei”), se afasta do local, como que receando alguma coisa (saberemos mais tarde que se trata de uma imigrante ilegal e sem carta de condução).
Martin permanece em coma durante 4 dias, ao fim dos quais acorda no Hospital para uma nova realidade. Não tem nenhuma identificação consigo, não fala alemão, e só se lembra parcialmente do que lhe aconteceu. A situação vai de mal a pior quando finalmente consegue contactar Elizabeth no Hotel. Esta diz-lhe que nunca o viu na vida e, mais desconcertante ainda, está devidamente acompanhada pelo marido, o “verdadeiro” Dr. Martin Harris. “Unknown” arranca assim da melhor maneira possível, numa sucessão de acontecimentos a roçar o surrealismo, que prende efectivamente a atenção do espectador. Mas infelizmente nada é o que parece e quando as “explicações” se começam a vislumbrar, o filme altera a sua rota e vai naufragando em águas cada vez mais agitadas. A acção irrompe por todos os lados, submergindo quase por completo todo aquele clima de tensão e suspense presente na primeira metade.
Mas será que tudo se perde neste filme? Julgo que não, julgo que apesar de tudo “Unknown” se consegue equilibrar no arame, acabando o conjunto final por ficar a constituir um bom entretenimento. Que no entanto ficará sempre aquém daquilo que o filme poderia ter sido, não fôra o ênfase dado às sequências de acção: longas e, em alguns casos, perfeitamente escusadas. Uma referência final à presença de dois actores da “velha guarda”: Frank Langella e sobretudo Bruno Ganz, esse excelente actor nascido na Suíça e já com a bonita idade de 70 anos, que contribuem para dar ao filme uma certa credibilidade, pese embora as muitas pontas soltas que percorrem o argumento. Voltando à comparação estabelecida logo no início deste comentário, pode-se recomendar, sem hesitar, a visão de “Unknown” a todos quantos adoraram “Frantic”. E também aos fans de thrillers e filmes de acção em geral. Com uma pequena ressalva: Serra não é Polanski e definitivamente encontra-se a muitas milhas do mestre de todos os suspenses, Sir Alfred Hitchcock.