Um filme de ROY BOULTING
Com Peter Sellers, Goldie Hawn, Tony Britton, Nicky Henson, Diana Dors, Judy Campbell, John Comer
GB / 95 min / COR / 16X9 (1.85:1)
Estreia nos EUA a 15/12/1970
Estreia em MOÇAMBIQUE a 30/7/1972
(LM, Teatro Manuel Rodrigues)
«My God, but you're lovely!»
A “sopa” aqui é o dia-a-dia de um playboy quarentão, Robert Danvers (Peter Sellers), vedeta televisiva de um programa de comida gourmet, cujo passatempo predilecto é levar para a cama todas as mulheres com quem vai travando conhecimento. Iniciativa aliás bem sucedida e para a qual deita mão a todos os recursos, desde os artefactos do seu apartamento (convenientemente equipado para servir os desígnios do seu proprietário) até ao uso de uma linguagem cheia de frases convencionais mas de grande eficácia. A garota é Marion (uma Goldie Hawn na frescura e beleza dos seus 24 anos), uma hippie americana de visita à Swinging London e a viver numa república comunitária de King’s Road.
Com argumento de Terence Frisby, baseado na sua própria peça teatral (estreou-se na Broadway a 18 de Outubro de 1967, com Gig Young e Barbara Ferris nos principais protagonistas, e onde esteve em cena durante cinco anos), “There’s A Girl In My Soup” é uma comédia sexista, típica dos anos 60, cujo interesse actual se prende unicamente com uma certa nostalgia de uma época de transição de costumes, onde o amor livre e despreocupado era o pão nosso de cada dia. O melhor do filme continua a ser a excelência dos intérpretes (para além de Sellers e Hawn é de realçar também a prestação fleumática e muito british de Tony Britton e a participação especial de uma Diana Dors já quase quarentona) e também a delícia de alguns diálogos, sobretudo na primeira parte do filme, onde a guerra dos sexos atinge a sua plenitude.
Depois a história avança para lá do verosímel, tornando-se bastante inconsequente e arrastando-se numa sucessão de bilhetes postais da Riviera Francesa para encher o écran. Ainda assim algumas das cenas mais conseguidas conservam toda a sua comicidade: a tentativa, exasperante, de Sellers em despir uma Goldie Hawn tagarela ou aquela prova de vinhos em França, onde para evitar desperdícios, Goldie vai emborcando copo atrás de copo até ficar completamente embriagada, e Sellers ter de a levar ao ombro para o hotel.
Britt Ekland e Brigitte Bardot chegaram a ser equacionadas para o papel de Marion, assim como Yves Montand para o de Robert. Mas penso que Sellers e Hawn estão magníficos, e sob esse aspecto o filme está muito bem servido. De referir ainda a adequada banda sonora, onde pontuam algumas canções pop, escritas e interpretadas por Mike D’Abo, o vocalista dos Manfred Mann: “Miss Me In The Morning”, “The Lady’s In Love”, “”It’s Gotta Be Now” e sobretudo o hit “Arabella Cinderella”. Goldie Hawn foi nomeada para o BAFTA inglês.
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