terça-feira, julho 09, 2019

DANS TON SOMMEIL (2010)

IN THEIR SLEEP
Um Filme de CAROLINE et ÉRIC DU POTET



Com Anne Parillaud, Arthur Dupont, Thierry Frémont, etc.

FRANÇA / 84 min / COR / 
16x9 (2.35:1)

Estreia em FRANÇA a 27/1/2010





Primeira obra dos irmãos Du Potet (que aqui se estreiam quer na realização quer na escrita do argumento), "Dans Ton Sommeil" é um pequeno thriller de horror, que cedo deixa o espectador colado à cadeira. Sarah (Anne Parillaud) é uma enfermeira que depois da morte acidental do filho se isola do que a rodeia, passando a viver sózinha na sua casa de campo, após o marido a ter deixado entregue à sua dor. No hospital onde trabalha a sua competência começa a ser questionada, e uma noite é aconselhada a ir para casa descansar alguns dias. No caminho de regresso atropela um jovem em fuga, Arthur (Arthur Dupont), e decide levá-lo para casa, afim de o tratar. Mas de repente são seguidos por um motorista enraivecido, que mais tarde se consegue infiltrar na casa de Sarah, tentando a todo o custo dar cabo do jovem. Arthur é salvo no limite pela sua protectora, que mata o intruso à machadada. O jovem confessa que a perseguição tivera origem na sua própria casa, onde surpreendera o homem a tentar roubar na ausência dos pais. Mas as coisas não são aquilo que parecem ser e Sarah ir-se-á arrepender de ter acolhido Arthur...


Com um argumento deveras engenhoso, em que os avanços e recuos da história são constantes, "Dans Ton Sommeil" é um thriller psicológico que mergulha na esquizofrenia de um assassino sem escrúpulos. As personagens interpretadas por Thierry Frémont (o intruso perseguidor) e Arthur Dupont, não cessam de se modificar, obrigando o espectador a reavaliar a história que lhe vai sendo contada, a qual, inclusivé, chega a ter dois finais alternativos. Quanto a Sarah, o papel que lhe está reservado é o de vítima ignorante, uma vez que a compreensão das peças do puzzle que a envolve lhe escapa completamente. Manipulada, Sarah é incapaz de ver o drama que se desenrola sob os seus próprios olhos, e no qual participa quase involuntariamente. Um bom filme de suspense, bem filmado, que apesar de alguma previsibilidade, consegue agarrar o espectador do princípio ao fim.


domingo, julho 07, 2019

SCHOCK (1977)

SCHOCK
Um Filme de MARIO BAVA



Com Daria Nicolodi, John Steiner, David Colin Jr, Ivan Rassimov, etc.

ITÁLIA / 95 min / COR / 
16X9 (1.85:1)

Estreia em ITÁLIA a 12/8/1977
Estreia nos EUA em Novembro 1978


Última das 25 longas-metragens assinadas pelo realizador italiano desde o início dos anos 60, "Schock" tem também a cooperação do seu filho, Lambert, no argumento e como assistente de realização. Daria Nicolodi, a conhecida musa de Dario Argento, é a intérprete principal do filme, num desempenho particularmente eficaz como uma mulher em acelerado processo de distúrbio psicológico. Tudo começa, como noutros filmes do género, pela clássica mudança de casa, só que neste caso, uma casa onde Dora Baldini e o filho Marco já tinham vivido alguns anos atrás, quando ela ainda era casada com o pai da criança. Agora, Dora encontra-se a iniciar um novo casamento com um piloto de aviação, Bruno (John Steiner), que por isso se ausenta constantemente, deixando-a muitas vezes sózinha em casa com Marco. Uma casa que não lhe traz boas recordações, atendendo ter sido nela que o primeiro marido se suicidou.


A solidão não costuma ser boa conselheira quando é partilhada com más memórias e Dora começa a sentir coisas estranhas que parecem ter origem em Marco e no seu comportamento, cada vez mais peculiar. A tensão irá aumentar progressivamente, o que é mostrado através da mestria de Bava em criar sucessivos e cada vez mais alarmantes indícios de insanidade mental. Ou será o antigo marido que regressa para a assombrar? E nesse caso porque razão? Interrogações que serão mantidas no espírito do público até muito perto do final do filme. "Schock" é um daqueles filmes de baixo orçamento que acabam por se revelar interessantes apenas pelo modo como são filmados. E Bava não era aqui qualquer aprendiz de feiticeiro, sabia já manobrar muito bem todas as ferramentas necessárias à criação de um ambiente de arrepios constantes. Não será o seu melhor filme (raramente é citado para ilustrar as características da sua obra), mas é certamente um último e interessante trabalho.


LOBBY-CARDS:


O Rato Cinéfilo aconselha...

Edição original: Letras Encantadas, 2015 (510 páginas)

sábado, julho 06, 2019

L'ORRIBILE SEGRETO DEL DR. HICHCOCK (1962)

O HORRÍVEL SEGREDO DO DR. HICHCOCK
Um Filme de RICCARDO FREDA (as ROBERT HAMPTON)

Com Barbara Steele, Robert Flemyng, Silvano Tranquilli (as Montgomery Glenn), Maria Teresa Vianello (as Teresa Fitzgerald), Harriet Medin (as Harriet White), etc.

ITÁLIA / 88 min / COR / 
16X9 (1.85:1)

Estreia em Itália (Milão), a 23/8/1962
Estreia na GB em 1963
Estreia nos EUA a 2/12/1964





Estamos em Londres, no ano de 1885, e o Professor Bernard Hichcock (Robert Flemyng) é um famoso cirurgião que divide o seu tempo entre um Hospital Universitário (onde dirige eficazmente uma equipa de médicos) e a sua majestosa mansão, onde a esposa, Margaretha (Maria Teresa Vianello), costuma receber a alta sociedade londrina, entretendo-a com os seus dotes musicais. Mas, na intimidade, Margaretha satisfaz os caprichos do marido, o qual, através da administração de um poderoso anestético, a coloca em estado de sono profundo para assim poder satisfazer os seus apetites sexuais. Estamos, obviamente, diante de um tema que desde sempre foi um tema-tabu no mundo do cinema: a necrofilia. Mas um dia as coisas não correm como de costume, e uma overdose do tal anestético leva Margaretha à morte. Depois do funeral (uma sequência à chuva muito elogiada, que levou o crítico Raymond Durgnat a escrever «quanto eficaz uma boa iluminação pode ser, capaz de dar a um filme de terror uma poesia visual única no cinema.»), Hichcock abandona Londres, deixando a mansão entregue à governanta, Martha (Harriet Medin).


Alguns anos mais tarde o Professor regressa em companhia de uma nova esposa, Cynthia (Barbara Steele), pronto a iniciar uma nova vida. Mas as coisas não correm como o desejado, quer no Hospital (onde os seus antigos dotes cirúrgicos parecem encontrar-se em declínio) quer sobretudo em casa, onde os fantasmas do passado se começam a sobrepor à vivência conjugal. Martha continua como governanta omnipresente, e vê na recém-chegada uma afronta à sua falecida patroa, com a qual mantinha as cumplicidades necessárias à concretização dos desejos sexuais do senhor da casa. E não leva muito tempo até que Cynthia comece a ver e a ouvir coisas misteriosas, que a fazem acreditar num regresso dos mortos de Margaretha. Será que está a perder a razão ou os seus mais secretos temores ir-se-ão tornar realidade? Ajudado por uma cinematografia e uma música bastante eficazes, Riccardo Freda consegue criar uma atmosfera envolvente durante todo o filme, que deixa o espectador inquieto até às últimas cenas.


"L'Orribile Segreto Del Dr. Hichcock" (Hichcock sem o "t", para evitar problemas judiciais com o mestre do suspense) é um filme agradável de se ver, sobretudo pelo clima conseguido, uma vez que descarta cenas de violência gratuita e sanguinolenta. E, depois, a maior parte dos actores são convincentes, desde o carrancudo Professor, passando pela perturbante governanta, até à já lendária Barbara Steele, que uma vez mais se sente como peixe na água neste tipo de filmes. Na altura, Barbara encontrava-se presente no cast do "Fellini 8 e 1/2", tendo-se ausentado durante 10 dias para filmar este "Horrível Segredo". A rodagem do filme levou apenas 14 dias, tendo ficado concluído em Abril de 1962, conforme Freda tinha apostado. Existem duas versões disponíveis: a original italiana (cujo download poderá ser feito aqui) e uma cópia americana (cortada em cerca 12 minutos), que infelizmente foi a usada para a edição em Blu-Ray (a evitar portanto). 




CURIOSIDADES:

- A mansão que aparece no filme é a chamada Villa Peruchetti, situada perto de Roma (na Lazio), sendo hoje em dia a Embaixada Búlgara em Itália.

- Robert Flemyng, ao descobrir pela leitura do argumento, que o seu personagem tinha tendências necrófitas, tentou abandonar o projecto, mas o seu contrato não o permitiu.

THE FIXER (1968)

O HOMEM DE KIEV
Um filme de JOHN FRANKENHEIMER


Com Alan Bates, Dirk Bogarde, Georgia Brown, Hugh Griffith, Elizabeth Hartman, Ian Holm, David Warner, Carol White, etc.

GB / 132 min / COR / 16X9 (1.85:1)

Estreia nos EUA: 8/12/1968
Estreia em PORTUGAL: 19/10/1969
Estreia em MOÇAMBIQUE: LM (cinema Infante), 20/2/1970


Yakov Bog: «A única coisa que o sofrimento me ensinou
é a inutilidade do sofrimento»


Alan Bates (1934-2003) foi um dos meus actores de eleição dos anos 60 e 70. Era daqueles que invariavelmente me fazia ir ao cinema, independentemente do filme em cartaz, por ter sempre a garantia de uma boa representação. Fez filmes inesquecíveis, que marcaram a história do cinema: “Alexis Zorbas / Zorba, o Grego” (1964), “Far From The Madding Crowd / Longe da Multidão” (1967), “Women In Love / Mulheres Apaixonadas” (1969), “The Go-Between / O Mensageiro” (1971), “A Day In The Death Of Joe Egg / Um Dia na Morte de Joe Egg” (1972). Mas se tivesse de eleger um único filme seu, seria precisamente este “Homem de Kiev”, um filme que me perturbou bastante na primeira vez que o vi (tinha 16 anos nessa altura, razão pela qual nunca mais me esqueci dessa forte experiência), e onde Alan Bates tem um desempenho memorável. Coincidência ou não, foi este filme que lhe trouxe a sua única nomeação para o Óscar de Hollywood. Perderia para Cliff Robertson, em “Charly”, outra grande interpretação do ano, a par também de Peter O’Toole em “The Lion In Winter / O Leão no Inverno”. Um trio de respeito, nessa 41ª edição dos Óscars.


Dalton Trumbo, um dos nomes da “lista negra” de Hollywood, escreveu o argumento, baseado numa novela (Prémios Pullitzer e National Book, de 1967) de Bernard Malamud, publicada em 1966, a qual, por sua vez, era baseada numa história verídica, ocorrida nos primórdios do século XX na Rússia Czarista. Mais concretamente em 1911, ano em que um oleiro judeu, Menahem Mendel Beillis, é encarcerado por um crime que não cometeu, o assassínio de um menino cristão, encontrado morto e mutilado nos arredores de Kiev. O caso causou indignação em todo o mundo e fez com que os governantes russos arrepiassem caminho, soltando o prisioneiro, após longos anos de martírio. No filme o personagem tem outro nome, Yakov Bog, um camponês russo, judeu, que apenas ambiciona ter uma vida sossegada, sem grandes problemas. Não quer saber de engajamentos políticos (embora goste de ler Espinoza) nem muito menos de atitudes belicistas contra os poderes instituídos. Para ganhar a vida, não se importa de trabalhar para um anti-semita, Lebedev (Hugh Griffith), que uma noite encontra na rua, completamente bêbado, ajudando a filha deste a levá-lo para casa. A rapariga, chamada Zinalda (Elizabeth Hartman), é uma solteirona experimentada, que tenta levar Bog para a cama. Quase consegue os seus intentos, mas o facto de se encontrar menstruada inibe por completo o provável parceiro, incapaz de praticar sexo nessas condições.


Curiosamente, pouco tempo depois, Yakov Bog é confrontado de novo com o sangue, desta vez o derramado no assassínio de uma criança, praticado através de um ritual satânico, sendo acusado desse crime hediondo. A própria Zinalda, despeitada, vem ajudar à festa, acusando-o também, mas de tentativa de violação. A partir daqui, e até ao final, iremos assistir à progressiva humilhação de Bog na prisão, sujeito a provocações constantes e a torturas físicas e psicológicas, cada vez mais violentas, por parte dos seus carcereiros, que teimosamente exigem uma confissão por um crime não cometido. Bog tem apenas um aliado na sua trágica odisseia: o advogado Bibikov (Dirk Bogarde), um aristocrata, que irá tentar amenizar as acusações. Mas pouco tempo depois, é o próprio Bibikov que aparece enforcado numa cela da prisão. O caso prolonga-se por vários anos, chegando ao conhecimento do Conde Odoevsky (David Warner), ministro da Justiça, que resolve libertar Bog por entretanto se ter descoberto o verdadeiro assassino, e também por causa de grandes pressões internacionais. Mas Bog, num derradeiro alento para manter a pouca dignidade que lhe resta, recusa ser perdoado por um crime que não cometeu, exigindo um julgamento oficial. O filme termina com Bog a subir a longa escadaria que leva ao tribunal, onde o veredicto final não poderá ser outro senão a da imediata libertação. “The Fixer / O Homem de Kiev” é um filme injustamente esquecido, que nunca teve uma edição decente em DVD. E é pena, por se tratar de uma obra importante, que mantém toda a sua força e actualidade.


POSTERS

PORTFOLIO



O Rato Cinéfilo aconselha...

Título original: "Mais Oui, Vous Comprenez Le Cinéma" (1970)
Edição original em Portugal: Companhia Editora do Minho, 1971

Foi este pequeno livro (244 páginas - 13X18 cm) que aos 18 anos me ensinou a "ver" cinema. Imprescindível desde essa altura.

sexta-feira, julho 05, 2019

LE PASSAGER DE LA PLUIE (1970)

O PASSAGEIRO DA CHUVA
Um Filme de RENÉ CLÉMENT

Com Marlène Jobert, Charles Bronson, Gabriele Tinti, Jill Ireland, Annie Cordy, etc.

FRANÇA-ITÁLIA / 120 min / 
COR / 16X9 (1.66:1)

Estreia em FRANÇA a 21/1/1970
Estreia nos EUA (Nova Iorque) a 24/5/1970
Estreia em PORTUGAL a 27/11/1970


«Il fallait que le puits fut très profond
ou que sa chute fut très lente, car elle eut
tout le temps de regarder autour d'elle et de
s'inquiéter de ce qui allait lui arriver.»

Esta citação de Lewis Carroll do livro "Alice no País das Maravilhas" (que se pode traduzir por «Ou o poço era muito profundo ou a sua queda foi muito lenta, porque ela teve tempo de olhar ao redor e de se inquietar com aquilo que estava por acontecer») inicia o filme de René Clément, um dos seus últimos e também um dos seus mais populares. O realizador retirar-se-ia do mundo do cinema apenas 5 anos depois, depois de ter assinado 19 longas-metragens a partir de 1944 (viria a falecer muito mais tarde, aos 82 anos, em Monte Carlo (Mónaco), a 17 de Março de 1996). Quem felizmente se encontra ainda entre nós, apesar de ter abandonado a vida artística no final dos anos 90, é a maravilhosa intérprete de "Le Passager de la Pluie", Marlène Jobert, que nasceu a 4 de Novembro de 1940, na Argélia, e que aqui se encontra em estado de graça permanente - um tesãozinho, sempre com as coxinhas à mostra, como escreve o meu amigo Sérgio Vaz na sua crónica sobre o filme.



"Le Passager de la Pluie" é uma obra onde facilmente se colhem reminiscências de Hitchcock, até porque Clément sempre foi um admirador confesso do mestre do suspense. Note-se que o nome do criminoso (o passageiro que dá nome ao filme) é Mac Guffin, e que no início surge practicamente do nada, sem qualquer explicação, pelo que o público apenas consegue deduzir ter descido do autocarro, uma vez que este parece vazio, antes de parar. Neste aspecto o diálogo entre mãe (Annie Cordy) e filha (Jobert) no interior do salão de bowling é reflexo desse mistério: «O que está olhando? É um passageiro?» / «Sim» / «Ele veio no autocarro? É claro que não, o autocarro nunca traz ninguém!» / «Então foi a chuva.» Por outro lado, Mélly (diminutivo de Mélancolie) tem um trauma desde pequena, quando descobriu a mãe na cama com um amante (lembram-se de "Marnie"?).


Mas recordemos o enredo principal: numa aldeia do sul de França, uma jovem, Mélly (Marlène Jobert), é atacada e violada em casa por um desconhecido. Depois de consumado o estupro, Mélly atinge o homem com dois tiros de caçadeira na garagem da cave. Tenta comunicar com a polícia, mas o constrangimento impede-a naturalmente de falar. De seguida desembarassa-se do corpo, atirando-o de uma ribanceira para o mar. No dia seguinte, enquanto assiste ao casamento de uma amiga, é abordada por um estranho que lhe tinha feito chegar às mãos o jornal do dia, onde na capa se pode ler «cadáver descoberto na praia.» O desconhecido dar-se-á a conhecer como um coronel americano, de nome Harry Dobbs (Charles Bronson), e a partir daqui o filme envereda por uma toada de gato e rato, com ela sempre a negar ter morto o desconhecido e com Dobbs a tentar a confissão contrária. Bronson (1921-2003), um actor que sempre foi capaz do melhor e do pior, tem aqui uma das suas presenças mais saudadas na sétima arte, a par de "The Dirty Dozen" e sobretudo da obra-prima de Sergio Leone, "Aconteceu no Oeste". Na versão francesa original (aqui disponível), a voz de Bronson é dobrada por John Berry, um realizador americano expatriado por ter pertencido à "lista negra" de má memória.


A cantora Séverine interpreta a canção-título do filme, cuja música é da autoria de Francis Lai (1932-2018), reputado compositor francês, que ao longo da sua extensa carreira nos ofereceu dezenas de partituras inesquecíveis, que hoje em dia figuram no Olimpo das bandas sonoras: "Un Homme et Une Femme" (1966), "Vivre Pour Vivre" (1967), "Love Story" (1970), "L'Aventure C'est l'Aventure" (1972) ou "Toute Une Vie" (1974), só para citar as mais conhecidas do grande público. A cinematografia, da autoria de Andreas Winding (1928-1977) é também um dos trunfos de "Le Passager de la Pluie", que viria a ganhar muito merecidamente o Golden Globe em 1971, pelo melhor filme em língua estrangeira. Hoje, quase 50 anos depois, continuo a sentir um certo prazer sensorial na revisão de "Le Passager de la Pluie", algo que só pode significar o real valor da obra. E por uma série de razões, como tentei dar a perceber nesta pequena resenha: argumento, realização, banda-sonora, fotografia e intérpretes, tudo se conjugou para que "Le Passager de la Pluie" nunca mais saísse das minhas memórias cinéfilas. E ainda bem!



CURIOSIDADES:

- Sébastian Japrisot (1931-2003), para além de ter escrito o argumento original, assinou também a letra da canção-título.

- Jim Morrison, o lendário vocalista dos Doors, adorou tanto o filme que compôs em seguida o tema "Riders on the Storm", uma homenagem a "Le Passager de la Pluie" publicada no sexto e último album da banda, "L.A. Woman", lançado a 19 de Abril de 1971.

- Charles Bronson tentou fazer uma remake do filme em 1983, onde reencarnaria o seu persongaem, mas o projecto foi abandonado.