sexta-feira, setembro 28, 2012

THE MILLENNIUM TRILOGY (2009)

MILLENNIUM 1: MÄN SOM HATAR KVINNOR / OS HOMENS QUE ODEIAM AS MULHERES
Um filme de NIELS ARDEN OPLEY

Com Michael Nyqvist, Noomi Rapace, Lena Endre, Sven-Bertil Taube, Peter Haber, Peter Andersson, etc.

SUÉCIA - DINAMARCA - ALEMANHA - NORUEGA / 152 min (180) / COR / 
16X9 (2.35:1)
Estreia na SUÉCIA e DINAMARCA a 27/2/2009
Estreia em PORTUGAL a 24/9/2009
Estreia no BRASIL a 23/10/2009
Estreia nos EUA a 7/11/2009



MILLENNIUM 2: FLICKAN SOM LEKTE MED ELDEN / A RAPARIGA QUE SONHAVA COM UMA LATA DE GASOLINA E UM FÓSFORO
Um filme de DANIEL ALFREDSON

Com Michael Nyqvist, Noomi Rapace, Lena Endre, Peter Andersson, Michalis Koutsogiannakis, Annika Hallin, Sofia Ledarp, Jacob Ericksson, etc.

SUÉCIA - DINAMARCA - ALEMANHA / 
129 min COR / 16X9 (1.85:1)
Estreia na SUÉCIA e DINAMARCA a 18/9/2009
Estreia em PORTUGAL a 25/3/2010
Estreia nos EUA a 9/7/2010



MILLENNIUM 3: LUFTSLOTTET SOM SPRÄNGDES / A RAINHA NO PALÁCIO DAS CORRENTES DE AR
Um filme de DANIEL ALFREDSON

Com Michael Nyqvist, Noomi Rapace, Lena Endre, Annika Hallin, Jacob Ericksson, Sofia Ledarp, Anders Ahlbom, Micke Spreitz, etc.
SUÉCIA - DINAMARCA - ALEMANHA / 
147 min / COR / 16X9 (1.85:1)
Estreia na SUÉCIA e DINAMARCA a 27/11/2009
Estreia nos EUA a 13/10/2010
Estreia em PORTUGAL a 29/9/2011




Stieg Larsson, escritor e jornalista sueco, nasceu a 15 de Agosto de 1954 e faleceu novo, com apenas 50 anos, a 9 de Novembro de 2004, vítima de ataque cardíaco: o stress permanente, o fast-food e os muitos maços de tabaco diários foram algumas das causas que levaram ao seu desaparecimento precoce, sem sequer se ter podido aperceber do enormíssimo sucesso da sua trilogia "Millennium" (que Larsson tinha projectado expandir até aos 10 volumes) nos quatro cantos do mundo. Os três livros continuam a vender como pãezinhos quentes, tendo nos finais de 2011 atingido a incrível cifra dos 65 milhões de exemplares, num total de 46 países. Só na Dinamarca (país de pouco mais de 5 milhões de habitantes), a trilogia vendeu cerca de 1 milhão, o que a tornou a obra mais vendida de sempre, ultrapassando até a própria Bíblia.

Quando tinha apenas 15 anos, Larsson testemunhou a violação de uma rapariga por um grupo nazi. Chamava-se Lisbeth e a ocorrência marcou-o para sempre - ao longo da vida, Larsson foi sempre um defensor acérrimo dos direitos das mulheres e um implacável inimigo de todas as ideologias de direita, nomeadamente o nazismo. Essas duas directrizes mestras orientaram o seu trabalho futuro nas vertentes de escritor, jornalista e activista político, sendo a trilogia "Millennium" um espelho perfeito de todas as suas ideias e convicções. Eva Gabrielsson foi a sua companheira durante 32 anos, não se tendo nunca casado por razões de segurança (Larsson recebia frequentemente ameaças de morte de grupos de extrema-direita devido ao seu trabalho como jornalista na revista “Expo”). Por essa razão, e devido à lei sueca, toda a fortuna póstuma de Larsson reverteu para o pai e o irmão, e Eva não teve direito a nada.

Segundo a nota editorial, "Millennium" não é um livro policial no sentido habitual do termo. O estilo de Stieg Larson é minucioso, detalhado, lento. Como se dispusera de todo o tempo do mundo para apresentar aos leitores as personagens e tudo o que as rodeia. Detalhes, pequenas histórias, situações paralelas, descrições exaustivas. Como referiu Helena Vasconcelos no jornal “Público”, «Larsson cria um retrato poderoso e fiel deste tempo conflituoso e inquietante em que as mulheres são abusadas e as crianças e animais sujeitas a violência e maus tratos. [...] apesar deste policial ser duro e feroz com os ingredientes que são próprios do género, a verdade é que o autor não negou a sua cultura, mostrando uma preocupação saudável em relação aos problemas de consciência social e política com um olhar extremamente perspicaz no que diz respeito às várias patologias da mente do homem e da mulher contemporâneos.»

Mikael Blomqvist (Michael Nykvist), jornalista e sócio-fundador da revista "Millennium", dedica a sua vida a denunciar o crime e a corrupção que minam a sociedade sueca. Como resultado, tem vários inimigos e é tido como culpado num caso de difamação. Um dia é procurado por Henrik Vanger (Sven-Bertil Taube), um conhecido empresário, obcecado em deslindar o mistério em torno do desaparecimento da sua sobrinha, há mais de 40 anos. Vanger acredita que alguém da família poderá estar relacionado com o desaparecimento de Harriet, cujo corpo nunca foi encontrado. O empresário faz então uma proposta irrecusável ao jornalista: dá-lhe acesso total à sua vida, documentação pessoal e dados familiares em troca da solução para o caso. Com a ajuda de Lisbeth Salander (Noomi Rapace), uma hacker profissional com um passado misterioso, Mikael vai-se envolver na história da sua vida.

Neste primeiro filme da trilogia, “Os Homens Que Odeiam as Mulheres”, o enredo à la Agatha Christie é apenas um pretexto para introduzir o público àquilo que realmente interessa: a relação entre Mikael e Lisbeth, sendo esta última um dos personagens mais fascinantes do cinema actual. Vão-nos sendo dadas algumas pistas sobre o seu passado, mas sómente no segundo filme, “A Rapariga Que Sonhava Com uma Lata de Gasolina e um Fósforo” (para mim o melhor dos três) é que Lisbeth Salander atinge o zénith, passando toda a trama a girar à sua volta. Noomi Rapace (actriz sueca nascida em 28 de Dezembro de 1979) interpreta o seu personagem às mil maravilhas, de tal modo realista e convincente que dificilmente poderá ser lembrada por um qualquer outro que venha a incarnar no futuro.

O terceiro e último filme, “A Rainha no Palácio das Correntes de Ar”, é porventura o menos excitante da trilogia, dando-nos, ainda assim, algumas sequências de alto gabarito, como por exemplo a do julgamento de Lisbeth Salander. À semelhança dos livros, também a trilogia dos filmes tem suscitado bastante interesse, um pouco por todos os países onde vai sendo exibida. Como não podia deixar de ser, Hollywood aproveitou-se de imediato desta nova galinha dos ovos de ouros, tendo feito já o remake do 1º filme (“The Girl With the Dragon Tatoo”), com Daniel Craig e Rooney Mara nos papeis principais (a 2ª parte encontra-se já prevista para um futuro próximo). Assinado por David Fincher (compreende-se muito bem o fascínio do realizador por esta história, basta lembrar-nos do “Seven”) o filme segue de muito perto a versão original, mas não hesita em americanizar alguns detalhes. Mesmo assim é algo que se vê bem, apesar de se tornar dispensável para quem já viu o filme original. Para quem não viu, a versão norte-americana servirá certamente de isco para despertar o interesse dos espectadores para a trilogia sueca.

CURIOSIDADES:

- Noomi Rapace declarou numa entrevista à BBC que se preparou durante 7 meses para o papel de Lisbeth Salander. Essa preparação incluiu uma severa dieta, aulas de kick boxing, obtenção da licença de condução para motocicletas e a introdução de piercings no nariz e numa sobrancelha.

- Toda a música para os três filmes foi escrita em apenas 4 dias. Jacob Groth, o compositor, disse que as folhas para orquestra pesavam cerca de 33 quilos.

- A mãe de Lisbeth é interpretada por Nina Norén, que na vida real é mãe da própria Noomi Rapace.

- O primeiro filme, "Os Homens Que Odeiam as Mulheres". conquistou o BAFTA para o melhor filme em língua não inglesa.





2 comentários:

ArmPauloFerreira disse...

Acho o primeiro filme Grandioso e Muito Bom, 9/10.
Os seguintes são fraquinhos... sendo o terceiro o mais fraco. Mas compreende-se, pois ambos são telefilmes.
Bom post, com imensa informação e com boas fotos.

Tens de ver o "Babycall" e o "Beyond"... magnificos.

Jorge Teixeira disse...

De acordo, contigo e com o Armindo, genericamente. Se bem que ache o segundo filme inferior ao primeiro. Mas são todos belos filmes, boas variações ao que o Hollywood nos oferece (se quisermos comparar). De resto também acho a performance de Noomi Rapace magnífica e muito difícil de igualar na futura (e promissora) carreira da jovem actriz.

Bom post :)

Cumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo