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Um filme de ROBERT ZEMECKIS
Com Michael Douglas, Kathleen Turner, Danny DeVito
EUA / 106 min / COR / 16X9 (2.35:1)
Estreia nos EUA a 30/3/1984
Joan Wilder: “These were Italian”
Jack Colton: “Now they're practical”
“Romancing The Stone” é a terceira longa metragem de Robert Zemeckis e o filme que serviu de cartão de apresentação ao grande público, antes de “Back to the Future”, no ano seguinte, o vir a confirmar como um dos realizadores americanos responsáveis pelo regresso da grande aventura ao cinema. Realizado no mesmo ano que o segundo filme de Indiana Jones, “Romancing The Stone” vai-se inspirar no universo do personagem criado três anos antes pela dupla Lucas-Spielberg.
Joan Wilder (Kathleen Turner), escritora nova-iorquina de romances de aventuras, recebe a notícia do assassinato do seu cunhado e um pedido de ajuda da irmã, que entretanto foi raptada na Colômbia. O resgate não é dinheiro mas sim a entrega de um misterioso mapa que Joan recebeu pelo correio, remetido pelo cunhado antes de morrer, e que se vem a revelar um genuíno mapa de tesouro. A famosa escritora, cuja área de acção nunca tinha ultrapassado as paredes do apartamento onde habita e escreve as suas histórias, vai ter agora de se deslocar à distante e desconhecida Colômbia e viver na pele uma aventura em tudo semelhante às que até então apenas em papel se tinha reservado o papel principal.
Produzido por Michael Douglas e filmado no Mexico, “Romancing The Stone” é um filme em que a acção e o humor acompanham a par e passo as aventuras romanescas que o próprio título prenuncia. Assiste-se a este grande divertimento (o filme nunca se leva muito a sério e ainda bem) sempre com um sorriso nos lábios, mesmo à distância de quase trinta anos e independentemente do número de vezes que já se acompanhou esta história. “Romancing The Stone” é um daqueles filmes em que a inverosimilhança das situações é posta em segundo plano pelo desejo do espectador em embarcar alegremente naquela expedição pela selva, onde as muitas balas nunca acertam no alvo e onde o pior que pode acontecer aos heróis quando se despenham numa queda-de-água é o facto de se encontrarem depois em margens opostas do rio. De relembrar aqui uma das cenas mais conseguidas de todo o filme, que ficará para sempre na nossa memória – a vertiginosa queda pela lama de uma encosta, no final da qual Jack Colton aterra literalmente com a cabeça entre as pernas de Joan Wilder. De antologia!
“Romancing The Stone” seria nomeado para o Oscar da Academia da melhor montagem, uma nomeação surpreendente tendo em conta o leque de obras muito mais eficazes nesse aspecto que lhe fizeram companhia em 1985: “Amadeus”, “A Passage To India”, “The Cotton Club” e “The Killing Fields”, que seria o vencedor. Mas um dos grandes trunfos do filme, o refrescante e convincente desempenho de Kathleen Turner, seria reconhecido pela atribuição de dois importantes troféus à actriz – o Globo de Ouro para a categoria de Comédia / Musical e o prémio LAFCA (Los Angeles Film Critics Association) para a melhor actriz do ano.
CURIOSIDADES:
- Romancing the stone é uma expressão que significa que determinada gema está a ser trabalhada para uso posterior em joalharia
- As filmagens dos exteriores foram realizadas no Mexico em virtude de notícias vindas a lume que noticiavam uma série de raptos na Colômbia
- Sylvester Stallone e Christopher Reeve declinaram o papel principal de Jack T. Colton
- Na célebre cena da queda na lama Kathleen Turner foi dobrada por Jeannie Epper, conhecida por dobrar Lynda Carter na série televisiva “The New Adventures of Wonder Woman”
- Michael Douglas e Kathleen Turner voltariam a vestir a pele dos mesmos personagens na sequela “The Jewel of the Nile”, rodada no ano seguinte mas então já sem Zemeckis como realizador, o qual, devido ao lucro inesperado deste filme se encontrava finalmente a dirigir um dos seus projectos mais antigos, o primeiro filme da que viria a ser a trilogia “Back To The Future”
2 comentários:
Um dos filmes que tenho sempre à mão para descomprimir do stress do dia-a-dia. E resulta. Sempre!
Um genuíno e magnífico filme de aventuras que traz de volta a atmosfera dos livros de banda desenhada dos anos 40 e 5o. Por exemplo, toda a sequência na selva trouxe-me à memória "LÓreille Cassée" do Hergé (Tintin)
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