Um filme de RICHARD ATTENBOROUGH
Com Shirley MacLaine, Christopher Plummer, Neve Campbell, Pete Postlethewaite, Mischa Barton, David Alpay, etc.
EUA-GB-CANADÁ / 118 min /
COR / 16X9 (1.85:1)
Estreia no Canadá em 14/9/2007
Estreia na GB a 21/10/2007
Estreia nos EUA a 9/1/2009
Estreia em Portugal a 30/4/2009
Marie: «Everybody needs to talk»
Jack: «No, honey, everbody needs to cry. And your mother never did»
Jack: «No, honey, everbody needs to cry. And your mother never did»
Richard Samuel Attenborough, actor, realizador, produtor e lorde inglês, nascido em Cambridge a 29 de Agosto de 1923, dirigiu este seu 12º filme depois de um interregno de 8 anos após “Grey Owl / A História de Um Guerreiro” (1999). Aos 84 anos de idade Attenborough evidenciava ainda toda uma paixão pela sua profissão ao transcrever para o écran mais uma história, desta vez baseada num argumento de Peter Woodward, inspirado em factos reais ao que parece. Tendo como pano de fundo a 2ª Guerra Mundial, “Closing the Ring” é um drama romântico, recheado de emoções, que envolve diferentes gerações e que se divide por dois locais separados no espaço e no tempo: North Carolina, nos EUA e Belfast, na Irlanda do Norte.
Quatro anos antes de eclodir o conflito, Ethel Ann (Mischa Barton), uma bela rapariga de Branagan, Michigan, é o centro das atenções por parte de três amigos, Teddy (Stephen Arnell), Jack (Gregory Smith) e Chuck (David Alpay), todos eles enamorados dos seus encantos. Teddy, que vem a ser o feliz eleito, inicia a construção de uma casa, e desposa Ethel Ann em segredo antes da partida de todos os três para a Irlanda, como aviadores. Temendo o pior, Teddy obriga um dos amigos (no caso, Chuck) a prometer-lhe que cuidará da esposa, caso alguma coisa lhe venha a suceder. A tragédia acaba mesmo por se consumar, quando o B-17 de Teddy se despenha na Black Mountain, junto a Belfast. Após um período de dez anos, Chuck cumpre a promessa feita ao amigo e desposa Ethel Ann.
O filme começa na actualidade (1991), em que uma Ethel Ann septuagenária (Shirley MacLaine) procede às exéquias do funeral do marido, juntamente com a filha Marie (Neve Campbell) e o amigo de sempre Jack (Christopher Plummer). A partir daqui os fantasmas do passado regressam e o filme vai revelando segredos há muito adormecidos, promessas feitas na juventude que vêm agitar a vida de todos, sobretudo de Marie, que cresceu sempre na ignorância dos factos do passado.
“Closing the Ring” podia ter sido algo magnífico a todos os níveis se não fosse a desastrada montagem. Com efeito, o recurso sistemático a flash-backs retira muito do seu impacto, importunando a concentração do espectador e chegando a ocasionar alguma confusão na primeira meia-hora, em que os personagens não se encontram ainda bem definidos no espírito do público. Os constantes avanços e recuos da história contribuem desse modo para um certo desfasamento agressivo entre o passado e o presente, que só é em parte ultrapassado pela excelência da maioria dos actores. Apesar das suas inegáveis qualidades, “Closing the Ring” ficará como exemplo daquilo que se não deve fazer numa mesa de montagem (Lesley Walker foi o técnico responsável por este ónus do filme).
O percurso de tortura psicológica que Shirley MacLaine tão brilhantemente nos apresenta na figura de uma mulher que nunca soube chorar, é uma peça fundamental para a sedução que o filme acaba por exercer no espectador. Tal como a caracterização de Christopher Plummer como alguém que sempre conseguiu ocultar os seus mais íntimos sentimentos. “Closing the Ring” é, na sua essência, um filme épico em termos emocionais, que seria certamente muito mais apreciado pelas plateias dos cinemas dos anos 50, que rejubilavam por este tipo de histórias, envolvendo promessas de amores eternos. Hoje em dia tenho as minhas dúvidas sobre a aceitação do filme por parte da grande maioria dos espectadores, sobretudo nas camadas mais jovens. A não ser em casos pontuais, onde a nostalgia do passado se sobreponha à realidade do presente. Tal como acontece comigo.
2 comentários:
Nunca assisti, mesmo gostando muito da Shirley MacLaine. Mas a Neve Campbell sempre me desanima.
www.ofalcaomaltes.blogspot.com
É um prazer rever dois grandes actores da "velha guarda", mesmo num filme mediano como este.
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