Um filme de JOE DANTE
Com Chris Massoglia, Haley Bennett, Nathan Gamble, Teri Polo, Bruce Dern, Quinn Lord
EUA / 92 min / COR / 16X9 (1.85:1)
Estreia em ITÁLIA a 11/9/2009
(Festival de Veneza)
Estreia nos EUA a 31/10/2009
(Festival AFI)
Estreia em PORTUGAL a 21/4/2011
«Cresci a adorar filmes de suspense e de criaturas. Na minha carreira já realizei uma série de filmes de terror e também sobre a adolescência, como “Gremlins”. Mas nenhum deles tinha a mesma mistura daqueles arrepios de nos fazer saltar da cadeira com elementos de drama humano como o que esta história me ofereceu.»
Joe Dante
Filmado no agora muito em voga 3D, “The Hole” não necessita desse complemento técnico para ser aquilo que é – um bom entretenimento de suspense genuíno. Aliás, diz quem viu, a versão em 3D fica muito aquém da versão “normal”, o que em nada vem abonar esta nova moda, feita exclusivamente a pensar em lucros adicionais. Pessoalmente recuso-me a ver tais filmes que, no meu entender, vêm desvirtuar o cinema, transformando-o numa mera atração de feira. Um pouco como acontecia com o Cinerama dos anos 50 e 60, mas sem as características espectaculares desse sistema. Já não bastavam os efeitos digitais, usados quase sempre despudoradamente, agora a grande indústria tenta também cativar os mais incautos com uma dimensão extra. Felizmente que a “novidade” não tem tido grande impacto junto do público e o mais natural será o seu desaparecimento a curto prazo.
Joe Dante tem passado a maior parte da sua carreira entretido com produções para televisão, sobretudo realizando episódios para séries. “CSI: Nova Iorque”, “Masters of Horror”, “Night Visions”, “Amazing Stories” ou “The Twilight Zone” (nova edição) são algumas dessas séries, de maior ou menor sucesso. A sua estreia no cinema data de 1978, com o filme “Piranha”, onde dirige Kevin McCarthy, o intérprete de “Invasion of the Body Snatchers”, após o que realizou alguns filmes durante a década de 80 e no domínio do fantástico, tais como “The Howling” (1981), “Gremlins” (1984), “Explorers” (1985) ou “Innerspace” (1987). Por causa desses títulos é vulgar designar-se o seu cinema como “terror familiar”, significando isso uma ausência de violência gráfica (o chamado gore), antes privilegiando a emoção e o suspense. Este “The Hole” não foge à regra, distanciando-se por isso das características mais comuns do filme de terror; apesar do seu início, já visto muitas dezenas de vezes – a mudança para uma nova casa de uma pequena família, aqui formada por uma mãe e dois filhos. Mas as semelhanças ficam-se por aqui.
Na cave da nova casa, os dois irmãos, Dane (Chris Massoglia) e Lucas (Nathan Gamble), descobrem, com a ajuda da nova vizinha, Julie (Haley Bennett) um misterioso buraco, fechado a sete chaves, que depois de aberto apresenta a inquietante particularidade de não ter fundo. Não, não é nenhum portal para o inferno, como os três adolescentes chegam a pensar, pelo menos aquele “inferno bíblico” povoado de diabretes. O inferno, aqui, são os medos pessoais de cada um, são os pesadelos mais sombrios e ocultos que se vão pouco a pouco materializando. Com argumento de Mark L. Smith, “The Hole” enquadra-se melhor no género do filme de aventuras, como aliás é compreensível face aos antecedentes de Dante, não descurando contudo todo um clima de grande suspense que mantém sempre alerta a atenção do espectador . De realçar ainda a fotografia e também uns cenários pouco vulgares neste tipo de produção, os quais, na parte final do filme chegam a invocar alguma pintura moderna, nomeadamente a de Salvador Dali.
4 comentários:
Já somos dois, no clube anti-3D!
La película se ve bien intensa.
É um filme decente mesmo, prende a atenção e tem até suas surpresas. Acho q filmes em 3D só servem para cobrar ingressos mais caros. Abs!
O Dante nunca me convenceu.
O Falcão Maltês
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