O COLOSSO DE RODES
Um filme de SERGIO LEONE
Com Rory Calhoun, Lea Massari, Georges Marchal, Conrado San Martin, Mabel Karr, etc.
ITA-FRA-ESP / 146 min / COR /
16X9 (2.35:1)
Estreia em ESPANHA a 15/06/1961
Estreia em FRANÇA a 11/8/1961
Estreia em Portugal (Lisboa) a 3/9/1962
O itinerário profissional de Sergio Leone (1929-1989) foi bastante singular. Filho de um realizador e de uma antiga actriz, Leone nasceu no meio do cinema. Mas a partir de 1930 a carreira do seu pai ficou practicamente paralisada e as condições financeiras da família eram muito precárias. Parcialmente por este motivo, além da sua paixão pelo cinema, Leone tornou-se aos 17 anos o mais jovem assistente de realização de Itália. Aos 19, fez parte da equipa de “Ladrões de Bicicletas”, de De Sica. Foi depois sucessivamente assistente de realização, argumentista e director de segunda equipa, o que o levou a colaborar com nomes como Mervyn LeRoy (“Quo Vadis?”), William Wyler (“Ben-Hur”), Robert Wise (“Helen of Troy”), Fred Zinnemann (“The Nun’s Story”), Robert Aldrich (“Sodoma y Gomorra”), Orson Welles (um filme que não se fez e que acabou por ser “Confidential Report”). Leone dizia que tinha sido o verdadeiro realizador de alguns destes filmes como “Os Últimos Dias de Pompeia”, de Mario Bonnard. Isto deu-lhe uma formação mais variada e mais técnica do que a de muitos realizadores. Lançando-se na realização, Leone não se posiciona de todo como um “artista” e escolhe um dos géneros mais populares de então e menos apreciados pela crítica e pelo público mais sofisticados, o peplum, com “O Colosso de Rodes”.
“Il Colosso di Rodi” marca assim a estreia de Sergio Leone na realização, depois uma carreira de quinze anos como argumentista e colaborador técnico de outros realizadores. Filmado em Totalscope, com nada menos do que oito argumentistas, incluindo Leone, o filme utiliza com grande habilidade os chavões habituais do género. A população de Rodes revolta-se contra os seus governantes, que se refugiam dentro da célebre e gigantesca estátua que dominava o porto. A libertação virá da maneira mais imprevista. Num livro de entrevistas, Leone declarou que quis fazer uma espécie de paródia do género e que ao rever o filme anos depois, este lhe pareceu «nada mau, sobretudo no lado kitsch do vestuário, que acentuava o aspecto de paródia».
CURIOSIDADES:
- “O Colosso de Rodes” passa-se no período que se seguiu à morte de Alexandre, o Grande (323 a.C.), mas antes da ascensão do Império Romano (27 a.C.), conhecido como era helenística. A maioria deste tipo de épicos das décadas de 1950 e 1960 passavam-se na Grécia clássica ou até mesmo antes.
- Diz-se que o verdadeiro Colosso, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, tinha aproximadamente 33 metros de altura. A versão cinematográfica tem 110 metros e suas pernas estendem-se sobre a entrada do porto. A localização real do Colosso original ainda é debatida. A fortaleza na entrada do porto é citada como um possível local, enquanto a Acrópole de Rodes, numa colina com vista para o porto, é citada como outra. Os estudiosos, no entanto, geralmente concordam que representações anedóticas do Colosso sobre o ponto de entrada do porto não têm base histórica ou científica.
- Existem várias versões diferentes, com duração de 126 a 146 minutos. A versão francesa é a mais curta, mas tem algumas cenas mais longas do que as versões em inglês e alemão. O original italiano está disponível numa versão restaurada de 146 minutos, que contém todas as cenas. É esta a versão que aqui se disponibiliza.
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